quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Séries TV: Demolidor - 1ª Temporada


A primeira série da parceria entre a Netflix e a Marvel não podia ter corrido melhor, Demolidor foi um sucesso entre a crítica especializada e o público e deu assim mais ânimo aos futuros projectos entre as duas companhias. Boas cenas de acção, um elenco consistente e episódios bem conseguidos fizeram desta primeira temporada um dos melhores programas baseados em super heróis.

Marvel's Daredevil é uma criação de Drew Goddard, e a primeira numa série de programas que culminará numa temporada dos Defensores. Uma co produção entre a Marvel e a ABC, esta primeira temporada de 13 episódios estreou na Netflix a 10 de Abril de 2015, sendo que aqui em Portugal é possível ver a mesma desde a estreia deste distribuidor de conteúdos no nosso país.

Nos primeiros episódios vamos assistindo aos primeiros passos de uma dupla de advogados, Matt Murdock (Charlie Cox) e Franklin "Foggy" Nelson (Elden Henson), que são intercalados por flashbacks que mostram as origens dos poderes do nosso herói, do seu treinamento e da relação com o seu pai.

A primeira pessoa que defendem, Karen Page (Deborah Ann Woll), acaba por se tornar uma peça importante nesta temporada, ficando como secretária deles e sendo uma das principais instigadoras para a acusação do principal vilão da história. Foi ela a que mais puxou pelo repórter Ben Urich (Vondie Curtis-Hall) e que fez com que este investigasse mais pelo assunto.


A produção da série não se poupava a esforços, tudo está feito e idealizado da melhor maneira possível, parece sempre que estamos a ver um filme. Para além disso, há um crescendo nas coisas, só vemos o uniforme nos últimos episódios, mas nem por isso perdem impacto as cenas que ele vai lutando só com um lenço na cabeça e todo vestido de preto. Vão aparecendo aos pouco referências a personagens importantes como a Elektra, e pequenas aparições de outras que fazem parte da vida do herói, como Melvin Potter.

O genérico do programa é curto mas fantástico, e é espantoso ver como algumas das personagens são fisicamente similares às da BD.

Vincent D'Onofrio rouba a cena como Kingpin, quer como homem de negócios, quer como líder criminoso ou ainda como homem apaixonado, e como o seu amor por Vanessa (Aylet Zurer) o vai mudando aos poucos e provocando receio nos seus parceiros do crime. Nesses era o génio financeiro Leland Owlsley (Bob Gunton) que mais expressava esses sentimentos, apesar de só no final expressar esse descontentamento a Kingpin, ficando quase sempre pelas queixas ao seu braço direito Wesley (Leonard Moore), alguém sério e ponderado mas sempre leal ao seu patrão.

Vemos lutas com ninjas, o treinamento com Stick, uma relação do herói com a enfermeira Claire Temple (Rosario Dawson), que é uma fusão entre duas personagens de BD, e a evolução das relações entre o trio principal. Uma série com poucos defeitos a apresentar e que deve ser vista por qualquer fã do género que se preze.














sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Lançamento G.Floy: Wolverine Origem - Volume Dois



A aguardada conclusão da saga que se iniciou com Woverine Origem meses atrás está para vocês, fãs leitores.

Fiquem com a nota de imprensa da G.Floy:




Wolverine ORIGEM
Volume Dois

Um novo capítulo do passado misterioso e secreto do homem que um dia será... Wolverine!
Passaram-se anos desde os eventos de Origem... desde que James “Logan” Howlett desapareceu para se juntar a uma matilha de lobos, à procura da paz que só o grande norte gelado, longe da humanidade, lhe conseguiu dar.

Mas a tragédia que se irá abater sobre o mundo pacífico que escolheu para si vai trazê-lo de volta ao mundo dos homens. E Logan está prestes a descobrir como esse mundo pode ser cruel, porque a civilização esconde monstros bem mais terríveis do que o mundo selvagem. Homens implacáveis, como Hugo Haversham, que o quer explorar como aberração de circo. Ou como o sinistro Dr. Essex, capaz de torturas para além do imaginável em nome da ciência... E, talvez pior que todos, um homem parecido com ele, outro mutante, que poderá vir a ser o seu maior aliado - ou o seu pior inimigo.

Com argumento de Kieron Gillen, um dos mais sólidos talentos da Marvel, Origem II conta com a arte magnífica de Adam Kubert, uma verdadeira lenda dos comics.

Wolverine ORIGEM
Volume DOIS
Kieron Giellen - Adam Kubert
128 páginas, cor, capa dura.
ISBN 978-84-16510-00-9
PVP: 10,99€




Boas leituras



Lançamento Parceria A. M Pereira: As Aventuras de Fernando Pessoa, Escritor Universal…



Um livro inesperado para mim, mas alguém teve a coragem de avançar com um projecto em BD sobre Fernando Pessoa, o que me parece óptimo. :)

A editora Parceria A. M Pereira, fundada em 1848, foi a única a editar Fernando Pessoa em vida do autor, em 1934. Oitenta anos depois da morte do Fernando Pessoa, é a publicado o primeiro livro exclusivamente em Banda Desenhada sobre a vida do poeta, um projecto que demorou quase 10 anos.

Fiquem com a nota de imprensa da editora Parceria A. M Pereira:

As Aventuras de Fernando Pessoa, Escritor Universal…

Num texto de apresentação deste livro, Miguel Moreira escreveu que quando verificou qual era a sua vocação artística, lhe pareceu interessante «a ideia de transformar Fernando Pessoa numa personagem de BD», mas «a dúvida estava em saber que história contar». Essa história, que é a que fundamenta As Aventuras de Fernando Pessoa, Escritor Universal…, não é outra do que a própria vida do autor da Mensagem, livro publicado em 1934 pela Parceria A. M. Pereira, isto é, por uma editora que continua, após mais de oitenta anos, a animar as publicações pessoanas.

Hoje, com a colaboração da talentosa e discreta Catarina Verdier, a história já está no papel. Este é um Pessoa que se reconhece e se descobre. Há um poeta byroniano, mas também um menino que faz cócegas à Teca; há um aluno estrangeirado, mas também um adolescente que colecciona selos; há um empregado da Baixa, mas também um jovem que começa a fumar e percebe que precisa de usar óculos… Descobre-se, porque enquanto Miguel sonha Pessoa, retrata-o e revela espaços, a que a Catarina dá cor, vemos momentos que nunca vimos, lemos diálogos que nunca ouvimos, percorremos ruas onde Pessoa não se fotografou.

Miguel e Catarina conseguiram transformar a vida de Pessoa numa aventura, através de um texto bem informado e de uns desenhos sóbrios, com momentos de uma elegância inegável. As Aventuras de Fernando Pessoa, Escritor Universal…, são uma série de animação congelada que nós imaginamos a ganhar movimento, como se tivesse vida própria.

Título: As Aventuras de Fernando Pessoa, Escritor Universal…
EAN: 9789728645861
N.º páginas: 176
Largura: 240 mm
Altura: 340 mm
Espessura: 15 mm
Autor: Miguel Moreira e Catarina Verdier
Chancela: Parceria A.M. Pereira
ISBN: 978-972-8645-86-1
Distribuidor: Vasp
Peso: 545 g
Preço: 23.90 €


Boas leituras




quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Lançamento G.Floy: Tony Chu Vol.3 - Enfarda Brutos



ESte terceiro volume de Tony Chu apareceu pela primeira vez durante o 26º Amadora BD, mas agora encontra-se espalhado pelos sítios de venda do costume.
Recomendo esta divertida série, eu pelo menos estou completamente cativado!

Nota de imprensa da G.Floy:

Tony CHU Detective Canibal, volume TRÊS:

ENFARDA BRUTOS

As coisas parecem estar a melhorar para Tony Chu, o agente federal cibopata com o poder de receber impressões psíquicas daquilo que come. Arranjou uma namorada. Tem um parceiro em que confia. E até se está a entender com o idiota do seu chefe. Mas o seu antigo e implacável parceiro continua à solta, a operar à margem da lei, apostado em cumprir as ameaças que fez a Tony. É só uma questão de tempo até às suas investigações colidirem, até ser derramado sangue e, inevitavelmente, serem comidos pedaços de corpos humanos!

Enfarda Brutos é o terceiro volume da divertida - e inexplicavelmente popular - série best-seller do New York Times, uma saga sobre polícias, bandidos, cozinheiros, canibais e poderes paranormais.

“Melhor nova série de 2009” - MTV Splashpage

“Incrivelmente divertido” - USA Today

Vencedor de dois Prémios Eisner - galardão máximo da banda-desenhada anglo-saxónica - e de dois Prémios Harvey - os prémios profissionais nos EUA - CHU/Chew é uma das mais populares séries nos comics independentes actuais.

E para quem estiver interessado, uma boa entrevista de John Layman, por ocasião da saída deste volume nos EUA:
http://www.comicbookresources.com/?page=article&id=29433




Tony Chu, Detective Canibal
Volume 3: Enfarda Brutos
John Layman - Rob Guillory
128 páginas, cor, capa dura.
ISBN 978-84-16510-04-7
PVP: 9,99€

Boas leituras


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Entrevista a Rubén Pellejero



Esta é a transcrição completa de uma entrevista realizada ao autor espanhol Rubén Pellejero, em parceria pelo Leituras de BD e pela Cinemic Magazine, a video-revista online de cinema, comics e videojogos, também disponível no Meo Kanal 753444. A entrevista com Pellejero foi incluída no 44º episódio.

Rubén Pellejero em 2015. Foto de Selby May.
Rubén Pellejero é o novo artista do relançado Corto Maltese. Nasceu em Badalona, Espanha, a 20 de Dezembro de 1952, e é conhecido por ter co-criado as séries "Monsieur Griffaton" e "Historias en FM" para a revista Cimoc e "Dieter Lumpen" para a revista Cairo, nos anos 80, e os álbuns El Silencio de Malka e Aromm, nos anos 90, com o escritor argentino Jorge Zentner. Mais recentemente, trabalhou com Denis Lapière em álbuns como Un Peu de Fumée Bleue… e L'Impertinence d'un Été. O seu primeiro álbum de Corto Maltese, escrito por Juan Díaz Canales, autor de Blacksad, chama-se "Sous le Soleil de Minuit" e foi recentemente lançado em francês pela Casterman.
Podemos começar a falar do Corto Maltese, a grande novidade que estás a fazer. Pelo que eu vi da arte promocional, consegues imitar o estilo do Hugo Pratt mas os cenários são completamente diferentes. É por causa dos roteiros do Juan Díaz Canales ou é o teu próprio estilo que se vai sobrepor?
-        É preciso ter uma coisa em conta. Não é uma cópia do Corto Maltese. Em nenhum momento se pretendeu fazer uma cópia exacta de Corto Maltese. Aliás, penso que seria um erro, tudo o que fosse uma cópia de Hugo Pratt seria sempre inferior ao que ele fez. Entendes? E o único sentido de continuar Corto Maltese é respeitando a essência das personagens e das histórias. Corto Maltese está encerrado com Hugo Pratt. A continuição tem que seguir dentro de outro caminho, tentar reflectir o ambiente, sobretudo a atmosfera, digamos, das histórias de corto Maltese e trazendo algo novo. Nós adoptarmos este projecto baseia-se em que nos respeite como autores, porque também temos as nossas próprias decisões para o projeto. Uma vulgar cópia seria um trabalho anódino, sem nenhum tipo de interesse. Teríamos que transportar a personalidade do autor. De resto, este foi a única maneira de nos interessarmos por este projeto. Por um outro lado, respeitar Pratt, que não veria feita justiça se emulado de um modo sistemático, mas sim, o que queremos conseguir é dar ao leitor à atmosfera 'Pratteana' para que as personagens possam participar em aventuras, tendo em conta que a hora de Corto já está feita, acabou quando Hugo Pratt faleceu. Era este aspecto que queria clarificar. Em nenhum momento quisemos fazer uma cópia.

Vocês preocuparam-se com a cronologia onde vão colocar as vossas histórias, comparadas com as histórias de Pratt?
-        Digamos, o Juan Díaz está interessado em preencher os espaços em que não sabemos o que aconteceu com o Corto. Hugo Pratt desenhou Corto Maltese de um modo um pouco aleatório. Há uma cronologia que pode ser resumida perfeitamente, mas ora ia para o futuro ora voltava para o passado. Todo este tempo é coerente mas há espaços em que não sabemos nada da personagem. O que gostaríamos de fazer é ir buscar estes anos e criar novas aventuras sem que a cronologia da personagem se ressinta. É o nosso desejo.

E vocês vão usar as personagens que já são conhecidas?
-        Vamos usar algumas vezes, mas não estamos obrigados a fazê-lo. A nossa intenção, como é evidente, é que surja uma nova criação, não fazermos um deja vu, algo já visto, mas termos em conta esse factor, porque o aficionado, o conhecedor de Corto Maltese terá algumas ideias em respeito à obra já publicada de Pratt. Temos que pensar que parte deste projecto está dirigido a novos leitores, não é necessário estar só a recorrer ao catálogo de personagens de Hugo Pratt a todo o momento. O interesse também é que hajam novas personagens diferentes, com prismas diferentes mas com um enfoque conjunto no Corto Maltese.

Temos dois autores espanhóis, a trabalhar para uma editora francesa, numa personagem criada por um italiano? Há dificuldades em todos este processo de criar novas histórias, do que as várias partes envolvidas entendem o que deve ser Corto Maltese?
-        Digamos que, em Corto Maltese, o próprio Hugo Pratt é italiano, viveu na Argentina e trabalhou para Inglaterra. Corto Maltese foi reenvidicado em França como sendo francês, os italianos entendem-no como seu. É uma mistura, é como a personagem, é um cidadão mundo. Nesse aspecto, pouco importa se a mãe de Corto é cigana, há toda uma mistura ligada à personagem. É verdade que os franceses o consideram seu, os italianos também através do seu autor. Tudo isto é respeitável. Temos que compreender e não esquecer o que foi feito com ele, não precisamos de ir buscar uma nacionalidade para uma personagem que não tem nenhuma. Não vem ao caso. O projecto segue em frente feito por dois espanhóis, eu sou catalão, o Juan é de Madrid, a Casterman é a editora francesa, de Itália vem a Rizzoli, é uma mistura que é muito interessante.

Não é uma personagem tua, tens muita interferência editorial? O Juan tem de escrever dentro de certos parâmetros e tu tens de desenhar dentro de certos parâmetros?
-        Foi aquilo que comentei há pouco. Nas nossas condições pré-contratuais, não queríamos estar atados a uma exigência de fazer uma mera cópia. Consideramo-nos autores com as nossas próprias personalidades e os nossos próprios desejos. No que diz respeito à obra de Pratt, quisemos distanciar-nos como autores, e isto os editores aceitaram perfeitamente, não nos impuseram nenhum tipo de problema. Evidentemente, existem parâmetros que nós mesmos já os tínhamos visto, que teríamos que aplicar, são componentes, como a narração que costuma ser usada naquelas histórias é de um modo. É uma série de componentes que são evidentemente 'Pratteanos', no que diz respeito ao estilismo de personagens, aos espaços, ao modo como as personagens são apresentadas. Tudo isto é o que queríamos fazer, no meu caso volto a um estilo do início, em que Pratt era uma referência, foi durante muitos anos, e não me custou muito regressar. Voltei no modo de desenhar ao passado, ao início, buscar a soltura do traço, das manchas, que com o tempo havia deixado um pouco lado, porque tinha procurado por outros caminhos, mais sofisticados talvez, outros tipos de história, como Dieter Lumpen, que cada vez ficaram mais intimistas, com um outro tipo de roteiro.

Eu li a tua segunda história de Dieter Lumpen, que foi publicada em português na série brasileira Graphic Novel. Quanto de Dieter Lumpen estás a usar para fazer Corto Maltese?
-        Penso que, quem conhece a minha obra, quem conhece Dieter Lumpen vai identificar muito dele, muito mais do que eu fiz posteriormente. Em Dieter Lumpen estão muitos dos elementos que creio que tem a ver com uma BD de aventuras, e reflectiu-se em Corto Maltese. Penso que não me deixa muito longe deste espírito 'Pratteano' que foi uma grande influência em mim, evidentemente. Não és o primeiro a dizer-me, tive muitas pessoas especializadas que comentaram isso, é evidente. São personagens parecidos, cidadãos do mundo, é como se fosse o sobrinho pobre de Corto Maltese, o Dieter Lumpen é um pouco isso. Vão haver muitos comentários.

A influência de Pratt está a regressar a casa, pode-se dizer?
-        Sim, sim, a influência de Pratt está de volta. Para mim é um regresso à Aventura, com maiúsculas, porque é verdade. É super-emocionante, é um livro, que é evidente para o leitor, que vai ver que não é um livro de entrega autorial. Tanto eu como o Juan sentimos a aura de Pratt, gostamos muitíssimo. O que se vê nas páginas do álbum é o nosso amor pela obra de Pratt.

Vens à Comicon aqui em Portugal, onde Corto Maltese é uma personagem muito popular entre as gerações mais velhas. Queres sossegar os leitores antigos ao mesmo tempo que podes ganhar novos leitores? Queres ficar conhecido como o novo Hugo Pratt em Portugal?
-        Isso deixo-o aos leitores. Penso que a expectativa é esta. Estamos conscientes que Corto Maltese tem uma legião enorme de leitores que a ligação com eles está feita para continuar com ele. Penso que há matizes diferentes, tipos diferentes de leitor, não há leitor tão exigente que não queira saber de nada do regresso da personagem. Há aquele leitor que está interessado a voltar a ler, a ver o Corto mover-se em novas aventuras, porque tem uma recordação intensa da personagem, há o novo leitor que está entusiasmado porque este é um novo projecto meu com Juan Díaz Canales, e há outro leitor que desconhece Corto Maltese e que nunca o leu, e isto vai motivá-lo para ir à procura do Corto Maltese original. Há uma amálgama de emoções e de paixões neste projecto. Vivemo-lo todos. Penso que é um ritmo intenso, não vais só vender um livro ao público e ver como corre, são muitas coisas que estão postas a li, e digo-te que se não tivéssemos feito isto com grande amor pela obra não poderíamos ter ido em frente. Foi um projecto difícil de chegar ao final, sobretudo mais ainda porque é um projecto que custou muito, com muitas edições publicadas em três países ao mesmo tempo. Isto implica uma série de problemas logísticos bastante importantes.

Quando vieres a Portugal apresentar o teu livro, vais trazer algum material novo de Corto Maltese para mostrar aos fãs portugueses?
-        É difícil isso, porque este primeiro livro de Corto Maltese está complicado. Vou tentar fazer alguma coisa, porque alguma arte agora está a ir de um lado para o outro, o museu Hergé está a fazer uma exposição e tudo isso tem que ser estudado e valorizado. Gostava de trazer comigo algumas páginas, claro. São páginas que também estão valorizados e têm que ser tratadas com algum cuidado. Mas, sim, gostaria de ir a Portugal com alguma coisinha. Temos que ver se dá para fazer um acordo com a organização da Comicon, do festival.

Eu conhecia-te do Dieter Lumpen, mas nos últimos anos não há muito material teu que tenha chegado a Portugal, só quem compra os livros franceses.
-        Tem sido um problema. Penso que chegou a Portugal quando fiz o Dieter Lumpen, quando eu estava na Norma. Também chegou quando estive na Glénat, havia o público de Âromm, parece-me, mas toda a etapa que fiz na Bélgica e França nunca foi editada em português. São histórias mais complexas, os editores não arriscam em comprar os direitos de autor. Nem é uma área onde mostrei algum interesse, não conheço o mercado português e não tenho muitos contactos com editoras portuguesas. Acho que há uma editora, se não me engano, Axa, é isso?

Asa. Que substituiu a Meribérica para publicar material francês.
-        Com Esta editora ainda tive algum contacto, mas nunca tive muito contacto com as editoras portuguesas.

Foi difícil a adaptação do mercado editorial espanhol para o mercado editorial francês?
-        Digamos que o mercado francês mudou. No princípio, não estavam tão receptivos a autores estrangeiros. Era muito mais difícil. Aproximei-me de França para levar Lumpen directamente, queria tratar directamente com as editoras francesas. Custou-nos muito, a mim e ao Jorge, adaptarmo-nos, não pela qualidade do nosso trabalho, mas porque não estávamos acostumados ao trato com os autores. Isto já evoluiu e agora estão mais abertas, desde que tenhas qualidade, com uns passos simples consegues publicar em França. O que se passa é que antes haviam mais condicionamentos, tinhas que levar um produto que estava mais dentro do que era dominante, a linha clara, um tema histórico, com um estilo muito limpo. Isto foi mudando, agora já podes entrar no mercado francês com um estilo totalmente de autor, criativo, pessoal. Se fores bom, não vais ter problemas para seres publicado lá. Agora não há nenhum tipo de adaptação, são publicadas obras que até têm que ver com uma temática concretamente espanhola e publicam-na na mesma. Antes tinhas que fazer um tema muito internacional, algo que pudessem publicar em todo o lado, ou então algo que tratasse de uma história de França ou problemas franceses.

Quando foste para França, deixaste de trabalhar com o Jorge Zentner para trabalhares com o Denis Lapière. Como foi a mudança de autor para fazeres os cenários?
-        Bem, com o Jorge foi, digamos, fomos evoluindo a pouco e pouco, e com o Denis Lapière, foi uma mudança radical. Trabalhava com o Jorge de um modo muito mais em conjunto, discutíamos as histórias antes de as fazermos. Tínhamos uma ligação mais próxima nesse aspecto. Com Denis Lapière e outros argumentistas que vieram depois, sempre foi com um formato mais profissional. Já conheciam o meu trabalho, de referência, sabiam com quem iam publicar, davam-me um guião completo, e pouco mais havia a discutir, e deixavam nas mainhas mãos a produção da história. Esse aspecto mais aventureiro que tinha com o Jorge desapareceu. Por outro lado, também ganhei com os argumentistas com que trabalhei, em formato álbum francês, conheciam muito melhor os interesses do público francês, mais do que nós, e no aspecto comercial sabiam muito mais construir as histórias com base nisso.

Lapière é o novo guionista do Michel Vaillant, que foi publicado em Portugal. Como trabalhaste com ele, não estiveste na lista para seres o novo artista de Michel Vaillant?
-        Não, esta personagem nunca me interessou muito. Gosto muito pouco de desenhar máquinas e carros. É um trabalho muito diferente do que as figuras, é um trabalho para especialista.

Muitos artistas espanhóis começaram a trabalhar nos anos 80 e 90 para o mercado americano. Nunca tiveste interesse em trabalhar lá?
-        O mercado americano, dos superheróis? Sempre o encarei como uma coisa que está muito longe, porque não sei inglês. Parecia-me um obstáculo enorme. Na época de Dieter Lumpen tínhamos sido publicados na Heavy Metal, mas foi só muitos anos depois que me dei conta que os Estados Unidos que alguns desenhadores e alguns profissionais tinham-me em boa conta. Dá-me muita satisfação mas a língua impedia-me. Foi mais tarde por indicação de um agente que os contactei e isso facilitou fazer Batman: Black & White. Poderia ter gostado mais noutro tempo mas agora o carro já passou. Se bem que, a porta sempre esteve aberta para estar com eles porque um dos factores de que gosto mais no mercado americano que no francês, é que a acção e as sombras acabam por funcionar muito bem. Gosto disso. No mercado francês trabalham mais com as cores, o negro permite-me trabalhar mais com arte-final. No mercado americano, nos superheróis sempre gostei mais de DC do que de Marvel. É um comic onde podes trabalhar mais com histórias tipo policial, e não os de capa e uniforme que andam por aí, que não os sigo.

Vi que Dieter Lumpen vai ser publicado em inglês pela IDW, este ano.
-        Sim, vai ser publicado em inglês, espero que não demore muito. Foi um integral que foi feito o ano passado, foi distribuído e agora vai ser publicado lá. É a mesma editora que também está a publicar Corto Maltese nos Estados Unidos. Também vai publicar Dieter Lumpen. É emocionante que também seja publicado Dieter Lumpen.

Também é a mesma editora que publicou Torpedo. Isto permite seres conhecido por novos leitores. Assim, queres mandar uma mensagem para os leitores que te vão conhecer na Comi Con?
-        Gostaria de dizer que se puderem ir ao Porto, nunca lá estive e é uma oportunidade para vos cumprimentar. Mando-vos um forte abraço daqui e espero que tenhamos oportunidade para falar um pouco mais. Somos vizinhos e estou entusiasmado por estar aí em pessoa.


Rubén Pellejero e Juan Díaz Canales vão estar presentes na Comic Con Portugal, no Porto. Não se esqueçam de comprar o novo Corto Maltese e tirar os obras antigas destes autores da prateleira.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Séries TV: Arrow - Temporada 4 (início)



Arrow iniciou em Outubro a sua 4ª temporada. E claro, todos os geeks com tremores de felicidade (eu incluído).
:)

Depois de um final que eu achei fraco na 3ª temporada, a entrada da série neste novo ciclo foi também um pouco estranha, só podia…
O início foi titubeante, procurou dar a “cor” para o que se tinha passado anteriormente mas finalmente Arrow passou a ser Green Arrow, e o arranque para o 2º episódio esteve a bom nível.



Descobrimos um bom vilão, Damien Darhk, com recursos mágicos (sobrenaturais) e um Quentin Lance apanhado numa teia muito cinzenta. Aliás, a família Lance é pródiga em drama, e neste arranque faz jus a isto mesmo.

Penso que Quentin Lance anda a provocar alguns problemas na escrita dos argumentos, visto ser isso mesmo, uma personagem cinzenta que não é boa nem má, mas que ao mesmo tempo é um contraponto à figura do Green Arrow.

Já vi os 6 episódios e sinceramente gostei. Acho que está a subir em adrenalina e irá continuar assim até ao clímax da mid season. Muito dificilmente chegará às 5 estrelas da 1ª temporada, mas se ficar nas 4 estrelas será muito bom!

E agora os spoilers. A partir daqui é por vossa conta e não me venham chatear que eu vos estraguei a surpresa… :P



Como se tinha visto no season finale, Oliver e Felicity partiram de Starling City e foram viver em paz e sossego para longe, deixando a cidade ao cuidado da Black Canary, Speedy e Diggle.
Mas para um vilão do calibre de Damien Darhk a coisa torna-se difícil…

Oliver acaba por descobrir que afinal Felicity continuava a ajudar os seus amigos, colocando algum stress na relação, e perante o pedido de ajuda lá voltam a cidade que agora se chama Star City (YaY).

O regresso trouxe atritos, visto que Oliver saiu com assuntos inacabados sobretudo com Diggle… mais, Thea (Speedy) começa a ter efeitos colaterais por ter usado o Poço de Lázaro, surgindo em frenesins de violência.


Darkh mostra várias vezes o seu potencial malvado usando artes negras para os seus fins, mas é ainda mostrado que de algum modo tinha o chefe da polícia (Quentin Lance) na mão.
Descobre-se que a HIVE, que Darkh comanda, foi responsável pela morte do irmão de Diggle, e também se fica a saber que este afinal também não era flor que se cheirasse… (para tristeza de Diggle).

Laurel acaba por dizer que vai levar Thea para um spa, para tratar da sua agressividade, mas o destino é Nanda Parbat, e a encomenda é Sara Lance com objectivo Poço de Lázaro.
As duas exumam o corpo de Sara e Thea convence Malcolm Merlyn a usar o Poço em Sara. Apesar de todas opiniões adversas, visto que Sara estava morta fazia tempo e poderia sair do Poço completamente diferente, a situação acaba por se dar, com Nyssa à beira de um ataque de nervos…


A cena da saída de Sara do Poço foi espectacular, diga-se…!
Como resultado disto temos uma Sara que não é Sara mas sim apenas um animal sedento de sangue de quem a tinha morto. E Nyssa destrói o Poço…

Oliver acaba por saber que Lance está comprometido com Darkh virando a situação ao contrário, pois sempre foi Lance o moralista, agora invertem-se os papéis!
Sara consegue fugir da “prisão” que Laurel tinha arranjado para ela, iniciando um rampage de fúria assassina da ex Canário à procura de quem a tinha morto, acabando por atacar pessoas inocentes.

Claro que Oliver acaba por saber o que Laurel e Thea tinham feito no “spa”…
É explicado que a fúria das pessoas que usam o Poço é direccionada para quem os feriu, e que só acalma de vez se matarem essa mesma pessoa. No caso de Thea não há hipótese porque Ras al Ghul está morto, então ela tem de matar de vez em quando para acalmar durante uns tempos. No caso de Sara é diferente…

Sabe-se que Ray Palmer afinal não está morto, mas sim aprisionado em modo minúsculo por Darkh! Sim, vemos pela 1ª vez o Atom em tamanho pequeno. Claro que a equipa Green Arrow consegue resgatar este herói.


E para falar em aparições… quem é que Oliver contacta para lidar com o caso de Sara? Nada mais nada menos que o nosso amigo do sobrenatural John Constantine! Isso mesmo!
Mas apesar de eu ter gostado da cena da sua aparição em Arrow, achei que o resgate da alma da Sara foi demasiado fácil.

Relativamente à 2ª linha de história, o passado de Oliver, ainda não tenho opinião formada sobre isso. Pode sair uma coisa boa, ou pode ser uma grande cagada… :D

Claro que faltam aqui muitos pormenores, mas bolas, não dava para estar aqui a escrever tudo! Gostei deste início de série, sim!

De qualquer modo posso adiantar que uma personagem importante vai morrer mesmo, que Zatanna e Damian Wayne entrarão, e que o horrível capacete do Diggle também desaparece :D
Fiquem com o trailer do 7º episódio....





Aceitam-se apostas para quem vai morrer. Eu aposto em Felicity Smoak! ;)

Boas leituras



sábado, 14 de novembro de 2015

Ilustração: Ataques em Paris por Joann Sfar
Attacks in Paris by Joann Sfar
Attaques à Paris pour Joann Sfar


 8 - Amigos de todo o mundo, obrigado por #prayforParis, mas nós não precisamos de mais religião! A nossa fé vai para a música! Beijos! Vida! Champanhe e alegria! #Parisisaboutlife

Joann Sfar, conhecido em Portugal pela sua série Donjon, vomitou o seu asco pelo que aconteceu em Paris da única maneira que sabe: pelo desenho.
Apresento três deles neste post.



1 - A França é um velho país, onde os amantes se podem abraçar livremente.

2 - Paris é a nossa capital. Nós amamos a música, a embriaguez, a alegria.

Recados de Sfar para esta gente que não devia existir. A Europa é isso mesmo, liberdade despudorada, e este tipo de liberdade vai contra todos os ensinamentos de qualquer religião, sobretudo a desta "religião da paz".

Sfar errands for these people that should not exist. Europe is the owner of an unabashed freedom, and this kind of freedom goes against all the teachings of any religion, especially this one, the "religion of peace".

Podem ver mais no Instagram de Joann Sfar:

https://instagram.com/joannsfar/

Boas leituras


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

26º Amadora BD, a reportagem "ilegal"...



Durante 3 semanas esteve o 26º Amadora BD aberto ao público, com o núcleo principal no Fórum Luís de Camões e várias exposições espalhadas pela Amadora.

Dizia-se por parte da organização que a criança seria tema fulcral deste Amadora BD de 2015… era a premissa. Mas esta premissa, tal como desconfiei desde o início, foi apenas mais uma desculpa para IMPOR as personagens fetiches desta organização ao público, ou seja, aqueles bonecos sem graça chamados Quim e Manecas. Tiveram o seu tempo, foram importantes em alguma altura no tempo, mas apenas isso… mas esta organização tenta, e tenta, e tenta impor aquilo ao público. São bonecos datados a que nenhuma criança alguma vez irá ligar em 2015.
Ridículo! Ridículo…

Já agora, em Portugal existem bons autores de BD para crianças. Onde estavam eles? Onde estavam as exposições destes artistas? Nem para os autógrafos foram convidados. José Abrantes, Pedro Leitão, Carlos Rocha e Aida Teixeira (estes com um livro publicado recentemente que já vai na 2ª edição). Em contrapartida houve quem andasse a dar autógrafos nem sei porquê… amiguismos?

Por falar em autógrafos… este foi o ano mais fraco em matéria de artistas internacionais. Pobre mesmo. Eu pergunto… para onde vai mais de meio milhão de Euros?? A decoração foi feita com paletes de madeira, caixotes de cartão e ripas de madeira verde sem estar tratada (um perigo para os visitantes). As bancas e o tampo dos autógrafos eram de madeira reciclada de baixa qualidade. Pobre!
No que toca aos autógrafos, o público foi avisado com 3 horas de antecedência que o excelente Tardi iria dar autógrafos. Ridículo!

Na zona de exposições onde se situava também o “auditório”, constavam se bem me lembro 6 exposições (para além da já costumeira exposição do concurso de BD). Não estavam más, mas fui habituado a muito melhor no Amadora BD, aliás, as exposições sempre foram o forte deste festival de BD. As outras exposições espalhadas pela Amadora seriam melhores? Talvez, acredito que sim. Para uns poucos de visitantes que batem as capelinhas todas, ou estão à espera que os visitantes “normais” de fora da Amadora andem a fazer um périplo pela cidade? Não com certeza…
As únicas exposições que estiveram ao nível do “antigamente” foram a do André Oliveira e a do Tony Sandoval. As outras estavam “normais” ao nível cénico.

Neste piso encontrava-se o parque infantil… lembram-se? As crianças eram o foco deste Amadora BD. Pois, deram-lhes um enorme playground para andarem aos saltos, mesas, papel e canetas para rabiscarem. Áh… e filmes curtos. Muitos. Quase tudo filmes da Europa de leste, parecia o programa do Vasco Granja... Mas afinal, era para as crianças se interessarem por BD ou para andarem aos saltos a fazer uma enorme barulheira na zona do “auditório”, onde era suposto haver um mínimo de silêncio?

O “auditório” era formado por paletes umas por cima das outras e forradas na parte de cima. Ou seja, uma pessoa que se sentasse ficava extraordinariamente confortável com a cabeça entre os joelhos. Mas já para os visitantes descansarem dessa posição, tínhamos a meio uma zona que dava para nos deitarmos e descansar um pouco a coluna e o cu.
O isolamento sonoro desta “sala” escura era feito com caixotes de cartão. Até que não estava feio, mas pede-se mais para uma sala deste género e rodeada pelo parque infantil. Mais, de início nem sequer distribuíram microfones para as pessoas que falavam no palco! Maravilhosamente ridículo!

Mas o cúmulo aconteceu quando eu estava a tirar fotos à primeira exposição, a única dedicada às crianças (ilustração [e não BD] infantil). Veio a menina da segurança perguntar-me se eu tinha autorização escrita para tirar fotos. Eu disse que não. E a menina disse que então eu não podia tirar fotos. Fiquei danado e fui embora. Este costume ridículo do Amadora BD já enerva… vou ao excelente festival de BD de Beja e não é preciso. Vou à enorme Comic Con no Porto, e não é preciso. Vou a Angoulême (um dos maiores e melhores festivais no mundo) e não preciso. Vou ao pior festival destes todos e é só burocracias completamente parvas. Nunca irei pedir autorização para tirar fotografias num evento deste género em que paguei bilhete. Nunca. Isso era rebaixar-me a um costume burocrático bacoco. E toda a gente devia fazer o mesmo.

Como curiosidade, na exposição da Tertúlia BD patente neste piso tinha fotografias desses encontros a correr num monitor. Ora, eu contei uma dúzia de fotos em que eu estava presente e reconhecível (uma delas um grande plano) e ninguém me pediu autorização para que a minha pessoa estivesse “exposta” desta maneira no festival! Dois pesos e duas medidas?

E já agora... o ridículo que foi aquela atoarda do "Ano Editorial 2015" na vertente das revistas em que o nome da "coisa" era a "Invasão das revistas". Sim, houve uma invasão de revistas, a qual foi exemplificada com uma Comix, uma Minnie & Friends e outra dos Simpsons. Isto é que foi uma invasão (lol)! Presas com corrente para ninguém roubar (re-lol) e duas delas já descontinuadas (re-re-lol). Têm noção do ridículo? Têm?? Não, não têm...

Mas depois logo no dia seguinte fui lá novamente com a máquina preparadíssima para tirar fotos. E tirei, às escondidas… parecia que andava a esconder droga. Daí o nome deste post: 26º Amadora BD: Uma reportagem ilegal.

Falta falar mal do cartaz. HORRÍVEL HORRÍVEL HORRÍVEL!
Acho que não preciso falar mais do cartaz.


Positivo, a zona comercial finalmente no piso superior. Luz e cor para atrair os visitantes e para os levar a comprar livros (é a finalidade da BD, certo?). Os autógrafos ficavam estrategicamente no espaço central deste piso e logicamente toda esta situação potenciou vendas. Não tenho dados das lojas, mas vi muita gente a comprar.


E finalmente, o outro aspecto positivo foi o convívio. Um bom grupo de fãs reuniu-se para dois almoços, e muita conversa. Para além dos muitos livros e lojas cheias de luz este foi o outro aspecto positivo, mas para o qual a organização do Amadora BD não contribuiu.


Este foi o pior Amadora BD desde que eu visito este festival (exceptuando os dois pontos positivos). Custou, segundo consta 600 mil Euros, mais de meio milhão de Euros dos contribuintes portugueses, e fizeram aquela coisa pobre. Acho que esta é a palavra certa: POBRE.
Digam o que quiserem, o Amadora BD posicionou-se bem abaixo do Festival de Beja.
Regrediu, cheira a mofo, e possui muita falta de inteligência organizativa. Continua a primar pelos amiguismos e pelo cinzentismo.


E já agora, não venham com essas tretas para enganar contribuintes, a dizer que o festival teve 30 mil visitantes, ou outros números parecidos. As crianças que enfiam nos autocarros vindas das escolas não são visitantes. A maior parte nem sequer pode escolher se quer ir ou não. Saem da escola, vão para o autocarro, passam pelas exposições a correr, e nem têm tempo para comprar um livro. Isto não conta. Não enganem os contribuintes por favor.


Como é lógico não tenho muitas fotos, apenas consegui fotografar no 2º dia, embora tenha ido lá durante os três fins-de-semana. Mas fui apenas para comprar livros e conviver um pouco com alguns amigos.

Tenho muita pena que o Amadora BD esteja nas mãos de pessoas que de BD não percebem nada, que persistem em impor fetiches a que o público não liga nenhuma, enfim, nunca mais se livram que digam que o Amadora BD é organizado por amadores. Este ano foi assim. E espero que tenham dois dedos de testa e não continuem a persistir na ideia que são o maior festival de BD em Portugal. Não são. Facto. Ponto.


Tudo isto é a apenas a minha opinião, como tal passível de ser refutada.
E também posso dizer que este post foi-me difícil de fazer, aliás, estive mesmo para ignorar este Amadora BD ao nível da reportagem para o LBD, mas não. Teve de ser.

Fiquem com as fotos possíveis.
À esquerda imagens da exposição de Vera Tavares (Ilustração Infantil).





Em baixo imagens da exposição dedicada a André Oliveira.






Em baixo imagens da exposição dedicada a Tony Sandoval.





Em baixo imagens da exposição dedicada à editora Chili com Carne.






Em baixo imagens da exposição dedicada a Álvaro.




Em baixo imagens da exposição dedicada a Jim del Monaco (Luís Louro).





Osvaldo Medina e José de Freitas




A "Invasão das Revistas"........ (lol)




Os grandes ausentes, ou seja, exposições e presença de autores Infanto-Juvenis.



E pronto, foram as fotos possíveis, tiradas à socapa .
Se alguém se lembrar de mais alguma coisa de que eu me tenha esquecido, é só colocar em comentário.
(Até dizer que foi o maior e melhor festival de sempre.... lol)


Boas leituras



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