terça-feira, 18 de setembro de 2012

Opiniões Várias Sobre a Banda Desenhada em Portugal


Já há uns tempos que ando calado mostrando uns livros e umas imagens e o blogue tende a tornar-se monótono.
Assim lá vou hoje arranjar mais uns tipos que vão ficar chateados comigo! É a vida…

Primeiro quero falar de coisas agradáveis.
Existem alguns protagonistas neste meio que têm decididamente o meu aplauso. E porque não tenho medo de falar em nomes posso enumerar dois por razões diferentes. Atenção, outros que primam pelo amor que têm à Banda Desenhada também têm o meu respeito! Nada de confusões…

Primeiro quero salientar o papel editorial da Maria José Pereira que, contra todas as dificuldades que tem dentro da ASA/Leya, tem conseguido trazer-nos livros de qualidade europeia, com capas desenhadas pelos autores apenas para NÓS portugueses (sim, os franceses já ficaram com inveja de nós…).
De notar que apesar do corte editorial da ASA no departamento de BD, esta continuou a publicar séries on-going, iniciar outras e muito importante: estar aberta aos autores portugueses.
Não publica Comics? Não. Outros o façam, não é a especialidade “da casa” portanto outros que se cheguem à frente. Críticas antigas? Séries canceladas, pois, pelos vistos (devagarinho) o departamento de BD da ASA tem andado a continuar, conforme deixam na Leya ou conforme as vendas para o público: Bouncer, Murena, Armazém Central, Thorgal, Escorpião, Gato do Rabino, Águias de Roma para dar alguns exemplos. Reedições com roupagem nova como o Corto Maltese, que esgotam apesar do preço, Asterix de cara lavada para o filme de Outubro, Alix e o Vagabundo dos Limbos para os nostálgicos. Bom… já perceberam, não vou ser exaustivo!
Fora dos livros, esta responsável editorial conseguiu o feito de arranjar um espaço EXCLUSIVO para a BD numa livraria da Leya, a Buchholz, só dedicado a pequenos eventos de Banda Desenhada. Parece fácil? Então tentem fazer o mesmo!

Numa vertente comercial bastante agressiva, mas com qualidade e garra, destaco Mário Freitas o responsável da Kingpin. Chamou a si um dos grandes festivais de BD em Portugal, iniciativa própria, e sem apoios monetários de ninguém, conseguindo a diálise entre a Manga/Anime e os Comics. Isto está impresso no nome. Mas isso foi o início! São apresentados livros, exposições e debates com autores estrangeiros de qualidade, e autógrafos. Mas… e os autores portuguese? Passam por lá também praticamente nos mesmos moldes. Como juntar e colar isto tudo? Muita animação proporcionada por Cosplayers e muita juventude! É uma festa na BD portuguesa!

As lojas de BD estão mal? A Kingpin não se queixa. Grande marketing e agressividade comercial levam a marca a uma posição não de sobrevivência, mas de vivência. A Kingpin está em todos os eventos (ou quase) sempre com boas bancas, e incrivelmente… vende! Porque será? Talvez porque se esteja sempre a reinventar cada vez que é necessário. Edição de livros? Pois, a Kingpin também o faz. Com as limitações de uma pequena empresa, não entra em loucuras e vai pondo o seu símbolo nas lombadas de alguns livros de qualidade (infelizmente com tiragens pequenas), mas estranhamente ignorados no nosso meio bedéfilo. Porquê? Eu até podia dizer, mas ficava-me mal. Mário Freitas pode ser um dínamo em pessoa, mas como é lógico boa parte do seu sucesso é saber rodear-se das pessoas certas nas alturas certas, mas para fazer isso também é preciso saber cativar e motivar os colaboradores!

O meu “prémio resiliência” vai para o Paulo Monteiro!
Um festival organizado por uma Câmara Municipal tem destes problemas… falta o dinheiro no país, e a torneira fecha-se para este tipo de eventos culturais. O Paulo Monteiro conseguiu ao longo dos anos fazer um dos festivais mais agradáveis a que eu já fui. Já falei bastante noutras alturas sobre as características únicas deste festival (basta clicarem na “tag” FIBDB), e fazer um festival internacional de BD numa cidade muito interior de Portugal é obra!
Este ano o Paulo Monteiro viu inicialmente este festival ser praticamente cancelado devido à crise… Baixou os braços? Não. Desistiu? Não! Foi para a frente com os amigos que arranjou ao longo do tempo fazendo um festival com a “prata da casa” e curtíssimos apoios financeiros. Não teve o brilho de outras alturas, mas não deslustrou em nada a BD. Conseguiu um programa diabólico, sem parar, e sempre ao minuto para que tudo o que organizou estivesse no ar a horas e de acordo com o programa. Coragem e empreendedorismo! É o Paulo Monteiro!

Outras editoras para além das que já falei neste texto também merecem referência. A Devir não publicou muitos livros, mas conseguiu pôr à disposição dos portugueses uma grande obra da BD mundial: Blankets! Os meus parabéns por isso, foi uma grande edição em capa dura mas temo que os portugueses na sua generalidade não mereçam obras deste calibre. Espero sinceramente que tenha vendido bem para talvez Habibi ser publicado também. Quanto às restantes publicações desta editora tenho a dizer o seguinte… Publicar o excelente Manga Death Note em português é bom! Muito bom! Mas… uma série que já foi terminada no original e em inglês há muito tempo, e nem sequer tem muitos volumes, tem de ter um ritmo certo de publicação. Isso não acontece. Uma série destas tinha de ter pelo menos três volumes publicados por ano num ritmo constante. Outra grande série que esta editora se propôs a publicar foi Walking Dead. No original vai no Vol.16, e aqui está a ser publicada ao ritmo da série de TV! Ou seja… nunca mais chegamos lá, a não que comecemos a comprar em inglês!
Qual é o aspecto negativo desta irregularidade de publicação, para não falar na míngua que é um livro por ano? O fantasma do cancelamento! Sobretudo no que respeita a Death Note. Nunca mais sai o próximo, e algumas pessoas que não costumam comprar em inglês começam a atrever-se agora! Isto é muito pernicioso para o nosso mercado, e para as outras editoras. As pessoas descobrem que podem comprar facilmente importados e não é assim tão difícil de ler!

A Contraponto surge no mercado com outra grande obra autobiográfica: Persepolis. Num único volume, que pareceu um golpe de mágica, eis que surge esta obra premiada em todo o mundo. Mas a Contraponto depois disso já publicou mais dois livros de BD! Vamos a ver se é para continuar.
Mas não foi só a Contraponto a surpreender, a Saída de Emergência depois da obra de David Soares “É de Noite que Faço as Perguntas”, com que iniciou o seu catálogo de BD (corrijam-me se estiver enganado), publica O Cavaleiro de Westeros! Espero que esta editora também inicie a série principal de George R.R. Martin em BD (não sei se é pedir de mais…)!
A Booksmile dá a ideia que apanhou um susto comercial com o excelente Scott Pilgrim, e penso que abandonou a BD…

Falando de concursos, eventos e festivais.
Tivemos festivais que sobreviveram (Beja) felizmente. Esperemos que para o ano tudo corra ainda melhor a este festival. O Amadora BD não sei se vai continuar na mesma, se se vai modificar, melhorar, piorar, enfim daqui a um mês vamos descobrir! Gostaria que este festival ouvisse mais os diferentes agentes que o tornam mais interessante na medida do possível, como lojas e editores. Aliás, vou cobrar aqui o que o seu director disse em Novembro do ano passado: “Quando o festival acabar, passado um mês vou reunir com os lojistas e editores para delinearmos uma estratégia comum de modo a tornar o festival melhor e mais apelativo”.
Que eu saiba isto nunca aconteceu, o Nelson Dona que me desculpe, mas acho que só disse aquilo para calar o pessoal que estava dentro da sala e depois não pensou mais no assunto! Não é a melhor maneira de lidar com os problemas. Por isso o festival da Amadora pouco tem evoluído desde que me lembro dele…
Anicomics. Exactamente o contrário! Sempre a inovar, a maturar novas ideias, dinamismo, velocidade, horários razoavelmente cumpridos. Um festival cada vez maior, embora eu gostasse que o peso dos comics fosse maior na animação ao redor deste festival de Lisboa!
Faço um repto aos Cosplayers, para o ano em vez de representarem figuras Manga, tragam personagens dos Comics!
O MAB. Por razões já amplamente debatidas não funcionou. Seria um bom festival de BD se tivesse uma organização mais estruturada e experiente, apoiada em pessoas já com algum “know how” de tudo quanto rodeia um festival, um festival de BD não é só autores. Se houver novo MAB, que tenham isso em conta!
Pequenos festivais de BD que vão aparecendo nalgumas cidades mais pequenas. Bom, eu admiro o gosto que estas pessoas têm pela BD e provavelmente fartam-se de trabalhar para que as exposições sejam as mais apelativas possíveis. Eu respeito mesmo o que fazem, porque merece respeito. Mas faço a pergunta, no figurino em que estão a ser apresentados ao público acham que funciona mesmo? As temáticas são ao gosto de quem? Pois. Eu tenho como certeza absoluta que neste momento de crise das Câmaras cada evento de BD TEM de contar! Não é só fazer porque gostamos. Temos de escolher um público-alvo que dê continuidade ao nosso trabalho, ou seja jovens. E os jovens não querem neste momento admirar obras de autores já passados! Foram importantes e devem ser respeitados, mas as temáticas, autores e figurinos de exposição têm de ser adaptados para outras pessoas. Dizem-me… “Áhh… tu és só garganta! Diz-me tu como fazer isso!” Eu digo. Com muita imaginação! E cada caso é um caso, portanto quem se propõe a fazer estes eventos que ponha a imaginação a funcionar, e dinâmica em cima! Não vale a pena fazer mostras de BD apenas com autores que já passaram e com exposições (não estou dizer se são boas ou más) nos moldes tradicionais. Assim só terão uns quantos visitantes com mais de 35 anos de idade, ou 40! E os mais novos vão-se apercebendo dessa situação e deixam de ligar mesmo: “Áhh, aquilo é tipo uma cena póhs cotas…”.
Por isso eu digo, façam contar cada evento, sejam certeiros. Criatividade é a chave! Há que chamar a juventude para a BD e não é com certeza dentro daquele figurino tradicional que se aproximarão de uma dessas mostras de BD. (Estou a ser generalista, claro).
Depois temos outros tipos de eventos que se pretendem como eventos de BD, mas acabam por não o ser. Posso falar do Portusaki nesta categoria. Evento com duas edições este ano, em que a primeira foi praticamente toda orientada para a cultura oriental, e a segunda tentou ser mais abrangente com alguns autores de BD a darem autógrafos e a entrega dos Troféus Central Comics. Pelo que vi das fotos e ouvi de pessoas que lá foram isto não foi conseguido. A parte BD não funcionou! Para aliciar as pessoas que gostam de ir a eventos de BD é necessário ter nomes que chamem e ter uma programação à volta delas que funcione, por exemplo boas exposições, e debates participativos. Não é por dizer aqui estão o Jorge Coelho, o Filipe Melo e o Sama que as pessoas vão a correr para lá. Ou seja a parte BD deste evento ficou completamente escondida pelo resto do cartaz de actividades. Podem dizer “não estiveste lá”… é verdade não estive, mas tenho a informação de pessoas que lá estiveram! Comercialmente parece que não correu muito bem, e ao nível das actividades de cartaz apenas não tenho informação daquelas de cariz oriental e Cosplay, mas pelas reacções nas redes sociais não me pareceu que tivesse aquele entusiasmo pós-evento normal. Para todos os efeitos, o estigma de ser um evento virado para a cultura oriental ficou, e a parte de BD (que é a que interessa para mim) não teve a expressão desejada. Logo, e na minha opinião, é um evento falhado na vertente BD, logo não o considero sequer representativo como festival desta arte.

Em relação a lojas de BD activas no mercado existem poucas, infelizmente. Desapareceram algumas por várias razões, outras pelas razões contrárias continuam no mercado.
Para uma loja especializada em BD subsistir tem de trabalhar muito bem. Tanto na apresentação do seu produto, inovação criativa de modo a chamar a atenção e conseguir colocar as pessoas dentro da loja. Umas não precisam tanto disto devido a uma boa localização e tradição, caso da BD Mania, outras trabalham para “obrigar” as pessoas a entrar, caso da Kingpin e do Mundo Fantasma. Fazem-no com festas, exposições e lançamento de livros. Um livreiro tem de ser muito imaginativo para vender este produto. A Dr. Kartoon de Coimbra penso que também andará a trabalhar bem, visto que nunca ouvi ninguém queixar-se dessa loja. Aqueles que não trabalharam bem com certeza não tiveram o sucesso pretendido, o que acabou por nalguns casos a obrigar ao fecho da loja.
Mais, existe uma situação perniciosa agarrada ao fecho destas lojas: Os seus donos para minimizarem perdas do seu mau negócio fazem uma coisa que agrada a curto prazo aos leitores, ou seja venda ao desbarato! Para além de não terem trabalhado bem enquanto tiveram a loja, estragam o negócio a quem trabalha bem. Ou seja, nestes turbilhões de saldos acabam por de algum modo arrastar o negócio de outros para trás. Isto num negócio a nível nacional (tipo venda de batata frita) não trazia problema nenhum, há muita gente a comprar e o produto é vendido em todo o lado, agora num negócio onde existem poucas lojas, pode ser mortal para aquelas que ainda estão vivas! Áhh… o leitor gosta, claro… mas se as outras lojas começarem a desaparecer se calhar não é assim tão bom!
Pegando neste assunto, e fazendo o arco para as livrarias generalistas. Continua a passar-se a mesma coisa com os restos da Meribérica. Conseguimos encontrar na mesma prateleira de uma livraria o mesmo livro de duas editoras, uma que faliu e o livro custa entre 1 a 3 EUR, e depois temos o livro de uma editora viva, que pagou os direitos desse livro, que teve de pagar gráficas e distribuidores a 12 ou 14 EUR! Isto é pernicioso falando no futuro, as pessoas deviam perceber isso. Gostam muito no presente e (incrível) chamam ladrões, como já ouvi, à editora que tem o livro mais caro!! No futuro… poderão ter mais uma editora fechada por causa do prejuízo que teve com essa edição, e depois o deserto editorial passa a ser maior…
Neste caso aponto o meu dedo às livrarias generalistas que vendem BD: FNAC, Bertrand e Bulhosa.
Para além de maltrataram a BD, não perceberem nada de BD, não quererem perceber nada de BD, escondem-na, juntam-na aos livros infantis de ilustração (e depois vemos uma criancinha de 6 anos a folhear um livro de Manara…), tem os livros de BD em más condições de acondicionamento apertando os livros na prateleira de tal maneira que lhes rebentam com as lombadas, e deixam as pessoas besuntarem completamente os livros ao levá-los para a parte de restauração para lerem enquanto comem o pequeno-almoço. Compro livros em 2ª mão em muito melhor condição que estes “novos” das livrarias generalistas!
A FNAC comete outro “crime”, esconde muita BD em português e mostra os importados de França e EUA. Lembro-me do Scott Pilgrim vol.3 em que a FNAC de Cascais tinha vários em exposição em inglês, e aqueles que estavam em português estavam dentro de uma gaveta. Isto é verdade! Aquelas gavetas que estão por baixo dos expositores estão CHEIAS de livros em português. Outros estão nas prateleiras todos misturados com os importados (em maior número) e como se isto não bastasse colocam muitas vezes os livros em francês em lugar de maior destaque que os mesmos livros traduzidos para português! Isto devia ser proibido!
Infelizmente são a maior cadeia que vende BD em Portugal, mas o trabalho que eles fazem em relação à BD portuguesa não é digno, antes pelo contrário. Nem me venham dizer que se não fossem eles não se venderia BD em português. Se calhar são quem vende mais, é certo, mas poderiam fazer muiiiito melhor o seu serviço. Uma coisa é vender, outra coisa é prestar um bom serviço à BD. A FNAC não o faz. Apenas vende a quem lá passar e por vezes em condições deploráveis de apresentação.

Relacionado com artistas. Temos bons artistas! Uns conseguiram trabalhar para fora, outros vão trabalhando cá dentro, mas infelizmente estes têm de ter outras fontes de rendimento porque a percentagem que lhes cabe da venda dos livros é insuficiente para se manterem com uma vida digna, devido às fracas tiragens e/ou vendas em Portugal.
Não vou destacar nomes porque aí teria de desenvolver um texto bem maior, o que neste momento, e para este post, é inviável. Apenas se pede que trabalhem, não deixem trabalhos a meio e os apresentem a quem possa editar. O NÃO está sempre garantido, tudo o resto é ganho!
De qualquer modo tenho de falar numa coisa que quem está de fora observa com uma certa frequência: Não é gabando trabalhos deficientes que estes se tornam bons, nem é por os amigos gabarem os nossos trabalhos que estes se tornam melhores. Eu por mim já desisti de fazer críticas (construtivas) ou apontando o que não está bem porque só me vou chatear depois, e às vezes com pessoas de quem eu até gosto. O meu repto é:
Não se gabem uns aos outros, mostrem antes o que podia ser melhorado e o que não está correcto. E não me digam que não se gabam uns aos outros, porque o Facebook e os blogues estão cheios disso…
Só vendo o que está mal para correcção futura é que se evolui.

Agora falando de divulgadores, e não vou falar de mim como é lógico (outros o façam se lhes apetecer). Não vou falar de jornalistas de BD por uma razão muito simples, não compro nem leio jornais (nem desportivos) portanto nem faço ideia se são bons artigos ou não. Vou falar do que conheço e tenho contacto diário.
Existem bastantes blogues, e cada administrador é dono do espaço que lhe é fornecido na internet para falar do que lhe apetece. Por isso não posso condenar ninguém por falar mais disto do que daquilo. São os gostos de cada um a imperar e pronto! Não fazemos negócio com os nossos blogues, somos livres de dizer barbaridades e escrever estas parvoíces, como eu neste momento.
Acho que na generalidade todos fazem um bom trabalho à sua maneira, e dentro das suas possibilidades. Os meus parabéns a todos!
Mas vou “criticar” um blogue:
O Kuentro. O seu administrador, o Jorge Machado-Dias tem algumas rubricas, e no meio delas de vez em quando opina. A minha crítica é a seguinte: porquê fazer “Recortes de Imprensa” de jornalistas que também têm blogues e fazem o mesmo neles de vez em quando. Ou seja por vezes o Kuentro tem o mesmo conteúdo do blogue do Pedro Cleto (Leituras do Pedro), e do João Lameiras (Por um Punhado de Imagens), e claro do artigo no jornal para onde estes escrevem… não sei até que ponto esta redundância dos mesmo artigos de opinião sobre algo traga uma real mais-valia. Porquê eu falo disto? Porque o Jorge Machado-Dias sabe escrever, sabe fazer críticas a livros, e tem opiniões (concorde-se com elas ou não) válidas para discussão. Mais, o Jorge Machado-Dias volta e meia diz que não se faz boa crítica a livros e diz que ele próprio vai começar a fazer, mas não faz. Por vezes quando se tocam em determinados assuntos nestes recortes diz que irá fazer um post de opinião sobre isso, mas não faz! Caramba Jorge, tu és um profissional da BD, FAZ homem! Já ninguém quer saber do “Jobat no Louletano”! Aproveita o tempo para falar de livros e escreveres as tuas crónicas de opinião!
Não entendas isto mal, isto é só para te espicaçar. Apenas acho que podias fazer muito mais e mais válido, em vez de transcreveres o que os outros escreveram.
Em relação ao Portal Central Comics. É um Portal bastante antigo sobre BD, já esteve mais activo do que neste momento, e não iria criticar o programa de assuntos e conteúdos que dão corpo ao Portal. Mas…
Mas eu tenho de falar de uma “review” recente feita neste espaço. Porque achei um mau serviço à BD portuguesa. Que praticamente não apareçam críticas a livros portugueses, isso é uma escolha do Portal e eu não tenho nada a ver com isso. Agora quando uma editora portuguesa, neste caso a ASA, fornece tudo a este Portal para eles divulgarem os seus produtos, e poderem fazer crítica se o acharem por bem, acho feio que seja feita uma “review” à edição norte-americana de Blacksad colocando um pequeno link algures a dizer que já tinham falado disto (em português). Não não falaram! Apenas fizeram a divulgação com a nota de imprensa e imagens fornecidas pela ASA, a qual foi fornecida a toda gente que divulga BD. Achei feio. Isto não é defender a BD que se edita em português e em Portugal.


Agora podem pegar nas “shotguns” e fazer fogo em cima de mim à vontade!
Sangrar prova que estamos vivos!
:D

Boas leituras

236 comentários:

  1. Nuno,
    Desculpa lá ser chato mas concordo com quase tudo por isso daqui também não levas nada.
    A bazuca está apontada quase ao mesmo pessoal mas acrescento à mira, e não é novidade nenhuma, os senhores que “idealizaram” a colecção Heróis Marvel que são para mim a antítese do que deve ser uma equipa que edita comics.
    Ok pronto, e discordo de duas coisas:
    1 - Gosto da rubrica Jobat no Louletano na Kuentro e espero que continue aqui para o cota ler
    2 - Acho que quem faz festivais, encontros, divulgação ou simples almoços em torno da BD merece sempre o nosso apoio, concorde-se ou não com os moldes em que são realizados.

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  2. Nuno, o Nelson Dona não mentiu, ele disse "quando o festival acabar".

    Ora, o festival ainda existe! Ele quis dizer que um mês depois da câmara da Amadora acabar com o festival de uma vez por todas ele reunir-se-á com lojistas e editores. Possivelmente para procurar trabalho.

    Você é que não compreendeu as palavras dele...

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  3. Hugo Silva
    São apenas opiniões, logo passíveis de serem rebatidas, ou até estarem erradas!
    É apenas o meu olhar sobre estes assuntos e sem aprofundar muito.
    ;)

    André Azevedo
    1-Eu não disse para não se fazer O Jobat no Louletano! Aliás, dei essa rubrica como exemplo por ter muitas entradas no Kuentro. Por vezes há lá coisas que me interessam, assim como na Rubrica “Recortes de Imprensa”. A minha crítica é que o Machado podia fazer bem mais do que isso. Queria ver mais opiniões dele que propriamente a opinião de outros no blogue dele. E falei disto porque eu sei que o Machado é capaz de bastante melhor na escrita, concorde-se ou não com aquilo que ele escreve. Longe de mim dizer para acabar com a programação dele, era apenas para ver se ele fazia umas criticazinhas também de vez em quando!
    2-Eu também gosto de festivais, mostras, almoços, etc. O que eu quis referir foi que a “roupagem” de certas mostras e exposições de BD mais pequenas poderiam ser mais apelativas para a juventude, e não apenas para os “cotas” como nós. Por isso eu falai em reinventar e pôr a criatividade a funcionar, fazendo a seguinte pergunta: “O que é que posso fazer para tornar isto mais apetecível para um jovem normal dos nossos dias?” . Como eu digo no texto, respeito muito quem organiza e faz estes pequenos eventos pelo país fora. Mas penso que temos de reformular a maneira, ou a apresentação dos mesmos. Apenas isso., porque cada vez há menos dinheiro para estas coisas, portanto temos de fazer com que elas contem!
    ;)

    Hunter
    Ok, foste mais mordaz que eu.
    Lamento muito que essa reunião entre a direcção do Amadora BD e os outros agentes do festival não tivesse sido feita. Com certeza sairiam ideias boas daí!
    :(

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  4. Por Pedro Mota
    Bom dia,
    Li agora o teu post e aí vai a shotgun.
    No geral, concordo com os teus comentários, que até me parecem muito consensuais. O panorama da BD portuguesa segue sem surpresas, e cada vez é mais fácil tirar a fotografia.
    A Maria José Pereira é das poucas pessoas em Portugal que sabe o que é editar um livro de BD. É uma profissional. O Mário Freitas tem um grande sentido de actualidade, e um grande poder de comunicação. O Paulo Monteiro tem todas as qualidades que apontas (e outras) ainda que o prémio com que aqui o distingues seja, com maior justiça, dirigido a todo o Toupeira.
    Quanto a editoras, exceptuando a Asa, registo também que muitas das novidades editoriais respeitam a livros cuja edição original já tem largos anos. Não é assim que vamos formar leitores.
    Quanto a festivais, subscrevo. Também não percebi porque é que o Nelson Dona avançou com essa promessa de reunião (tal como não percebi o objectivo do debate em que a promessa foi lançada).
    No que respeita a lojas, é como com Festivais e com a Asa: não nos podemos queixar. Temos realmente muito boas lojas de BD.
    Em relação aos autores, continuo a defender uma revista de BD, que forme autores e leitores, e permita uns ganhos extra antes da edição em álbum. E isto não vai lá através de editoras, mas talvez vá lá através das lojas especializadas (que me parecem também, como local de venda, uma aposta mais segura do que os quiosques). De qualquer forma, no sentido da observação sobre Facebook e afins, um autor de BD não se forma a desenhar umas coisas quando lhe apetece.
    Sobre divulgadores, há os blogues e o que está para além dos blogues. No primeiro universo, o Pedro Moura merece uma referência pela profundidade e rigor das suas análises. É certo que por vezes começa a levitar, e, outras vezes, temos a sensação de que está a falar de algo que só ele e o autor conhecem, mas parece-me que o facto de se escrever num blogue não isenta o administrador de fazer algum trabalho de casa. No que está para além dos blogues, há que destacar o Geraldes Lino, claro, porque o homem não pára!
    Sobre o Leituras de BD em particular, gosto da coerência com que defendes os teus pontos de vista (no que gostas e no que não gostas), e do tom descomprometido, que faz falta ao nosso mundo bedéfilo. Gostei da iniciativa de acolher colaborações alheias, incluindo aquele que ainda é o meu post favorito, em que dás conta da impressão da tua filha após uma leitura de BD. Aquilo que caracteriza o Leituras de BD é a divulgação da perspectiva do leitor, e isso é plenamente conseguido.
    Parabéns, e continua!


    Abraços,
    Pedro Mota

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  5. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  6. Falas do Walking Dead da Devir, mas esqueces-te da idiotice da Asa em querer publicar Dragon Ball que deve ter mesmo ficado pelo 17 (de 42).

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  7. Achei o seu post muito interessante e sempre admiro e respeito muito o olhar do leitor, seja ele mais conhecedor ou menos. Na generalidade, do que me é possível conhecer, estou de acordo. só coloco algumas dúvidas sobre o papel dos festivais em criar novos leitores, entendendo por novos leitores, a adesão de pessoas, de qualquer idade, que não lêem Bd e passam a interessar-se de forma consistente ao longo do tempo, vindo a tornar-se consumidores de Bd e dos produtos associados, entre os quais os festivais. E para isso, o papel fundamental, na minha perspectiva, tem que estar nas revistas de "banda larga" e de continuidade, que infelizmente não existem em Portugal, já há algum tempo. Parece-me que muitos dos leitores existentes de Bd formaram-se através desse meio e daí é que passaram para outros suportes, que pelo o preço, não são os meios excelentes de processos de conquista de novos leitores. Dar a conhecer o que se vai fazendo e a análise desse material tem um papel e importante nos já interessados em BD.
    De qualuqer forma parabéns, também sou daqueles que algumas vezes a conversa da Bd é uma conversa fechada entre quem faz, quem promove e quem vende, não considerando muitas vezes os leitores. Claro que aqueloutros também são leitores, mas por vezesconfundem uma política de edição e de promoção com os seus próprios gostos. E continuo a achar que o segredo está no ecletismo e na edição de "banda larga" (se assim podemos dizer).

    Letrée

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  8. Esse negócio de não dar sequencia a publicações também ocorre no Brasil. Muitas vezes o projeto é abandonado ou demora uma eternidade para ser concluido.

    A consequencia é que muita gente se cansa e começa a importar material que muitas acaba sainda até mais barato.

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  9. Nuno,

    Tal como sugeriste, cá está o comentário que coloquei no Facebook. :)

    Acertas em cheio na forma como analisas o mercado da bd em Portugal! Especialmente, no que se refere ao Amadora BD (parece-me que também não irei lá este ano...).

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  10. Pedro Mota
    Em relação ao Paulo Monteiro, referi-me a ele como o motor de uma equipa que trabalha em conjunto. Como é lógico o Paulo sozinho não se “safaria” no meio de tanta adversidade.
    O problema da revista de BD já foi debatido em diversos locais aqui na internet. O grande problema das revistas é que ficaram sem leitores e até numa altura em que o povo português estava muito mais receptivo à BD do que agora. A pergunta é: Quem é que está disposto a aguentar o prejuízo de uma publicação dessas?
    Em relação ao Ler BD, este é um blogue que há-de ter o seu valor com certeza, ou não fosse um blogue agregado ao nome do jornal Público. Agora se me perguntas se eu leio o blogue do Pedro Moura? Não. Esse blogue é escrito para determinadas pessoas nas quais eu não me incluo, porque os ensaios académicos sobre BD não me interessam minimamente, mais, por vezes só se consegue ler com o dicionário ao lado. Daí concluo que não é um blogue para o grande público.
    Relativamente ao que falas do Leituras de BD, fico feliz por te agradar! É isso que eu tento, que agrade ao maior número de pessoas para que a divulgação seja o mais efectiva possível!
    :)

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  11. Reignfire
    A ASA conseguiu o contrato com os japoneses para a publicação dos primeiros 16 números, renegociando conseguiram até ao 18. O contrato da restante série estava pendente das vendas destes primeiros 18 números, mas infelizmente as vendas não foram grande coisa. Terás ainda a publicação do vol.18 brevemente.
    De qualquer modo a ASA foi irrepreensível na publicação desta série até ao número 17, mantendo uma cadência de pelo menos um livro por mês. Apenas este 18 teve um “atraso” devido a outras razões.
    Gostaria muito que pelo menos a Devir editasse 3 Walking Dead por ano, acho que era perfeitamente possível (até alguém me provar que não). Quando apanhasse o último número editado nos EUA, seguiria a cadência de publicação original. Assim as pessoas perceberiam que a série era MESMO para continuar e não andavam com o coração nas mãos: “Será que cancelam, será que continuam…?”
    Concordas?
    :)


    Letrée
    Eu não acho que os festivais tenham como maior papel criar novos leitores. Penso que os festivais podem criar interesse sobre o mundo que rodeia a BD. Podem atrair leitores ocasionais a interessarem-se mais pela BD.
    A criação de novos leitores faz-se com livros, divulgação e conhecimento do panorama geral da BD. Os festivais são apenas mais uma faceta interessante do mundo da BD!
    Quanto à revista, concordo. Mas faço a pergunta que fiz ao Pedro Mota, quem é que nos dias que correm está disposto a suportar o prejuízo de uma revista? As revistas em Portugal, e tivemos grandes revistas como o Spirou e o Tintim, foram canceladas por falta de vendas numa altura boa da BD em Portugal! Agora seria prejuízo na certa para quem decidisse entrar nisso.
    Mas eu apoio a revista! É de facto uma excelente ferramenta de divulgação próxima do grande público!
    E Letrée, estou contigo: viva o ecletismo!
    :D

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  12. João Roberto
    É de facto uma consequência das pessoas que se cansam de esperar, sobretudo na incerteza, pela continuação de uma série.
    É uma pena, pois muita gente quando começa a importar livros já nem liga às edições na língua mãe do seu país.
    :(

    Nuno Lopes
    Já aconteceu o Amadora BD ter um cartaz que não me interessava minimamente, mas acabei sempre por ir. O que acontece depois é que acabamos sempre por descobrir algo que nos agradou e que “pagou” a ida ao festival, nem que seja só para dizer umas baboseiras com o pessoal da BD que só encontramos lá!
    :D

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  13. Nuno
    Num intervalo em que abri a porta deste espaço, comento o que me é possível, sintetizando, para já, o seguinte...
    Gostei da tua frontalidade - que já não me era estranha - e de apontares aquilo que, na tua opinião, está bem, está mal e poderá estar melhor. Só por isso, dou-te a nota 12 no máximo de 10!
    Concordo com o que dizes da ASA, da Maria José Pereira e da Kingpin e Mário Freitas. São dois lutadores em duas chancelas e são, entre poucos outros(muito poucos) o oásis no "deserto" (diabo do termo, não me larga) da BD nacional. Merecem o nosso apoio, que consistirá, como leitores, na aquisição (sem favor) das obras que editam.
    Relativamente à FNAC, ao laboratório Pedro Moura e a blogs de BD, deixarei para melhor e mais desafogada ocasião.
    Finalizo com isto: a BD não pode ser apenas de quem faz, de quem edita e de quem comenta; é também de quem compra, quem colecciona e quem aprecia. Agitar as águas, dar de vez em quando um murro na mesa, só faz bem à Arte e, necessariamente, a eleva ao patamar que merece.
    Que nunca as mãos te doam!...:)

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  14. Nuno,
    Concordo com muita coisa aqui escrita.. Acho que o Paulo, A Maria José e o Mário Freitas são nomes bem importantes da BD nacional.(outros também o poderiam ser, mas parece-me que por falta de "apetite" ou "preguiça" não o são).
    Desde o "afundar" lojas e editoras com preços para através dos seus erros destruirem as mesmas e os seus concorrentes até á concepção de festivais de BD.
    Continuo a achar que se estamos a escrever sobre banda desenhada e publicações em papel (e mesmo webcomics), deveria no minimo existir uma revista que falasse um pouco de BD (algo diferente do BD Jornal) com ligações a outras artes como a música, cinema ou animação.. Já penso nisto há MUITO tempo mesmo.. Sem a junção de outras artes, a BD MORRE.. (E a BD é um percusor para outras artes, não nos pudemos esquecer).
    Vejo por vezes artigos em jornais ou revistas avulsas de pessoas que até gostam do que escrevem, mas penso que em muitos casos nota-se mais a vaidade dos escribas do que informação concisa e generalista e mesmo opiniões sem fundamento.
    Eu como sou do Porto, lembro-me da revista quadrado e de como funcionava com os seus inúmeros colaboradores e notava-se que a BD estava mais VIVA na altura (também sei que existia mais poder de compra e não existia o mercado global que acaba de FACTO por causar grave MOSSA no mercado nacional que vive essencialmente da importação, falarei da edição nacional mais á frente).. Hoje em dia com os blogues (e respeito todo e qualquer blogue), o grande público perde-se e só vem ver/ler os blogues quem os conhece ou gosta muito de banda desenhada(o mesmo se passa com sites, depois do "quase" desaparecimento da Central Comics), logo volto a frisar a questão de um blogue (ou site de noticias sobre BD com outras artes tambem) central. Feito sem despreendimento e no qual todas as pessoas se revejam na busca de informação (seja nacional ou internacional, por isso é que vivemos hoje em dia na globalização).
    Eu na maior parte das vezes ao abrir a minha conta de facebook, vejo milhentos links diários de noticias sobre lançamentos e nem sequer consigo ver tudo, porque também tenho outros interesses; exposições e debates sobre BD (Até parece que temos um mercado excepcional no que a esta arte diz respeito, mas se contabilizarmos 50 blogues por 50 utilizadores dos mesmos e com uma média de cerca de 100 pessoas que seguem o dito blogue, dá um número aproximado de cerca de 500 pessoas ligadas ao fenómeno virtual). Eu entendo que o fenómeno da repetição possa funcionar (e por vezes vejo os mesmos blogues a repetirem as mesmas noticias nos mesmos dias e quase ás mesmas horas), mas só funciona para quem goste muito de banda desenhada e adore estar a ler num PC.
    Penso que o ideal seria com toda a sinceridade e não menosprezando ninguém, fazer-se um novo site de noticias e tenho a certeza que muitos outros bloggers ajudariam na construção do mesmo. (existem pessoas que têm imenso jeito gráfico e outras que têm mais jeito para a escrita ou para divulgar informação, logo seria 3 em 1.).

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  15. Se não tivermos uma publicação fisica em papel do que se publica na BD como é que iremos chegar ao grande público que gosta de BD? (as pessoas que frequentam alfarrabistas, os jovens que passam vida a jogar jogos na internet e nem sequer sabem o que é uma BD, o pessoal que se perde na pornografia ou mesmo no facebook a actualizar isto ou aquilo), estamos a falar de um público alvo de milhares de pessoas que é literalmente desaproveitado..
    No que concerne á edição nacional e apesar de todos os louvores merecidos á Maria José Pereira no grupo Leya, continuo a achar que num país como o nosso em que tudo é do mais caro na Europa (Electricidade, Gasolina, etc), não se deveriam praticar preços de albúns de banda desenhada acima da mesma edição original (a não ser que seja uma edição de luxo).. Sei que as editoras têm que pagar a tradutores + royalties ao autores (entre outras coisas), mas primeiro: não chegamos ao grande público (e eu como faço feiras tenho a noção perfeita disso) e segundo: tirando os coleccionadores de BD que vão tendo alguns trocos para a BD, o resto do povo português está sem massa para o básico, quanto mais para BD.. (e volto a frisar que ela não chega ao grande público)..
    Quanto aos festivais de BD, são todos bons para divulgar esta arte e penso que todos eles cumprem esse designio.. (uns mais do que os outros devido a uns terem CASH e outros não e uns quererem FAZER muito CASH a todo custo e outros não (filosofias de vida que não critico mas que têm consequências a curto prazo)) )..
    A ideia que fico por vezes e não ando aqui há muito tempo como um dos "dinamizadores" desta arte é que já se poderia ter feito tanta coisa há tantos anos (se as pessoas olhassem menos para os seus umbigos e pensassem mais no que queriam desta arte de lazer).
    Não se poderia fazer um programa sobre BD em Portugal, após o saudoso Vasco Granja?
    Não se poderia falar de banda desenhada na rádio com maior frequência?
    Não se poderia ter um suplemento dedicado á nona arte num jornal de grande tiragem semanal?
    Claro que se poderia e deveria ter sido feito há muitos anos atrás.. Mas ninguém quis saber e só se interessaram na sua vaidade pessoal e da melhor forma de "sacar" uma excelente biblioteca de livros a várias editoras...

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  16. Volto a frisar que concordo com várias coisas que dizes e que o problema de falharem festivais de BD; falharem inúmeras iniciativas ligadas á nona arte é a constante troca de piropos (bons ou maus) entre pessoas que gostam de banda desenhada. Todos nós gostamos mais desta ou daquela pessoa (eu também não gosto de algumas, mas ignoro-as e dou-lhes o tratamento que me deram).
    Quanto ao MAB, volto a FRISAR que o mesmo foi feito e pensado para divulgar a BD no Porto e falei com (supostos) profissionais de BD no Porto que não quiseram saber desse projecto para nada, daí ter que pedir ajuda a pessoas que nada tinham a ver com BD e sem qualquer "know how" e que inclusive fiz "mea culpa" pelos meus erros e da minha equipa (e não vejo ninguém a fazer o mesmo em Portugal). Para terminar, se fizer um outro festival ou algo relacionado com a BD, pelo menos já fiquei com a experiência do que é fazer um e já sei com o que e com quem posso contar.
    Grande abraço e continua na "luta":)

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  17. Pontos importantes que foram tocados no texto, muita coisa parecida acontece também no Brasil!

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  18. Nuno
    (Coloquei o comentário na "caixa" com o portal em "off", porque estou a fazer outros trabalhos; conclusão, não saiu).
    Para já, quero dizer-te que a tua frontalidade é necessária e pertinente; que a tua coragem e a personalização dos intervenientes, digna de nota; que a BD precisa disto, ai isso precisa!
    Cabe-me então pontuar: levas nota 12 num máximo de 10! :)
    Relativamente à Maria José Pereira (ASA) e ao Mártio Freitas(Kingpin) são, a meu ver e no cenário actual, dos mais eficazes e persistentes no panorama editorial, constituindo, com outros poucos (muito poucos), um oásis neste "deserto" (lá vem o diabo do título à baila) de edições nacionais, com ou sem autores portugueses.
    Fizeste bem em evidenciar estes dois editores, porque o seu empenho é tanto mais considerável, quanto se sabe que lutam contra correntes contrárias sem esmorecerem.
    No que toca aos outros bloguistas (blogueiros), ao laboratório "perliquitete" do Pedro Moura, à FNAC e a outros livreiros, a seu tempo regressarei, ainda com a experiência que me dá uma idade de autor e leitor de BD.

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  19. Excelente artigo.
    Mas acho que falta uma referência: à Tinta-da-China, pela continuação da aposta no Dog Mendonça e Pizzaboy, do Filipe Melo...

    Abraço,
    Rogério

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  20. Faltou mencionares uma loja, mas como não vou lá há muito tempo, não sei se ainda lá está. A Mongorhead tinha uma coisa que nem a Kingpin nem a BD Mania têm, uma série de packs com mini-séries completas, algumas nunca coleccionadas em TPB.

    Ainda que lembraste que falta um mês para a Amadora, tinha-me esquecido completamente. Por esta altura estaríamos todos a reclamar que faltava um mês e não se sabia nada. Agora, falta um mês, não sabemos nada... e acho que não queremos saber.

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  21. Acho que a Mongorhead fechou, pelo menos a loja da Praça da Alegria já não existe e é uma pena.

    Eu quase não comprava, era tudo muito caro, pelo menos para o meu bolso mas a oferta era grande.

    A loja até estava bem localizada.

    Há um porradão de anos comprava os meus TPBs do Sin City na Livraria Linhares ali perto.

    -Bladder

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  22. No universo dos blogues faço uma especial referência ao Ler BD do Pedro Moura, que faz muito trabalho de casa e isso nota-se na forma e conteúdo dos seus singulares escritos. Usa referências da música, da literatura, das artes plásticas, do cinema, da estética, da filosofia, etc… e é este um bom caminho para se deixar de pregar aos convertidos, e cativar possíveis leitores de outras áreas.

    Uma revista de BD ou encarte num jornal nacional deveria seguir pelo mesmo caminho.

    Outro assunto: se as editoras nacionais continuarem a investir em edições que são simples traduções das suas congéneres americanas e o preço for similar então por mim prefiro continuar a comprar as edições originais.

    Já o faço à muitos anos na literatura. Para quê comprar uma tradução portuguesa, sem prefácios ou outros conteúdos adicionais dos livros do Bukowski, por exemplo, cuja escrita é muito singular e cheia de calão americano? Perde-se tudo na tradução.

    Em lojas falta mencionar a Mundo Fantasma no Porto, com exposições regulares de originais, com packs e ofertas de comics, como maior número de back issues a nível nacional e o mais importante: estes senhores foram os responsáveis pela Quadrado, por isso sabem bem do negócio. E já cá andam à cerca de 20 anos.

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  23. Nuno Amado: "Reignfire
    A ASA conseguiu o contrato com os japoneses para a publicação dos primeiros 16 números, renegociando conseguiram até ao 18. O contrato da restante série estava pendente das vendas destes primeiros 18 números, mas infelizmente as vendas não foram grande coisa. Terás ainda a publicação do vol.18 brevemente.
    De qualquer modo a ASA foi irrepreensível na publicação desta série até ao número 17, mantendo uma cadência de pelo menos um livro por mês. Apenas este 18 teve um “atraso” devido a outras razões."

    Eu não estou a menosprezar o esforço da Asa em editar esta série que realmente foi uma proeza ter atingido 1 volume a cada mês ou 2 meses. O factor das baixas vendas dá-me razão em considerar uma idiotice da Asa em publicar isto. Tendo o caso da Planeta DeAgostini que publicou a colecção toda a menos de 3€ cada volume e quando o Dragon Ball estava ainda em alta e mesmo assim vendeu mal, e a Asa passados 10 anos quis optar por cometer o risco descabido de apostar na mesma série longa e desta vez a 10€ cada volume. Por estas e por outras que as editoras japonesas estão de pé atrás quando aparecem editoras portuguesas em querer lançar material deles.

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  24. Nuno Amado
    Epá, espero que te tenha sabido bem este desabafo :) Sinceramente.

    Estive afastado (fisicamente) de tudo o que é Bd Portuguesa durante uns anos. Quando quis voltar apercebi-me que, talvez devido a sermos tão poucos, não existe qualquer tipo de critica mais séria a autores nacionais. Como se esforçam numa luta titânica, ninguém tem a coragem de lhes dizer 'pá se calhar tens de trabalhar melhor essa anatomia' ou 'o argumento pode ser melhorado' ou ainda 'pára lá de desenhar e pintar por cima de fotografias'. Os bois têm de ser chamados pelos nomes e se eu algum dia o fôr, espero que assim me chamem. A falta de critica e as palmadinhas nas costas é do mais destrutivo que existe para qualquer arte. Não estou aqui a dizer para sermos cáusticos para com os autores, mas sim, para sermos mais pertinentes, mais sérios. Todos em geral. Lá por ser português, não quer dizer automáticamente que é bom, ou que não possa melhorar.

    A segunda questão prende-se com o que o Bacchus disse, e que eu concordo plenamente. Os preços que se publicam na Bd em Portugal são proibitivos ao aparecimento de novos leitores. Ponto. Eu gosto de albuns de capa dura e a cores e de formato A4, mas não era isso que eu podia comprar quando era miudo. Tem de haver alternativa aos preços que se praticam. Nem que seja a preto e branco ou a cores mas no antigo formatinho. Já me disseste um dia que os preços têm mais que ver com os distribuidores, mas convenhamos que os formatos também contam muito.

    Querem chamar novos leitores? Façam como os americanos o fizeram, ou como os Japoneses ainda o fazem. Apesar de haverem albuns feitos em ediçoes mais trabalhadas, tem de haver um veículo acessivel a toda a gente. Uma revista de BD de divulgação do que se anda a fazer por cá e lá por fora. Tem de estar disponivel às portas do metro e também à frente das escolas. Tem de ser barata. Enquanto isso não existir, venham os festivais, venham as colecções Publico, venham os filmes baseados em herois de Bd, e por aí fora. Infelizmente a situação vai-se manter.
    Se uma chave não abre uma porta, temos sempre que tentar com outra. Não é a forçarmos a primeira chave que a porta vai abrir.

    Abraço

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  25. do que dizes tiro isto - a morte da bd em portugal está mais proxima do que nunca e só temos na sua grande maioria material importado nas lojas e isso tens a melhor preço no ebay dai cada vez menos lojas e cada vez mais procura de download na net.
    os festivais e eventos perdem força e desaparecem por falta de apoios e interesses obscuros que é melhor nem mencionar. fica comprovado que no norte de portugal nem lojas nem eventos - uma MER%$# desculpa o desabafo

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  26. Admito que nunca vi um panorama tão bem delineado da BD e do mercado Português.

    Creio que apontou as figuras certas. Como sempre, é merecedor de todos os aplausos.

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  27. Eu estou um pouco longe dessa realidade e se for comparar com o Brasil... Teria que dizer que o mercado aí está maravilhosamente melhor, como acompanho o Leituras de BD há um ano, posso dizer apenas que a Maria José Pereira e o Mário Freitas, são as pessoas que aqui do Brasil vejo (através de matérias que leio no site, apenas) tratarem a indústria com mais profissionalismo. Existem outros , lógico, mas me fogem ao conhecimento agora, perdão.

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  28. Obrigado pelas referências ao meu nome e aos elogios, mas acreditem que até gosto que me façam algum reparo de vez em quando, porque é sinal que os elogios, quando existem, são sentidos e sinceros.

    Luís Sanches: absoluto acordo quanto às palmadinhas nas costas e, cada vez mais, ando a tentar contrariar isso. Infelizmente, há quem amue quando houve o que não gosta...

    Paulo Paredes: uma arte como a BD não se mata, nunca morre, por más que sejam as condições num país. E os festivais não estão moribundos nem estagnados, pelo menos os que importam, e o "meu" AniComics creio que tem demonstrado bem isso. E a Kingpin Books tem agora uma secção de BD nacional, tal como a Mundo Fantasma, do Porto, já tinha. Às vezes é questão de saber premiar as pessoas certas em vez dos senhores do costume.

    Bladder: a Mongorhead não fechou; mudou-se em Agosto para uma loja mais pequena na Rua do Crucifixo (não tem porta directa para a rua, mas tem uma janela grande visível).

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  29. *"ouve" e não "houve", claro...

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  30. Bacchus
    Acho as lojas moribundas um flagelo para o resto do mercado!
    Acho que uma revista mensal multidisciplinar entre várias artes seria bem mais viável do que uma apenas de BD. Mas isso implicava uma grande vontade de várias vontades que normalmente estão de costas voltadas…
    A crise actual faz mossa sim, e isso já se reflectiu este ano na ASA, com os cortes impostos ao departamento de BD da ASA.
    Não penso que o grande público se perca na informação dada na internet, seja blogues, sites ou lojas virtuais. Quando se procura alguma coisa até se consegue ter várias opiniões sobre o assunto, porque existem vários a falar sobre o mesmo assunto! Não concordo quando dizes que o grande público não consulta blogues. Quando se faz uma busca na internet por determinado título muitas vezes vão parar a um blogue. Não quer dizer que sigam esse blogue, mas acabam por lá cair. Posso garantir isso quando analiso a proveniência das visitas ao meu blogue. 70% das pessoas que caiem no meu blogue é por busca de internet, e não por seguirem o blogue. Portanto faz as contas, tenho uma média de 2ª a 6ª Feira de 500 visitas individuais. Como vez há muita gente que faz buscas na internet e vai parar aos blogues sem os seguir, ou estarem nos favoritos. Também te posso dizer que a esmagadora maioria do pessoal que faz estas buscas não lê online, exceptuando o pessoal da Manga que faz isso assiduamente (ler online).
    Esse site que falas está nos meus horizontes. Apenas tenho de encontrar mais 4 pessoas que se comprometam a fundo para o tornar realidade.
    Quero fazer O MAIOR PORTAL DE BANDA DESENHADA DE SEMPRE EM PORTUGAL. Mas para isso tenho de encontrar as pessoas certas e sérias para que tal se torne realidade.
    Existe um mundo de pessoas que pode ser arrastado para a BD sim. Mas para isso acontecer tem de haver um esforço conjunto contínuo de todos os agentes culturais do meio para lhe dar visibilidade. Seria necessário que se tornasse moda ler BD!
    No que concerne aos preços falas nalguns factores importantes que encarecem o produto em Portugal. Isto não tem a ver com capa mole, capa dura, cores ou P&B. Tem a ver com os elevados custo de distribuição, colocação nas principais livrarias e muito importante: AS TIRAGENS REDUZIDAS!
    Ter dinheiro para fazer um evento é bom, mas apenas isso faz com que seja um bom evento. Tens eventos de grande envolvimento com o público com plafonds MUITO MENORES que outros. O querer fazer dinheiro a todo o custo demonstra que a organização está desesperada, logo as coisas raramente saem bem…
    Em relação a programas nos “media”, não te consigo responder. Não tenho os contactos, o conhecimento e as ligações. E quem as tem nunca fez programas de BD para o grande público, mas sim para meia dúzia de “pseudo-intelectuais”…
    Quanto ao MAB, gostaria de o ver novamente, mas noutros moldes. Penso que aprendeste com a experiência, e gostei de ver que assumiste os erros. Nem todos o fazem!
    ;)

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  31. Santos Costa
    Escreveste a fazer eco! O outro comment está lá!
    :D
    Acho que a frontalidade é sempre necessária que alguém decide falar de coisas importantes. O “nacional-porreirismo” é uma das coisas mais perniciosas à evolução e á troca de ideias. E obrigado pela nota de 12 em 10! Lol
    Vou ficar à espera do teu comment respeitante ao último parágrafo do teu comment!
    :D

    Guy Santos
    Há que lutar, e mostrar o que se está a fazer mal, nem que seja preciso apontar o dedo directamente! Tanto para o mal, como para o bem!
    :)

    Rogério Ribeiro
    Obrigado!
    Não falei da Tinta-da-China por uma razão muito simples, já editou alguns livros, alguns de sucesso, outros menores, mas já está no mercado da BD. A mesma razão de que não falei de outras, como a Polvo, por exemplo. O Pizzaboy é um caso “sui generis” no nosso mercado, mas já tinha referido isso noutros posts. A omissão desta editora não foi por desprezo.
    :)

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  32. Antes de mais quero só apontar que me apercebi do conteúdo satânico deste post (ver 1º imagem) :P

    Agora mais a sério. Os elogios são bem merecidos, imagina o que a ASA poderia fazer se a BD vendesse bem por cá? O mesmo aplica-se aos outros nas suas áreas, claro.

    Já alguém mencionou os preços proibitivos. Isto torna-se um aspecto importante na aquisição de novos leitores, muitos não vão realmente gastar este dinheiro, irão no futuro, mas enquanto não forem leitores de BD... não. Seria necessário ter algum formato mais barato, realmente nisto os japoneses tiveram uma boa ideia.

    Percebo perfeitamente a tua ideia em relação a ter uma revista multidisciplinar, tentámos isso na Rua de Baixo e agora continuamos a tentar, estou a voltar a escrever mais por lá sobre BD. É uma revista virtual, fala-se de tudo incluindo BD. Não sei se chegamos a novos leitores, mas tenta-se.

    e também há estratégias, os filmes têm chamado a atenção das pessoas. Acho que há pessoas que estão abertas a conhecer mais.

    Alguém disse que no Porto não havia nada de jeito. Bem a Mundo Fantasma como foi já dito também, costuma ter exposições e até editou este ano o "Diário Rasgado" que pessoalmente acho um dos livros mais interessantes a sair no mercado nacional.

    Quanto às críticas acho muito bem que as haja, as pessoas olham para elas de forma errada muitas vezes. São opiniões que devem ser tidas em conta ou não, para crescer e melhorar. No caso do MAB, é verdade, infelizmente não resultou bem. Teve boas coisas, mas enquanto festival deixou a desejar. Desistir? Espero que não, "Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better."

    Abraços

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  33. Aí vai mais uma; esta, na óptica do autor.
    Fala-se da aceitação ou não da crítica por parte dos autores, dos amuos e das palmadinhas nas costas. Pois bem, eu sempre me dei bem com a crítica, mesmo quando ela é negativa, sabendo que ela é séria e frontal. Tenho 56 livros públicados (10 de BD)e não me conhecem amuos, más respostas ou inimizades por esta via. No entanto, devo salientar que o autor tem de filtrar dois aspectos de críticos: a dos "experts" do segmento, que analisam ao pormenor com a técnica que os conhecimentos lhes outorgam; a dos leitores, que apreciam ou não a obra que lhes veio parar às mãos "à sua custa".
    O que me chateia (embora não me tire o sono), é a ausência de crítica, mormente aquela que os "experts" e "profissionais" calam propositadamente, talvez porque não tenham levado as palmadinhas nas costas, embora tenham - como bem diz o Nuno por outras palavras - "abichado" com a oferta da obra por parte de quem edita.
    Se não me fiz entender, vou explicar melhor. Quem está no "meio" e se envolve num projecto de divulgação e comentário de BD, logo que tenha acesso gracioso a qualquer trabalho, deve pronunciar-se sobre ele, mesmo que seja a bordoar o autor e a obra. Objectar sobre falta de tempo, disponibilidade, desinteresse ou poupar-se a arranjar inimizades com quem é criticado, é atitude falaciosa. Quem não pode ter a loja aberta, fecha. Uma coisa é criticar, outra vilipendiar; pode-se fazer a primeira sem recorrer à segunda.
    Inteiramente de acordo com o último parágrafo do Nuno.
    Por isso, acho que este desabafo do nosso anfitrião é necessário. Se queremos colocar a BD numa fase de amplitude e aceitação, aumentando os títulos e as tiragens, temos de debater esclarecidamente, entre todos os que somos responsáveis por esta Arte, sem pruridos, amuos ou constrangimentos.
    Voltarei.

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  34. Este comentário foi removido pelo autor.

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  35. Paulo Paredes
    Esse foi um desabafo muito pessimista! lol
    O interesse está em trazer definitivamente o leitor casual para a BD. Acho que essa é a solução mais imediata. Depois disso a criação de mais leitores também se torna mais fácil.
    Não pense que a maior parte das pessoas compram importados nas lojas virtuais. Quem fás isso somo pessoas como nós! Para um leitor normal esso não se processa dessa maneira, esse tipo de leitor prefere ir a uma loja e entre vários produtos escolher aquele que lhe interessa mais. Apesar de ser mais barato mandar vir do estrangeiro há sempre o perigo de usar o cartão de crédito, o meu já foi copiado duas vezes, o livro vir em más condições e por vezes extraviar-se. As pessoas por norma não gostam desses riscos, preferem a loja. Pelo menos é que penso neste momento.
    ;)

    Alex D’ates
    Obrigado!
    :)

    Venerável Victor
    O Brasil tem uma vantagem enorme. São as leituras de banca muito disseminadas (aqui perdeu-se isso), e o mercado. Até mepodem dizer que em percentagem a quantidade de leitores de HQ brasileiros é igual à portuguesa, mas em número absoluto é muito superior. O grande problema (para mim) do mercado brasileiro é a quase ausência de HQ europeia.
    ;)

    Mário Freitas
    Obrigado pela info sobre a Mongorhead!
    Quanto ao resto aquilo que disse é o que eu penso.
    :P

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  36. Luis Sanches
    Sim, o desabafo soube-me!
    LOL
    Do que eu me apercebi, parte dos artistas aceita uma crítica na boa, duas mais ou menos, e na 3ª mandam passear o tipo que as faz… por isso já desisti, só se me pedirem especificamente.
    As pessoas falam dos preços, mas estes estão muito condicionados às tiragens, que por sua vez estão condicionadas às vendas expectáveis. Se houvesse mais gente a comprar os preços baixariam um pouco com certeza, pois as tiragens seriam maiores e por conseguinte o lucro aumentaria. Isto tem muito a ver com com o nosso micro-mercado de BD!
    O problemas é que não muitas chaves.. e quem pode fazer chaves não lhe apetece!
    ;)

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  37. Paulo Costa e Bladder
    O Mário respondeu a essa pergunta respondeu, até dá a nova morada!
    ;)

    André Azevedo
    Ler BD…
    Como já disse atrás, cada blogger tem o seu espaço e com esse espaço faz o que quer. A minha pergunta é: O Pedro Moura escreve para quem?
    Tu achas que um não convertido consegue ler 3 parágrafos seguidos do Pedro Moura?? Foge logo dali a 7 pés e a BD entra mais uma vez num dois dois estigmas que a perseguem em Portugal:
    Para crianças
    Para intelectuais
    Não acho que faça um grande serviço na angariação de novos leitores…
    Eu também compro muitos importados, mas é porque não há em português, e mesmo assim se for um livro mesmo interessante acabo por comprar em português. Quando se faz o trabalho de uma tradução tem de se ter o extremo cuidado de adaptar a língua original à nossa. Não é isso que tem acontecido ultimamente nas publicações portuguesas, e nota-se substancialmente neste última colecção “Heróis Marvel”…
    Quanto ao Mundo Fantasma, vê lá bem, porque eu refiro o Mundo Fantasma no post!
    :D

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  38. Ok visto que há muita gente a ver estes comentários vou deixar aqui a minha sugestão para uma revista de Bd (gostaria de saber a opinião de todos, mas especialmente do Mário Freitas e do Santos Costa, visto serem editor e autor. Não falo de ti Nuno porque já me deste a opinião sobre este tipo de publicação).

    Que tal uma revista que reunisse 4 a 5 autores nacionais de dois em dois meses, em que cada um cedia cerca de 5 páginas da Bd em que estivessem a trabalhar para os leitores terem um cheirinho do que andam a fazer? Não precisaria de ser arte finalizada e muito menos a cores. Apenas necessitavam de ser páginas legiveis/trabalhadas. À frente das páginas de cada um poderia vir uma entrevista com o autor sobre;
    A)o processo de criação,
    B)o seu percurso profissional
    C)o que está a tentar criar com essa Bd, etc...
    Ou seja, um sitio que mostrasse 'samples' do que por aí se anda a fazer e também que funcionasse a favor do autor em termos de divulgação do seu trabalho. Se aquilo em que o autor anda a trabalhar tiver qualidade, aposto que muito mais facilmente arranjaria editora ou leitores quando terminasse a sua obra. Porque haveria alguma divulgação e as pessoas tinham acompanhado o seu processo criativo. Não teria sido nada que de repente choveu nas bancas.

    O que mais me faz impressão cá é eu saber que há por aí muito boa gente a tentar fazer Bd mas que ninguém sabe deles até um dia conseguirem publicar uma Bd. Entretanto enquanto a vida anda, o projecto de Bd fica posto de lado. Seria muito mais motivante para o autor saber que anda alguem lá fora (leitor) atento ao que ele está a fazer, e que de vez em quando até vai ter de mostrar 'trabalho'.
    Não sei, acho que seria muito interessante entrarmos mais no espaço criativo dos autores. Uma revista feita nestes moldes acho que iria atrair muita gente.

    Se tivessemos 4, 5 autores todos os dois/três meses, teriamos uma revista que teria pelo menos cerca de 40 páginas de divulgação.

    Na minha opinião seria importante esta revista ser barata, em papel barato, a cores ou a PB, o que era importante era baixar-se o preço. Mais tarde quando os autores tivessem a sua obra completa poderia então procurar fazer uma edição XPTO, mas nesta revista a ideia era mesmo que estivessemos o mais possivel na mesa de desenho dos autores.

    Claro que depois existe uma questão importantissima. Temos cá talento suficiente para manter uma revista destas a sair regularmente? É que se o que vier na revista não tiver qualidade ou não for interessante, duvido que alguem compre, mesmo que seja a 2 euros.

    Bem, se obtiver algumas opiniões em relação a esta sugestão, já me darei por satisfeito :)

    Abraço

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  39. Reignfire
    A ASA procurou uma série que continua a vender centenas de milhar de livros por esse mundo e que ao mesmo tempo era popular em Portugal. Para além disso como Dragon Ball já era uma série bem “batida”, tornou-se bastante mais fácil a negociação com os japoneses. Quanto a comparar a edição da Planeta (que eu tenho) com a da ASA… é que não tem nada a ver! A da Planeta era fraquíssima em todos os aspectos! Foi apresentada uma colecção ao público português que poderia abrir portas para outras séries, se esta tivesse sucesso. Não teve, e pode-se dizer que depois disto tudo tu poderás ter razão!
    Mas depois da dificuldade que a Booksmile teve com o Scott Pilgrim (acho que já não se metem noutra), que foi uma série que vendeu milhões de livros e chega a Portugal e derrapa completamente, e agora a Devir com o Death Note (quero que chegue ao fim, mas não acredito) com edições irregulares e muito espaçadas vamos a ver se mais alguma editora aposta neste formato!
    O problema não está nas publicações! O problema está nos portugueses!
    :(

    Loot
    Claro que o conteúdo é satânico!
    LOL
    Se a BD vendesse bem, ó meu amigo… não era só a ASA a fazer propostas de BD, apareceriam muitas editoras interessados no assunto e tu ficarias com problemas de escolha!
    :P
    Preços proibitivos… eu tenho de vos lembrar que antigamente a BD era MUITO mais cara e vendia???? Eu tenho muitos livros da Meribérica dos anos 80 com o preço marcado e rondam os (traduzindo já para EUR) os 5 EUR e os 10 EUR! Isto na altura era um balúrdio!! O que salvava a coisa eram as revistas baratas, da ACJ e do Mundo de aventuras enquanto existiu!
    O meu pai deixou de me comprar a revista Tintim porque começava a ser incomportável para o orçamento! A BD era muito mais cara na altura e eu só me estou a referir aos livros de capa mole! Porque a capa dura antigamente tinha uma diferença enorme no preço porque tinha de ser manufacturada (feita à mão).
    Mas as revistas fecharam porque as exíguas vendas assim o obrigaram. Todos falam em revistas baratas… tentem ver por quanto ficaria uma revista atractiva para captar novos leitores nos dias de hoje. E a seguir façam uma prospecção de mercado para ver quanto iriam vender! Não iriam.
    Acho que a divulgação e captação de novos leitores está não mão dos “mass media”. Infelizmente não estão interessados!
    Assim só depende de pessoas que divulgam, que inovam e que fazem mexer a captação dessa fatia de mercado.
    No último Anicomics eu assisti À entrada no Festival de vários transeuntes que apenas por ali passavam naquela hora. Isto para mim foi uma vitória! Captação!
    Porque será? Se calhar sentiram-se atraídos pela cor e animação do pessoal que por lá andava!
    Quanto a crónicas deste género. Não sei se vou fazer uma brevemente, mas se fizer vão ser temáticas dos assuntos expostos aqui, mas mais profundas!
    (Épáh… não me façam escrever…)
    :D

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  40. Luís Sanches
    Não me entendas mal, eu gostaria que houvesse uma revista de BD, mas não nos moldes do BD Jornal.
    ;)

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  41. Paulo Costa
    Faltou dizer-te algo sobre o Amadora BD.
    Acho que não melhoram mesmo neste campo... eu gostva mesmo de saber mais sobre o Amadora BD deste ano!
    Fica sempre em cima do tempo! É impressionante como conseguem ser tão regulares neste aspecto!
    ;)

    Santos Costa
    Esqueci de dizer que espero o teu próximo prometido comentário!
    LOL
    :D

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  42. estava mais a pensar em livros de 20€ no que toca a edições caras e percebo que tenham esse preço. Mas se calhar umas revistas como eu comprava da turma da mônica que são mais baratas, mais facilmente chegassem ao público. Olha onde isto pode correr mto bem é nas colecções do público, bons preços e boa qualidade, pensando nas da ASA. Enfim deixo isso para os entendido

    O elogio à ASA é tendo em conta o que eles conseguem neste meio, veja o 12 e a capa exclusiva para cá.

    Outra coisa que não vi falarem, BANZAI. Não sigo mas acho que tem uma periodicidade boa, não sei quanto custa mas é mais acessível certamente. Parece-me algo feito num molde que pode resultar. No fundo depende da qualidade das histórias e aí não me posso pronunciar. Li apenas o nr 0 e para mim não era muito apelativo, mas para os mais novos talvez.

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  43. Nuno Amado
    Acho que a ideia que apresentei não tem os moldes do Bd Jornal. Era essencial que quem lesse um numero da revista ficasse curioso pelo próximo, pelas próximas 5 páginas de determinada aventura, que ficasse curioso se o autor estaria a conseguir fazer o que se propôs fazer ou não. Se a revista não estabelecesse uma espécie de continuidade nos seus numeros, tornar-se-ia pobre. Isto na minha opinião, claro.

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  44. As imagens do post não são satânicas, como afirmou o Loot. Respeitam ao tema e muito proporcionadas ao mesmo: é a Fénix Renascida, a ave fabulosa que renasceu das cinzas.
    Já me pronunciei sobre a primeira parte e sobre a última do post. Falta o meio...
    Voltarei.

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  45. Santos Costa, o tom era de brincadeira para o bongop, Tenho a certeza que ele percebeu isso.

    No entanto, eu referia-me à primeira imagem a que tem os anjos/demónios e com a cruz invertida em cima que é o símbolo do anticristo. A fénix vem depois.

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  46. Já tinha discutido isto no defunto Fórum do Central Comics.

    Pretende-se uma revista de BD FB/PT com histórias diversas que não ultrapassasse as 60 páginas, com artigos quanto baste mas com predominância em BDs bem apresentadas e em destaque, não em modo fanzine, que podem ser a côres e preto e branco.

    Hoje em dia não vejo se não a ASA a avançar com um projeto destes.

    Posso imaginar umas quantas páginas sobre os Festivais, tertúlias de BD Nacional mas sem os amargos de boca e azedume que transpiram em Blogs, com críticas construtivas, mesmo festivais internacionais, porque não especialistas-jornalistas pagos para viajarem e verem em primeira mão novidades editioriais?

    O miolo da revista podia ter conteúdos tais como histórias do Titeuf, um bocadinho de Murena, um bocadinho de autores nacionais (Dog Mendonça e Pizza Boy? BRK? Menino Triste? Relvas?) epah e nas centrais um poster bem à Heavy Metal do Azpiri com uma gaja com umas grandes mamas em fundo de fantasia.

    Também gostave que tivesse cenas underground italianas do Tamburini, Liberatore, Pazienza mas aqui acho que estou a pedir demais.

    Julgo que podia resultar. Obviamente que teria de conter publicidade para ajudar a viabilizar o projecto.

    -Bladder

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  47. Saudações Nuno,

    Sou um leitor do teu blogue a algum tempo. A BD é das poucas coisas na vida que me faz gastar o que tenho eo que não tenho!!

    Subescrevo a maior parte do teu post,principalmente no que diz respeito às editoras e lojas de BD;quanto ao resto não tenho opinião formada, pois não tenho conhecimentos para tal.

    A Revista Banzai é editada pela NCreatures do Ricardo Andrade, com um preço a rondar os 5/4€. É dedicada a Manga com autoras nacionais e várias histórias que se vão desenvolver pelos vários numeros.

    Caramba, tenho imensas colecções de BD inacabadas: da ASA à Meribérica, da VitaminaBD à Booktree. É impressionante a falta de respeito pelos leitores!

    Um abraço,

    Pedro Gomes

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  48. Loot
    Os quiosques aqui da minha zona estão cheios de Mónicas, Cebolinhas e afins, para além de todos os títulos Panini de super-Herois em quantidade.
    Quanto à Banzai nunca mais a vi nem recebi mais material de divulgação. Li algures no Facebook que tinha saído mais um número, mas não tenho dados sobre o assunto.

    Luis Sanches
    Eu percebi! Eu gostaria que realmente houvesse uma revista barata de grande público. Mesmo!
    O meu cepticismo advém do mercado que temos, apenas isso!
    Eu penso que se fosse comercialmente viável já alguém tinha feito isso nos últimos tempos.
    :\

    Santos Costa
    O Loot estava a referir-se à primeira imagem, que tem uma cruz invertida, um anjo e um demónio.
    Quanto à Fenix achei-a apropriada para este post! Renascimento precisa-se para a BD!
    ;)

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  49. Não venho acrescentar nada ao debate, apenas venho dizer que é com muito gosto que o venho acompanhando. Sempre preferi ouvir o que têm para dizer aqueles que muito mais do que eu sabem. E hoje estou aprendendo. Opiniões e fundamentadas; crítica; destapamento dos problemas e exposição de soluções; gostos e contragostos; seriedade. Quer se concorde quer se discorde, julgo haver um querer comum a TODOS os intervenientes: QUE A NOSSA BD FLORESÇA. Que se levante do chão, se lá é onde se encontra. Tenho esperança.

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  50. Nuno e Loot,
    Vou voltar a escrever um pouco sobre o MAB.
    Volto a relembrar que o MAB não foi somente um festival de Banda desenhada (apesar do enfoque maior ser nesta arte conforme eu disse em variadissimas entrevistas).
    Tentei juntar cinema, animação, ilustração e banda desenhada.
    Em alguns casos foi bem sucedido, noutros nem por isso. RELEMBRO que o MAB foi feito como MANIFESTO. Existiram pessoas que adoraram o MAB e outras que detestaram. Os autores gostaram e entenderam a iniciativa. (tenho a certeza que mesmo que eu tivesse trazido ao Mab o Alan Moore, Neil Gaiman ou o Grant Morrison (e destes com algum CASH poderia trazer no minimo um)mesmo assim existiriam criticas e eu não conheço nenhum festival que na 1ª edição tenha sido um sucesso de arromba (isto para além das pessoas do Norte não estarem habituados a estes eventos e terem sido "enganados" noutros eventos).
    Existiram alguns problemas que eu não estava a contar (desde a autores não puderem vir á última da hora até problemas com o próprio espaço os quais soube na véspera).
    Sei que com os poucos meios humanos (e não só) que tinha consegui com que esse festival fosse falado um pouco por todo o mundo, do qual sairam bons produtos (como a colaboração com a Niepoort para atrair um novo público á banda desenhada com rótulos de artistas que estiveram no Mab entre outras parcerias).
    Talvez por o ter feito na sua maioria para o pessoal da nona arte é que o mesmo não tenha resultado.. (resultou com as animações, resultou com as conferências de Fabio Civitelli e Melinda Gebbie).
    Para além de tudo isto (e aqui é que foi o caos), o Mab colocou exposições no Metro sobre o Principe Valente, deu uma visibilidade maior aos novos talentos nacionais na casa viva e ainda colocou o museu nacional da imprensa a fazer duas exposições acerca do pai da banda desenhada Stuart de Carvalhais.. Tendo poucos meios humanos (e com pouco know how e como eu sou só um e com poucos apoios), existiu uma dispersão da minha equipa um pouco por todo o lado (assim como eu que andava a tentar apagar fogos em todo o lado).
    Eu aceito todas as criticas, porque fui eu que dei a cara por um projecto que se realizou e que cumpriu o objectivo principal de as pessoas ligadas á BD e não só, saberem da existência desta arte (O Mab foi falado na TV, Fnac, jornais, revistas, programas e em todos os blogues nacionais principais e mesmo em internacionais).
    Objectivo principal do Mab enquanto MANIFESTO: Chegar ao maior numero de pessoas e dar visibilidade a esta arte e aqui cumpriu o seu objectivo.
    Se irei fazer outro nestas condições? Duvido, porque é muito exaustivo para somente uma pessoa (pelo menos nestes moldes).
    Eu não fiquei satisfeito porque sou exigente para comigo mesmo (apesar de todas as contrariedades) e assumi os meus erros.
    Uma coisa que aprendi com o Mab foi que existem pessoas fabulosas no mundo da 9ª arte em Portugal e digo-o sem ironias.

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  51. Gosto da forma como o Pedro Moura aborda a banda desenhada (escrever para um público mais graúdo) , gosto da forma como o Lino aborda os seus queridos fanzines (falar com os entusiastas da BD), gosto da forma como o Mário Freitas aborda as suas edições (dando uma roupagem e identidade nova á BD nacional), gosto da abordagem do João Miguel Lameiras á BD Franco-Belga, gosto do espirito entusiasta do Machado Dias, gosto da abertura do Nuno Amado no que concerne a banda desenhada em geral (por vezes discordo de muita coisa que ele diz, mas a vida é mesmo assim:)), Adoro o José Carlos Francisco e o seu fascinio pelo personagem TEX,gosto muito do espirito "do it Yourself" do colectivo Zona. Para o Paulo Monteiro sobram sempre adjectivos (força, preserverança e garra).
    O Osvaldo de Souza é outra pessoa que admiro enquanto divulgador de um sub-género da BD.
    O Pedro Mota sempre me pareceu boa pessoa (com a sua maneira de ser) e com os seus méritos produziu excentes coordenações e colaborações.
    A Maria José Pereira faz um excelente trabalho na divulgação desta arte na empresa que lhe paga.
    O Domingos Isabelinho é outra das pessoas que mais admiro na BD nacional assim como a Sara Figueiredo e Costa e quase que me esquecia da Fanny Denayer que deve ter sido das melhores pessoas que conheci nesta área.
    O José Rui Fernandes do Mundo Fantasma foi uma peça essencial para a divulgação da banda desenhada no nosso país e merece todos os louros possiveis e imaginários (apesar de não concordar com ele em muitas coisas, mas são pontos de vista).
    O Pedro Silva também foi um dínamo no seu tempo, não esquecendo o João Paulo Cotrim entre muitos outros.
    Conheci toda esta gente (uns gostei menos e outros mais assim como eles comigo de certeza) e nota-se paixão e amor pela 9ª arte, mas se se unirem todos podem fazer grandes coisas pela BD em Portugal. (não conheço outro país que tenha toda esta "riqueza" humana).

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  52. Bladder
    Eu penso que a haver revista teria infelizmente de ser apenas com a prta da casa. Os direitos a pagar aos franceses iriam encarecer logo o produto grandemente.
    Áhhh... e com uma "gaja com umas grandes mamas" lá se ia a classificação "para todos"!
    :D
    Agora as histórias portuguesas que referiste parecem-me interessantes para uma revista!
    Se o objectivo é criar leitores o "underground" teria de ser reduzido ao mínimo!
    :)

    Pedro Gomes
    A ASA só começou a "acertar" com as séries de há cinco anos para cá. Houve um periodo editorial conturbado quando foi da criação do departamento de BD, a compra da ASA pela Leya e deslocalização do Porto para Alfragide. Depois de ter estabilizado não tem corrido mal!
    A Meribérica faliu, portanto muitas das séries ficaram incompletas.
    A Vitamina BD começou teve uma entrada de leão e saída de sendeiro...
    A Booktree logo de início teve uma exxplosão de números 1 que correu mal, acabando agora apenas por continuar a publicar Garfield.
    A Banzai, como disse acima, não sei em que nº vai, nem a tenho visto à venda nos sítios a que costumo ir. Depois do nº1 nunca mais me mandaram material de divulgação.
    :|

    __________________________________


    Para todos aqueles que foi a 1ª vez que comentaram neste blogue, bem vindos e obrigado por se terem inaugurado neste post, que acho importante, pelo menos para mim.
    :)

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  53. Desviei-me um pouco do tema e volto a dizer ao Nuno, Loot ou Luis Sanches que a BD sempre foi cara em Portugal (sim, eu lembro-me dos preços exageradissimos da Meribérica e mesmo das importações da Abril, mas os tempos eram de abundância com a entrada na CEE entre outras coisas).
    Logo, para se modificar algo na BD segundo a minha opinião é colocar toda esta "envoltura" humana unida e mostrar que a BD pode ser cool e muito na moda.
    Quanto aos blogues e sites (e não desvalorizo nenhum como disse anteriormente, pois são mais um veículo para promoção, os quais têm que funcionar mais como uma tipica conversa de café e passa palavra aos amigos/conhecidos, a darem-lhes a conhecer esta arte e aqui o teu blogue faz a diferença) e respondendo ao Nuno, se soubesses a quantidade de pessoas que gostam de banda desenhada e não chegam a ela (devido ao pouco tempo que têm nas suas vidas e sem ninguém as "guiar" ficavas atónito:) SÃO MILHARES mesmo, e eu falei com centenas delas ao vivo em feiras.. E todas se queixam da falta de dinheiro:( (apesar de gostarem e muito de BD)..
    Penso que uma revista de BD ou um programa de TV sobre BD, misturada com outras artes em Portugal em formato semanal ou quinzenal poderia mudar um pouco o estado das coisas.

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  54. Para finalizar, lembro-me de quando andava a acompanhar a artista Dame Darcy em 2010 um pouco por todo o país (com concertos, animações e autográfos), apareceu muito público fora do mundo da banda desenhada de todos os estratos socias e idades e essas pessoas interessaram-se não só pela artista, mas também pela banda desenhada e não foi necessário promoção em jornais, blogues ou sites. (o produto vendeu-se a si mesmo e a divulgação da arte também)..
    Esta é uma das formas que eu conheço para procurar cativar novo público (desde os adultos até aos seus filhos ao incutir-lhes novamente o bichinho da BD).
    Agora, espero que consigas fazer um site á maneira:)
    Grande Abraço

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  55. Estava a dar um exemplo de géneros (não conheço tudo aquilo que a ASA publica), pode ser com a prata da casa sim. A gaja de mamas foi no gozo, e não vejo porque não teria bikini... já agora um pescoço de dragão entre as pernas para parecer mais inocente :P

    Fora de tretas, a ASA podia avançar com algo assim, se quiserem podiam usar como encarte no Publicuzinho para não encarecer tanto o produto.

    Às vezes apetece-me ler uma revista de conteúdo eclético nem que seja para me entreter na retrete. Potencialmente se gostar ou se me der a descobrir algo interessante comprarei o album. Antigamente a Bertrand acompanhava as histórias que saiam no Tintim. A ASA pode colocar conteúdos de albuns existentes. Saindo mensalmente posso equacionar gastar 5€ numa revista destas, mais dependendo do papel.


    -Bladder

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  56. Carlos Rocha
    Ainda bem que estás a gostar!
    No fim destes posts e comentários saem sempre algumas ideias engraçadas e garantidamente alguns esclarecimentos sobre BD!
    ;)

    Bladder
    Eu percebi que a gaja das mamas foi no gozo!
    :P
    Essa hipotética revista sair como encarte de um jornal ao fim de semana seria uma boa ideia por várias razões. Uma delas seria uma imediata redução no preço, pois a distribuição já estaria paga pelo jornal!
    E sim, também gostaria de ter para ler algo ecletico em qualquer lado, inclusivamente no WC! (Não gosto de levar os meus livros TPBs e HC's para essa divisão da casa...)
    :D

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  57. Bacchus
    Já sabes a minha opinião sobre o MAB. Já escrevi sobre isso, mas de qualquer modo posso referir que num festival que tenta ser multidisciplinar, com diversas artes à mistura, o Leituras de BD fala sempre apenas sobre a BD e tudo o que a envolve, seja a parte comercial, seja merchandise.
    Por isso quando eu me refiro ao MAB será sempre relativamente à BD!
    Também te posso dizer que se tivesses trazido o Alan Moore tinhas casa cheia, quanto mais não fosse de curiosos para ver o “eremita” em Portugal.

    Logicamente que não vou dissecar os teus gostos, amizades ou adjectivos que ponhas à frente de todas essas personalidades que enumeraste.
    Posso dizer que existem pessoas que eu admiro da lista que apresentaste, outras que não me aquecem nem me arrefecem, mas com uma delas fiquei com fígado voltado ao contrário. O Pedro Silva a partir do momento que me enganou descaradamente em duas séries que eu seguia da Vitamina BD (não só a mim, mas também mandou mails do género para outros leitores), impediu-me de comprar uma dessas séries em inglês (não sei francês), visto que como confiava nele fiquei sempre à espera que o livro saísse. Foi muito feio e não tenho medo nenhum de o dizer.
    De qualquer modo é praticamente impossível juntares os ditos alternativos e adeptos da BD científica ao resto do pessoal, porque por e simplesmente para eles o resto dos quadrinhos não são BD.
    E é natural discordares de mim porque temos gostos na BD completamente diferentes! Mas pelo menos não és “monolítico” como muitos que gostam de BD mais à margem dos canones!

    Na realidade para a BD ficar em cima novamente é preciso ficar na moda, e quem faz a “moda” são os meios de comunicação e as personalidades famosas do nosso país.
    Quanto às pessoas gostarem muito de BD e não comprarem… olha essa eu não compro!
    É tudo uma questão de prioridades! Eu compro muitos livros e gasto muito pouco dinheiro em roupa e calçado. Vou ao restaurante menos que o português comum e não preciso de comprar roupa de marca para exibir. Gosto mais de exibir a minha Bedeteca às visitas!

    Mas isso foi um tratamento personalizado que fizeste à Dame Darcy. Isso seria impossível de fazer de um modo continuado com todos os artistas individualmente!
    O site irá existir e irá ser o maior e melhor de sempre da BD portuguesa. Neste momento acho-me com experiência para isso. Mas isso não é para fazer sozinho, ninguém consegue essas coisas sozinho, teria de ser uma equipa que trabalhe por gosto e com a amizade a imperar, de outro modo é impossível fazer o que eu quero.
    :)

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  58. Boa noite, Nuno

    A revista Banzai vai para o 3º numero, ou seja, já saíram 4 contando com o 0. Costuma estar à venda na Fnac, mas basta ir ao site da Banzai para conhecer os locais onde se vende a revista.

    Quanto à Asa, excelentes séries (na minha opinião)foram descontinuadas por questões comerciais: Os Mestres Cervejeiros, O Lama Branco, Aromm, Tramp, etc.

    As séries XIII e Juan Solo esperam por melhores dias. É a vida.

    A série Largo Winch consegue o recorde de ter sido editada por 3 editoras,com edições aleatórias ao longo dos tempos: Bertrand, Gradiva e Asa.

    Falo principalmente de BD FRANCO-BELGA por ser a que mais gosto.

    Quero felicitar a Kingpin (óptima livraria e óptimas edições)e desejar o melhor a todas as outras editoras e lojas de BD.

    Sinceramente, não estou muito optimista em relação ao futuro da BD em Portugal, mas se não formos nós a divulgar e a trazer mais pessoas para o mundo da 9ª ARTE, então será ainda pior.

    Um abraço,

    Pedro Gomes

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  59. Pedro Gomes
    As séries que falas fazem parte dessa altura conturbada!
    :)
    De qualquer modo tenho de te dizer que Aromm está completa, foram editados dois livros pela ASA ea série apenas tem dois livros!
    :P
    Largo Winch é uma confusão... XIII a ASA não continua porque não quer "vender" os álbuns da Meribérica, as restantes não foram continuadas por razões comerciais.
    Quanto à Banzai, como me mandaram e pediram divulgação para o nº1 fiquei sempre à espera do material para divulgação dos números seguintes.Como deves calcular não consigo andar à procura de tudo... se não me mandarem eu não adivinho!
    Provavelmente o negócio está a correr bem e não precisam de divulgação por aqui.
    :P

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  60. Falou-se aqui de revistas BD, um desiderato que julgo ser comum e de concordância pacífica no meio. No entanto, há pormenores que é suposto levar em conta: que tipo de revista? A cores, a p/b ou mista? Qual a tiragem? E os custos gráficos, royalties, etc.? E um mecenas que goste de investir apenas "por amor"?
    Há ainda a considerar: que formato e conteúdos? Apenas BD? Continuada ou integral?
    Vou exemplificar: compro regularmente a Casemate e agora a Immanquable,para além de outras que se vão consagrando ao que se pretende como espírito dos blogues, mas em papel. Há entrevistas, exposição antecipada das pranchas de álbuns a editar, comentários dos autores e outros intervenientes, crítica, and so on...
    Portugal não tem mercado para os álbuns; terá mercado para revistas exclusivamente de BD, como estas,que custam quase o preço de um álbum /7,5 Euros da Case e 8,50 da Imman?
    Se forem para a frente com isso, tenham a preocupação de se assegurarem de uma boa distribuição, do aproveitamento das sobras em campanhas ou reposições para coleccionadores,de se deixarem de elitismos que supostamente trazem leitores mais adultos (ou adúlteros se existirem as mamas à mostra, de misturarem na revista assuntos que estão para a banda desenhada como uma Papua para Wall Street, dos apoios das editoras através de propostas publicitárias de lançamento, de assinaturas e de publicidade vária, com contactos nos lugares certos e pratiquem, em função disso tudo, preços populares, arriscando em maiores tiragens iniciais, mesmo que tenham de colar na capa um champô ou outro "chouriço" como hoje vulgarmente se adopta; levem o assunto à Impresa, à Cofina ou outro potentado dos media, para abrirem mais um título, se tiverem alguma relação com os respectivos CEO ou familiares;ou, caso tenham um tio rico e solteirão em África, proponham-lhe esvaziar um pouco as contas, para arejar.
    Parece que redigi isto em tom de brincadeira, mas não - há aqui muita coisa séria!

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  61. Nuno,

    tens razão quanto ao Aromm. Peço desculpa.

    Pedro Gomes

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  62. Nenhum grande grupo editorial vai pegar numa revista periódica de banda desenhada. Se não se consegue publicar Disney com lucro, não são partes incompletas de histórias, de artistas desconhecidos, com personagens desconhecidas que vão vender. E esqueçam o mito do papel barato. Já não há papel barato. A este nível de tiragens, o papel de jornal custa a mesma coisa que o couché.

    A distribuição com um jornal seria mais fácil, mas não significa que a distribuição está paga. A distribuição é paga ao peso e uma revista extra, mesmo num jornal como o Expresso, é peso extra. Se eu imprimir 80 mil revistas a 300 gramas cada, são 24 toneladas que tenho que distribuir. Este género de revistas precisa de publicidade associada para pagar a impressão e distribuição, e ela tem que estar garantida antes do projecto avançar.

    Juntar BD a outras artes não garante público adicional em festivais nem leitores adicionais a descobrir o produto. Sem indústria, Portugal não tem um género dominante para se poder fazer associações mais profundas. Seja como for, esse tipo de artes e interesses também costuma estar associado a subculturas com interesses próprios e falta de apelo mainstream, pelo que não dá para "dar o salto" para o grande público.

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  63. Mais outra... Porquê tanto interesse em atrair leitores adultos? Os adultos já sabem do que gostam. Os gostos ganham-se em criança. Querem vender mais BD a longo prazo? Façam BD para o grupo etário 6-15.

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  64. Santos Costa
    Eu nem sei como te responder! LOL
    O assunto aqui virou de repente para a revista de BD.
    Eu gostaria muito de uma boa revista de BD em Portugal. O que eu considero uma boa revista de BD?
    Tintim e Spirou!
    Porque é que acabaram por ser canceladas? Por baixas vendas. E porquê?
    Porque os álbuns com uma aventura completa pouco mais caros eram que essas revistas!
    Revistas com BD para crianças? Sim, estou de acordo. Onde está o mecenas para pagar isso? Sim, porque lucro ninguém vai ter!
    Como já disse tempos atrás um pápá a quem o filho pequeno estava a fazer birra porque queria uma revista da Mónica, disse-lhe que não e a criancinha começou a fazer birra. Então dentro da tabacaria onde ia comprar aquele suplemento de cultura chamado TV Guia a criança começou a chatear outra vez. Resolução do problema: comprar uma caixa de pastilhas mais cara que a revista da Mónica.
    Entendam como quiserem esta situação!
    Eu fiquei chocado, mas o nosso público é isto! E as crianças não têm como comprar essas revistas, só os pais.
    Por isso não acredito na revista para atrair novos leitores. Se nem a toda poderosa e famosa Mónica consegueultrapassar uma caixa de pastilhas... e a culpa não é da crise, porque as pastilhas eram mais caras.
    A crise é sobretudo cultural.
    :\

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  65. Paulo Costa
    Reafirmo o que disse na resposta ao Santos Costa, e subscrevo tudo o que disseste.
    :)

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  66. Pedro Gomes
    Não tens nada de pedir desculpa. Eu engano-me montes de vezes e tenho de andar a emendar antes de o pessoal começar a ler!!
    ahahahaha
    :D

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  67. Nuno,
    É normal no que respeita ao MAB as pessoas falarem mais na BD, porque foi onde coloquei mais ênfase e entendo todas as criticas e as coisas feitas durante o MAB ainda hoje em dia aparecem em revistas assim como ideias tiradas com parcerias.
    Trazer o Alan Moore poderia ser complicado.
    Enchia-me a casa?:) Não sei mesmo... O problema do Porto é que é uma cidade muito cultural e mesmo com o Alan Moore não sei se enchia a casa:) Posso-te dizer por exemplo que o Fantasporto já trouxe cá grandes nomes do cinema e isso não foi sinónimo de casa cheia infelizmente:(
    As pessoas que eu enumero são pessoas ligadas á nona arte e com as quais fui falando e no que puderam relativamente ao MAB contribuiram com os seus préstimos (fosse em textos ou divulgação).
    Umas com mais virtudes que outras (mas a vida é mesmo assim).
    A única coisa que não tolero é uma pessoa estar a fazer um trabalho e aparecer um iluminado que é pago para escrever um artigo de informação e escreve um artigo de opinião (e sim falo do Cleto), pois ele é jornalista e deve saber informar os leitores de um jornal como o JN. Isso no meu ponto de vista é brincar com o trabalho que estava a ser feito.
    Quanto ao Pedro Silva, penso que já falamos disso anteriormente; como é uma micro editora vai publicando os livros que pode e quando pode, por vezes pode não completar as séries, mas isso deve-se á falta de leitores.
    Quanto ás promessas que ele fez, é normal as pessoas fazerem promessas e depois não as puderem cumprir ou acharem que têm 100% de certeza que as vão cumprir e depois por um motivo qualquer (normalmente são financeiros) não as cumpram.. mas também não sou advogado do Pedro Silva:) Gostei do BD FORUM e sempre gostei do tratamento que tive da parte dele para comigo e de algumas das suas ideias relativas á BD.
    Eu como não sigo arcos de BD ou séries (e mesmo que seguisse, sabendo de como é fluctuante o mercado nacional, se não saisse em português comprava em inglês ou francês apesar do que me dizesse o editor..).
    Continuo a não achar complicado unir os alternativos ao resto do pessoal porque partilham do mesmo gosto que é a BD. (eu pela minha experiencia não me pude queixar no MAB; uns escreviam sobre um autor e outros de outro, por vezes basta pedir.)
    Sim Nuno, temos gostos diferentes e gostos nos quais coincidimos nesta arte e isso não faz com que andemos por aqui ao "sopapo" com toda a certeza.. hehehehehe. (sabes que eu até gosto das tuas opiniões e da forma como pensas e escuto-as atentamente)

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  68. Obrigado pela parte de não ser um "monolítico":) Eu cresci com os Astérix, tintins, Mafaldas, Disneys e superheróis (como toda a gente), depois fui adquirindo o meu gosto pessoal, fosse na musica, cinema, literatura ou BD. Mas nunca considerei a BD que eu não aprecio tanto inexistente e sei o valor que ela tem (posso é não gostar da mesma o que é diferente).
    Para a BD ficar na moda é ir ás personalidades famosas que gostam de BD em Portugal, temos o António Lobo Antunes, Miguel Sousa Tavares, Rui Zink, Nuno Markl entre muitos outros.
    As pessoas podem gostar de BD, de CDS, de literatura, de cinema e tudo ao mesmo tempo.. Logo ai são as prioridades que contam.
    Se gostam muito duma BD, mas gastaram dinheiro num livro de literatura ou num CD ou num filme, não podem gastar o mesmo dinheiro na BD, porque têm muitos interesses provavelmente para além da BD.
    Eu sempre comprei muitos livros, Cds e Dvds e também não gasto dinheiro em coisas superflúas como roupa ou calçado. Também não vou a restaurantes pomposos e é mesmo raro ir a qualquer restaurante.
    Quanto á situação da Darcy, foi para dar um exemplo que se se juntasse música, animação, cinema e BD, as pessoas prestavam mais atenção á banda desenhada e a Darcy tem todas essas componentes, logo bastava fazer a junção desses componentes.. Linkar storyboards, argumentos de cinema, letras para musicas, capas para discos, adaptações literárias, cinematográficas, animação e ilustração a autores de BD, pois eles na sua esmagadora maioria fazem todos estes trabalhos.
    Estes links poderiam ser feitos numa revista, num jornal, num blogue ou num site.
    Com a contribuição de pessoas que percebam mais de umas coisas do que de outras, poderia-se fazer um bom cocktail ligada á nona arte (algo como o site bleedingcool inglês, entre outros).
    Eu desejo-te toda a sorte do mundo no site e se precisares dos meus préstimos sabes que ajudo no que for preciso.

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  69. Vou começar pelo que acho mais óbvio. Foi aqui citado o caso da Disney que não vende...
    Eu sempre adorei o super-pato. No outro dia peguei nas mais recentes aventuras do mesmo e não cheguei à 10ª página. Talvez a Disney não venda hoje como vendeu em tempos, em parte porque, não tem a mesma qualidade que teve em tempos. Passando à frente...

    Nuno Amado
    Eu sei que te chocou esse episódio no quiosque :) mas os pais não são todos assim. Apesar de concordar contigo de que o maior (e talvez mesmo UNICO) problema da Bd em Portugal tenha a ver com a nossa cultura, não podemos deixar que sejam episódios tristes desses a definir o que se acha do país inteiro.

    As crianças começam a juntar dinheiro para comprarem coisas de que gostam. Não são os pais que lhes escolhem os jogos de computadores ou os brinquedos. Mesmo quando os miudos não têm o dinheiro, são eles que são os decisores! O episódio de que falas apesar de ocorrer com alguma frequência, não é a norma.

    Paulo Costa
    Se a qualidade do papel não varia o preço, Óptimo! Usemos o melhor então. E se o ser a P e B também não traz variação no preço, ainda melhor. Usem-se cores! Concordo completamente com a faixa etária que referiste. Dos 6 aos 15. Só discordo com a exclusão da possibilidade de uma revista. O problema é que nós queremos levar Bds a esta nova geração mas nos nossos moldes, e os miudos hoje em dia vivem num mundo bem diferente do que aquele em que viviamos.

    Só mais uma coisa, já falei aqui antes disto. Porque não tentar introduzir Bds nas escolas. Mesmo como apoio ao ensino escolar. Há melhor forma de uma criança ganhar gosto pela leitura que não seja com a Bd? Acho que o problema passa muito pela forma como nós todos (amantes de Bd, os leitores, editores, e talvez até autores) tentamos fazer a Bd progredir.

    Se tivermos Bd boa virada para os miúdos, mesmo em formatinho, mesmo em ambiente escolar... daqui a 10, 15 anos temos o tal publico de Bd em Portugal que todos gostávamos que existisse hoje.

    Enquanto esses leitores (novos em idade) não aparecerem, vamos continuar aqui a discutir problemas que não têm solução.

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  70. nuno amado
    quando coloquei um gosto na tua página do face aproximadamente um mês atrás deixei uma mensagem para que não deixasses de postar... lembras?
    as melhores fontes de informação sobre bd e divulgação da mesma em portugal neste momento vem de blogs como o teu, de gente anónima que gosta mesmo disto e perde tempo em partilhar o que sabe com os outros...as melhores criticas, observações e curiosidades venho a encontrar em blogs e não em sites como seria esperado. Muita gente começam excelentes trabalhos e depois desistem e deixam a meio pois para além do tempo que gastam, poucos dão valor ou deixam uma palavra de apoio. Portanto força nisso...
    O meu pessimismo começa quando penso em anos passados onde entrava nos quiosques e demorava mais de meia hora para escolher uma revista tal era a escolha e duzentos paus davam pro gasto.... agora é so revistas cor de rosa e as poucas revistas que vejo tem um preço das tpb. As livrarias tinham uma escolha medonha , agora para além de pouco é o de sempre - asterix e amigos.

    mário freitas
    lisboa é mesmo a capital e tenho a impressão que portugal é só isso mesmo ,eu e quase todo o planeta ... muita coisa boa se passa em lisboa e uns restos vão parar ao porto ... SR.mário repare que eu demoro 6 horas para chegar aí o que não é problema mas o meu trabalho não me permite ao luxo de ir aí muitas vezes devido á distancia ... Lojas de bd tenho de ir ao porto ... demoro uma horita , estacionar outra horita. Agora uma pergunta a nível pessoal:
    Como eu convenço a minha mulher (que não gosta de nem de dragon ball) a ir ao anicomics ?????????????????????????
    façam atrativos para malta que tenham outros gostos ou tentem juntar datas de eventos diferentes que o publico vai dobrar e assim alguns que nem tinham interesse pela coisa passa a gostar e junta-se á causa.... Boa sorte para eventos e projectos futuros

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  71. Bacchus
    Trazer o Alan Moore seria casa cheia para ti. Ponto. Para além de ser um autor muito importante é também muito polémico, e para mais é muito raro o homem ir a convenções de BD por isso até terias visita de nerds estrangeiros!
    :D

    Eu também gostava muito do Pedro Silva. Aliás ele até me vendeu o Vol.4 da série UW1 antes de sair para o mercado por saber que eu era mesmo fã da série!
    Mas mandar mails a dizer que está na gráfica, que daqui a dois meses está à venda e outros do mesmo teor… desculpa mas não. Prejudicou-me! Uma coisa é não ter dinheiro para editar o livro, outra coisa é dizer que está na gráfica, que já vem a caminho…
    Para além disso acho que como editora já não existe, nem micro nem macro, nenhuma das duas (Vitamina BD e BD Mania). A única coisa que de vez em quando publicam é um livro do Hermann e mais nada!

    E eu sigo séries sim. São poucos os livros com menos de 60/70 páginas que me preenchem, como tal sigo séries!
    E claro que temos gostos diferentes, mas uma coisa é ter gostos diferentes, outra é considerar tudo o resto um monte de esterco como muitos. Até agora nunca te incluí nessa categoria maravilhosa dos “monolíticos”…
    :P

    A minha opinião sobre essas personalidades que referiste é que poderiam ser pessoas importantes na divulgação, mas não são pessoas que possam criar “uma moda”. As pessoas que põem na moda algo, são aquelas personalidades (por norma ocas) que tu vez na TV Guia e revistas cor-de-rosa. Essas sim, fazem a moda.

    O site que eu estou a delinear há bastante tempo é do género do Bleeding Cool sim.
    Mas tem de ser bem pensado. E teria de haver alguém que não se importasse de traduzir os artigos todos para inglês, ou para português no caso de entrevistas em inglês.
    Arranjar alguém que fizesse por amor à camisola é muito difícil, porque eu quero uma coisa continuada, não quero fechar ao fim de 2 anos. Teria de ser uma equipa compacta porque ao fim de algum tempo (bastante tempo se calhar) até se poderia ganhar dinheiro com o site. Sim, porque eu a fazer isso seria mesmo para ter retorno do trabalho passado algum tempo!
    A ver vamos…
    ;)

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  72. Bacchus..."Do it Yourself" é uma expressão do movimento Punk que, para a BD em Portugal, foi "introduzida" pelo João Mascarenhas. E aplica-se a todos os que querem vingar na BD em Portugal. Ao colectivo Zona, ao José Abrantes, ao pessoal do BD Voyeger, etc...
    Nós, no Grupo Entropia, inclusivé acrescentámos "Do it Yourself, but do it together"...porque cada vez mais na BD em Portugal teremos que ser nós, por nossas mãos, a fazer isto andar.

    Abraços a todos.

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  73. Ainda em relação aos preços, nunca ninguém disse que a BD foi barata. Sim era cara já no nosso tempo e no dos nossos pais. Já pensaram que se calhar é por isso que hoje somos tão poucos?

    Estou a falar a partir de senso comum, não tenho noção se a diferença seria tão grande. Eu por exemplo interessei-me por BD quando comecei a lê-la na biblioteca da escola em miúdo. Depois privilegiei comprar isso em prol de outras coisas. Hoje em dia os miúdos têm muitas mais escolhas, entre vários jogos e a internet, é difícil competir.

    Acho que obras de BD mais acessíveis poderiam ajudar a comprar, conheço muitos que mostram interesse em ler algo, mas ao ver o preço recuam. Gastariam o mesmo valor noutras coisas, mas porque essas outras coisas já sabem que gostam.

    Mas admito que pudesse não ajudar em nada era só uma opinião. E sim é preciso mais além disso.

    Já agora, nem tudo tem de ser voltado para angariar leitores. O blog do Pedro Moura é dirigido a leitores de BD, e não tem mal nenhum nisso, nós também merecemos atenção :P
    A única coisa que critico mais no blog dele é mesmo a formatação dos textos, mas ele gosta assim, porque já mais pessoas mencionaram isto.

    Abraço ( a ver se chaga aos 100 :P)

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  74. Falou-se aqui nas escolas (julgo que foi o Luis Sanches em resposta ao Paulo Costa) e isto é muito importante. Fulcral,mesmo.
    No concelho onde vivo, enquanto presidente do conselho de administração duma EEM, ligada à cultura, propus aos dois agrupamentos escolares a realização de uma página de BD, em A3, com todos os alunos de todos os anos escolares abrangidos. Era uma lenda local, com sete vinhetas, onde eu desenhei previamente três e deixei as outras quatro em branco para cada um deles preencher, com os textos já lá inseridos. Mandei tirar quinhentas fotocópias e dei uma semana para a conclusão e entrega dos trabalhos, de acordo com os professores da área de educação visual.
    Conclusão: apareceram 350 pranchas com arte que, nalguns casos, me deixou de boca aberta, e tudo ao fim de três dias. Os professores encontraram nos alunos um empenho extraordinário.
    Resultado: houve intensa procura de revistas de BD nos sítios de venda.
    Propôs-se a continuidade do sistema através de uma revista, não tendo seguimento porque eu, na altura, estava até às orelhas com outros projectos.
    Na Escola Profissional da área, e numa prova de aptidão profissional para os cursos de animador social, sugeri uma exposição de BD. Eu levei para a exposição parte do meu espólio em álbuns e revistas, com a condição de os alunos mexerem, verem,lerem. Foi um êxito.
    No entanto, estas medidas, circunstanciais, perdem por falta de continuidade. E há a necessidade de se dizer aos pais que a BD não tira lugar ao estudo, antes o complementa e impulsiona.
    Querem uma BD divulgada? Contactem os directores de escol, os professores de área, promovam workshops com os alunos, instiguem à leitura e terão resultados.

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  75. Os meus parabéns ao Nuno por ter criado um tópico que gerou até ao momento 76 comentários, incluindo o meu :)

    Não vou comentar o assunto, porque outros mais abalizados já o fizeram.

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  76. João Figueiredo
    O faz tu mesmo hoje em dia não serve. Podes estar à frente de uma equipa, agora sozinho nos dias de hoje pouco de faz.
    E sei que por mais que faça chega-se a um limite inultrapassável, apenas se consegue passar esse limite conhecendo as pessoas certas para um pulo mais acima. E assim por diante!
    A BD neste momento está nesse patamar, é preciso alguém, um conhecimento mais acima que possa fazer disparar a BD para um patamar mais alto, e provavelmente será uma pessoa fora do circuito normal da BD!
    ;)

    Loot
    Não me ouviste dizer mal do blogue do Pedro Moura. Ouviste-me dizer que para divulgação junto do grande público é completamente inútil, pois apenas se destina a uma fatia de pessoas muito restrita.
    O Pedro Moura ele próprio já o disse no blogue há muito tempo. Nada contra! Cada um tem de ter prazer no seu blogue, e com certeza o Pedro Moura tem prazer no dele. Eu não retiro nenhum prazer em ler um post do Pedro Moura, aliás, acho que nunca consegui acabar de ler nenhum post dele.
    Mas isto sou eu!
    Não estou a fazer lei, nem quero!
    O mundo é feito de muitas cores!
    Mas não tenho medo nenhum de dizer o que penso, só porque ele é professor universitário e pedagogo (lol) e mais alguns adjectivos e substantivos. Não vou dizer que é o máximo, ou que gosto, ou que acho sublime a maneira dele escrever só para parecer bem. Não sou assim!
    E ele está no pleno direito de dizer que o meu blogue é uma bosta de acordo com os gostos dele! Provavelmente até é!
    Se há uma coisa que não me podem chamar é hipócrita!
    Quando não gosto tenho dois caminhos... ou digo que não gosto mesmo, ou então se acho que isso pode castrar de algum modo a evolução futura de alguém arranjo outras maneiras mais suaves de o dizer sem ser "bruto".
    :P

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  77. Luis Sanches
    Todos os pais não são assim porque eu não sou assim e existem uns quantos que não são assim.
    Mas posso-te dizer que a maior parte prefere comprar um jogo de computador para o filho do que um livro (seja literatura ou BD), apesar de ser mais caro. E também te posso dizer que é de pequenino que se torce o pepino. Ou seja é logo na fase da escola primário que os pais têm de iniciar o gosto dos livros nos filhos, porque sejamos sinceros, se não o fizerem... para um adolescente que nunca leu, um videojogo é o máximo que existe e tá-se bem a borrifar para livros e qualquer outra forma de arte.
    Eu já tentei fazer umas coisas interessantes na escola. Os professores gostaram muito mas disseram que iam perder tempo precioso para dar o programa. Nunca mais tentei.
    :(

    Paulo Paredes
    Antigamente havia mais oferta porque vendia mais. Hoje há outras "distracções" e que em grande parte só emburrecem as pessoas.
    Aliás podemos ver que o nível de cultura geral em Portugal caiu abruptamente de há 20 anos para cá!
    - De onde vêm as azeitonas?
    - Da azeitoneira!
    Infelizmente isto é geral por aqui...
    Este é o grande problema. Cérberos fechados e palas nos olhos, tudo isto facultado pelos educadores amorfos de hoje (pais). Mas mesmo que os pais tentem interessar os filhos por outras coisas é complicado, porque o imediatismo de gozo e adrenalina de um videojogo é superior ao de um livro. Daí, e logo mal saibam ler, é pôr-lhes um livro à frente antes de eles terem contacto com o resto das "distracções". Assim quando crescerem conseguem usar os dois mundos, em vez de um só!
    ;)

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  78. Paulo Paredes
    Quando me meto numa não costumo desistir! Esqueci de dizer isto.
    Demorei até criar a página FB do Leituras de BD porque sabia que era mais trabalho que eu ia ter, mas agora que o assumi, é para ir para a frente, como prova o alcance médio de 13 mil pessoas, 1000 a "falar disto" e mais de 800 gostos em 4 meses!
    É tudo uma questão de trabalho!
    :)

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  79. Bacchus
    Independentemente do que dizes em relação a preços, a Bd sim, já foi mais barata. Fui obrigado a ir ao sótão confirmar porque já estava a pensar ter vivido numa realidade alternativa :) Espadas Selvagens do Conan (para dar um exemplo) a 300 escudos, leia-se um euro e meio, mesmo que tenha sido há 20 anos, era mais acessivel ao bolso dos portugueses do que os preços que se praticam agora.
    E nem vou falar do que era mais praticado no abundante 'formatinho'.
    Mais, eu próprio fartei-me de comprar e vender Bd em alfarrabistas que ainda (como havia procura de Bd em 2ª mão) baixavam mais os preços das mesmas. Haviam muito mais negócios do estilo de comprar duas revistas por o preço de uma,etc.
    E nem precisava ir ao sótão. Qualquer pessoa sabe que uma economia estagnada encarece muito mais as trocas comerciais do que uma economia vitalizada. Isto nem é novo nem é de Bd, é economia pura.
    A Bd sempre foi cára em Portugal? Sim, mas só alguma. Sempre houve alternativas de boa Bd mais barata que hoje não há (e não me falem da mónica e do cebolinha que por muito que goste das obras do Mauricio, às vezes quero outras coisas). Até nos Ásterix se notava uma enorme diferença de preço o facto de ser capa dura ou capa mole. Lá está, quem podia e queria, comprava com capa dura, quem não podia, tinha a alternativa da capa mole. Alternativas aos preços mais caros hoje não há como as que haviam.

    Santos Costa
    Parece que estamos na mesma página em relação a este 'problema'. A tua sugestão final para mim é o que nos falta para podermos ter daqui a uns anos um grande (ou pelo menos, bem maior) público de Bd.
    E é por isso que eu digo que infelizmente nós, quem gosta de Bd, também tem culpa no cartório em relação ao estado das coisas. Nós queremos que haja mais gente a ler Bd mas nunca abdicamos de aquilo que achamos que é a 'verdadeira' Bd. Tem de ser nos nossos moldes, tem de ser o nosso tipo de Bd, ou com o tipo de formato que gostamos, etc, e as coisas assim não funcionam.
    Se queremos passar a Bd aos jovens temos de ser mais maleáveis na forma como a abordamos e a concebemos. Senão o desinteresse por parte deles continua.

    Provavelmente não é este o seu objectivo como profissional mas vou usar o nome do Mário Freitas para ilustrar o meu ponto pois aqui no blogue parece ser bem respeitado.
    Imaginem alguém como o Mário Freitas (tanto editor, como promotor de eventos) a abordar autarquias e conselhos de escolas para eventos ou projectos semelhantes aquele de que o Santos Costa, de incentivo à criação de pranchas por parte dos alunos, falou.
    Imaginem que o mesmo Mário Freitas leva para essas mesmas escolas dois ou três livros por ele editados, em que os conteudos são direccionados para leitores daquela idade.
    Como é que iniciativas destas não são mais pensadas por todos nós? Em que aspecto iria isto ser prejudicial para a Bd em Portugal?

    Não digo que o Mário Freitas o deveria fazer, claro. Mas porque é que não há pessoas na área das editoras a promoverem este tipo de eventos? Isto sim, seria divulgar Bd. Os festivais para mim, sejam eles quais forem e por muito que os aprecie, são isso mesmo, Festivais. Festas de Bd. Para quem já lê Bd. Mesmo quem vá a passar e entre devido à 'Festa' não se vai tornar leitor assiduo de Bd.
    Porque não 'Festas' de Bd para os que ainda podem ser 'convertidos'?

    É só uma sugestão...

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  80. Pedro Mota disse...
    A minha ideia de uma revista de BD com viabilidade em Portugal é a seguinte:
    Formato comic, em edição conjunta de várias lojas especializadas de BD. Num primeiro momento, seria vendida exclusivamente nessas lojas (permitindo a poupança de custos resultante do facto de não haver distribuição).
    Sairia de dois em dois meses, e incluiria quatro histórias: duas em continuação (cada uma seria apresentada num capítulo de quatro páginas), e duas histórias completas (ocupando as restantes dezasseis páginas do miolo, mas não sendo, necessariamente, duas histórias de oito páginas – podia ser uma de seis e uma de dez, ou o que fosse).
    As histórias em continuação seriam apostas seguras para o grande público (autores consagrados - imaginem um novíssimo projeto do Filipe Melo, por exemplo), enquanto que as histórias completas permitiriam apresentar novos autores, ou histórias mais arrojadas.
    Idealmente, o caderno das oito páginas em continuação seria, tal como a capa, a cores.
    A revista evitaria textos sobre BD, entrevistas, etc., que seriam apresentadas no site da revista.
    Esqueçam o “grande público”, esqueçam os quiosques. Esqueçam o modelo do BD Jornal (sem identidade, e com pouca novidade). Isto conseguiria vender uns quinhentos exemplares por número? Julgo que sim. E, com maior facilidade do que a Zona ou outros projetos meritórios, fidelizava leitores, divulgava autores, valorizava as lojas.
    Abraços,
    Pedro Mota

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  81. Santos Costa
    As escolas e os pais são fulcrais sim. Chama-se a isso uma palavra perdida algures no tempo chamada educação.
    A escola do meu filho achou a ideia da BD muito gira, era transversal a 4 disciplinas (português, inglês, área de projecto e desenho), mas não tinham tempo para perder… tinham de dar o programa. Tá tudo dito.
    A minha filha adora BD e videojogos, mas começou a ler (BD e não só) muito primeiro que a jogar. Por isso agora tem prazer nos dois mundos!
    Como disse atrás, o segredo está na educação!
    ;)

    pco69
    Obrigado!
    Mas podes dar a tua opinião. Este tópico não distingue abalizados dos não abalizados!
    :)

    Pedro Mota
    Acho que existem muitas configurações para uma revista de BD.
    A pergunta é sempre a mesma… quem é que corre o risco comercial?
    :\

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  82. Sim isso está bem explicado no teu texto, a tua posição relativamente aos blogs, nem é só ao do Pedro Moura. Mas como muito se tem falado dele quis deixar essa opinião :)

    Outro blog ainda não falado e que também é muito bom para adquirir conhecimentos é o do Refém (Que já salientaste no teu espaço) peca pela pouca actualização, mas sabem quem tem que isto custa e nem sempre dá :P

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  83. Luis Sanches
    300 escudos há 20 anos são cerca 6 EUR dos dias de hoje.
    Antigamente tinhas o formatinhos. Muitos! Para além disso as tiragens eram muito maiores e vendia-se mais, isso baixa o preço do produto.
    Agora só tens as revistas da Mónica que custam 1,5 EUR. Como disse há bocado, uma caixas de pastilhas é mais cara!
    A capa dura dessa altura fazia muita diferença de preço da capa mole por uma razão que já não existe hoje: era feita à mão!
    Hoje a diferença de preço de capa de uma publicação normal de BD capa dura vs capa mole é de +/- 1 EUR (um pouco mais) mas essencialmente para uma publicação mais barata tem de ser capa mole e co-distribuida para os quiosques com outra publicação, como acontece na maioria das colecções ASA/Público. Quando vai para as livrarias tá tudo estragado a nível de preço e a tal diferença de 1 EUR praticamente já não é válida.
    No respeitante a impormos o “nosso” tipo de BD aos jovens… claro que não pode ser assim! A minha filha começou pelo início e há-de chegar o dia em que vai passar da mini-bedeteca dela para a minha Bedeteca, mas só daqui a uns anos!
    :D
    Duvido que o Mário Freitas tivesse tempo para isso! Ele tem um negócio para dirigir onde a margem de erro é mínima!
    ;)
    Mas entendi o que disseste. Neste caso específico seriam as editoras com maior peso que o deveriam fazer, mas a única editora de peso e a ASA. Problema… o departamento de BD da ASA é pequeno, assim como o seu peso na ASA/Leya também é pequeno.
    Sei que quem costuma fazer este tipo de actividade são alguns autores que para promover os seus livros acabam por divulgar a BD!
    :|

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  84. Luis Sanches,
    A BD sempre foi cara em Portugal.
    300 escudos era muito dinheiro na segunda metade da década dos anos 80(lembro-me que o meu pai nessa altura ganhava 17 contos e não era dos mais mal pagos).
    As revistas da Abril eram a 180 escudos cada com mais de 10 revistas mensais.
    Quem as quizesse comprar todas gastava no minimo uns 2.000 escudos. (e nem sequer estou a mencionar os albuns da meriberica a 1.800 e 2.000 escudos cada).
    E existiam esses preços de "leve 2, pague 1", porque a BD era mesmo muito cara.. (assim como as cassetes de video ou mesmo os cds/vinis)..
    Mas vivia-se noutro tempo sem tantos gadgets (I-phones, I-pads, I-Macs e afins)..
    Não existia o mercado LOUCO dos videojogos, mas sim as velhas arcades (saudades desses tempos).
    Ou seja, passados uns tempos (anos 90) apareceu muito dinheiro devido á entrada na CEE e começamos a consumir mais porque tinhamos poder de compra.
    O preço de um livro de literatura novo nos anos 90 era de 2.000 escudos = 10 Euros (o que acaba por ser o preço de hoje em dia).
    Tinhamos mais dinheiro e menos distrações e menos facilitismo (sem nets e sem downloads) e o mercado girava devido a estes factores.. (tinhamos sede de conhecimento devido a termos estado isolados da Europa muitos anos).. Com o mercado global, a sede desapareceu porque é tudo muito facilitado e as pessoas gostam das coisas menos descomplicadas.. (são sinais dos tempos com os seus beneficios e prejuizos.
    Hoje em dia a BD está cara porque as pessoas têm menos dinheiro que nos anos 90 e muito mais em que gastar o dinheiro (sejam em superficialidades ou não)..
    Existe uma oferta descomunal em todas as áreas.
    Ou seja, o preço das BDS não difere muito do praticado nos anos 90, o problema é que as pessoas têm menos dinheiro e mais escolha onde o gastar.
    Por último, posso mencionar que na altura a distribuição era excelente (em todos os quiosques do país e junto ás escolas), o que não se passa hoje em dia..
    Mesmo ao entrar num quiosque é tanta publicação de tanta área (revistas, livros que saem com os jornais, dvd's, bonecos) que se eu hoje fosse miudo nem saberia por onde escolher com o pouco dinheiro que teria.
    São os pais que devem educar os filhos para a leitura hoje em dia como diz o Nuno, mas também são os pais que devem comprar menos gadgets para eles e para os filhos.. (sejam PCs, telemoveis ou outra treta qualquer), na sua generalidade, os filhos seguem os modelos e interesses dos pais..
    Se o pai desvaloriza algo, os filhos (na sua maioria) também irão desvalorizar o mesmo que o pai desvaloriza (seja BD ou o que for).

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  85. João Figueiredo,
    Eu conheço o termo DIY..
    E acho que pode ser aplicado, mas é preciso muito trabalho e afinco para ele funcionar ou ligar-se ás pessoas certas.

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  88. Santos Costa,
    Essa ideia das escolas é genial, mas se não existir continuidade desse trabalho por parte dos professores, da própria escola e o envolvimento dos pais no mesmo, fica estagnado e os miudos perdem o interesse:(
    Para dar um exemplo, a Regina Pessoa disse-me que nas Belas Artes diziam-lhe para ela se dedicar á pintura e deixar-se de fazer "bonecos esquisitos".
    Por acaso a Regina foi avante com as suas ideias; mas quantos se perdem neste caminho, quando são as próprias escolas/universidades a moldarem o interesse aos próprios alunos e a desmotivá-los?
    É que aqui já nem o fenómeno dos pais funciona porque o aluno pode ficar tão desmotivado que o pai nem sabe o que pode fazer e só diz ao filho para seguir os conselhos do/a professor/a tendo como objectivo tirar melhores notas e ter um bom desempenho profissional no final do curso.
    Ahhh.. E parabéns pelo teu livro (ainda não li, logo não posso opinar) mas parece-me bem aparecer o ressurgimento da nostalgia que nos foi deixada por Salgari..
    Do pouco que vi da arte, em alguns casos fez-me recordar os "Escorpiões do Deserto", mas tenho que ver com mais cuidado numa fnac qualquer.

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  89. Pedro Mota,
    Eu gosto da tua ideia, mas alguém teria que subsidiá-la porque as lojas já têm os seus custos mensais..
    Lembro-me da revista quadrado que funcionou um pouco assim nos seus inicios, mas não sei se hoje em dia se conseguiria fazer o mesmo.
    É uma questão de perguntar aos lojistas o que pensam disso..
    Eu já tive loja e se me viessem pedir CASH para fazer uma BD para o grande público e vender aos meus clientes, só o faria se soubesse que me entravam mais clientes na minha loja.
    E mesmo com grandes autores (seja o Filipe Melo ou outros autores) não sei se seria viável porque as pessoas iriam esperar (na sua maioria) pela compilação dessa história num albúm qualquer de BD.
    Para dar um exemplo, o David Hine comentou comigo que não entendia porque só vendia os TPBS e HCS que trouxe para vender e não os comic books.. (sendo alguns deles, comic books que ainda nem tinham saido no mercado e sendo bem mais baratos que um TPB ou HC)..
    Eu gostava duma revista a aparecer com links a outras áreas.. Eu gostava muito da quadrado e da satélite internacional, mas será que funcionariam hoje em dia? DUVIDO.
    Abraço

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  90. Bem, os 300 escudos a que me referi são de uma revista chamada 'Conan Saga nº2', é da Abril de 1993, tem 114 páginas! e apesar de ser a P e B é em formato A4. Mesmo há 20 anos isto era mais acessivel do que por aí se vê agora. Se esta era assim, as de formatinho com 40 páginas ainda eram mais acessiveis. Não as vou procurar porque acho que nunca vamos chegar a um consenso nesta questão mesmo apresentando numeros. Só sei que quando era puto conseguia de uma forma ou de outra arranjar um ou outro formatinho por semana. Hoje para arranjar o mesmo numero de páginas a ler super herois, a conversa já seria outra.

    Mas pronto, vou então pegar nas tuas palavras (Bacchus) para ilustrar o que queria dizer
    '...o preço das BDS não difere muito do praticado nos anos 90, o problema é que as pessoas têm menos dinheiro e mais escolha onde o gastar.'
    Sublinho a parte do 'menos dinheiro'. Não vou discutir mais se estão mais caras as Bds ou não. Mas parece então que estamos todos de acordo que as Bds (devido ao preço ou ao 'menos dinheiro' dos portugueses) estão menos acessiveis a toda a gente do que já estiveram há 20 anos.
    É claro que concordo que existem outras distracçoes, mas o meu ponto é que, mesmo que não houvessem, é mais dificil comprar Bd.
    E ainda vos acrescento mais um ponto pernicioso que resulta da ascensão da Bd a algo que 'não é só para miudos'.
    Quando eu era puto levava os formatinhos para todo o lado. Estavam no carro, iam para a praia ficavam com areia (crime!!), andavem no bolso etc.
    Hoje em dia com os formatos de Bd que se apresentam eu até teria receio de lhes pegar. São uma coisa demasiado composta e cuidada para crianças ou jovens. Eu gosto de ter a minha Bd cuidada, mas, porque é que os miudos não podem ter acesso a Bd (exceptuando Mauricios e Disney) sem terem que pegar num album que tenha de ser para cuidar para a posterioridade?
    E isso é o meu maior 'ressentimento' para com pessoas como nós que adoram Bd. Ficámos tão estigmatizados com a frase 'a Bd é para crianças' que tornámos 'a Bd é para adultos' quase um dogma.
    A Bd devia TAMBÉM ser um brinquedo e não só uma Obra de Arte (que o é!) Um brinquedo para mexer, dobrar, até apontar coisas a lápis para se ir ver ao dicionário. Devia ser algo orgânico. E não ser só toda esta obra de reverência que muitas vezes eu me apercebo que a Bd se tornou para muitos de nós.

    Esta é uma das coisas q que me refiro quando digo que nós queremos Bd para as crianças mas concebemo-la como se fosse para nós :)

    Abraço

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  91. Nuno,
    A vinda do Alan Moore a uma comic con não sei se seria essa "casa cheia".. E eu gosto muito do autor, mas estar-lhe a pedir para ele vir para outro país falar um pouco da sua BD, quando ele já manifestou por diversas vezes que não queria... Não queria ir contra a vontade do homem.
    Aliás, ele vai agora á sua primeira comic con em 25 anos (mas em Northampton) chamada N.I.C.E., organizada por uma pessoa que esteve no MAB:) E que eu admiro bastante. A ver vamos o que sucede..
    Voltando ao assunto do Pedro Silva, não sei o que te possa dizer mais.. Mas poderias-lhe perguntar o porquê de os mesmos nunca terem saido da gráfica.
    Eu gostava da linha da VitaminaBD (com autores excepcionais e para todos os gostos) e da Mancha Negra e mesmo da BDMania (tinham alguns titulos fabulosos), mas quando as coisas deixam de dar, acaba-se com elas...
    Eu adorava também o catálogo da Witloof e devido a falta de pagamento das grandes superficies teve que fechar para pena minha, mas o que é que se pode fazer? Metê-los em tribunal e estar á espera de justiça não sei quantos anos ou tentar minimizar o prejuizo? É que estamos a falar de milhares de Euros.
    Eu não considero nenhuma BD, filme, série ou estilo musical um esterco (por amor de Deus).. Considero coisas que eu possa não gostar mas entendo quem delas gosta e inclusive reconheço qualidade a algumas.
    As pessoas que eu referi poderiam ser importantes na divulgação e para tentar chegar á FASHION..
    Tentar que a BD chegue ao pessoal PINKY?:) Acho quase impossivel em Portugal:)
    Se for uma coisa estilo Bleeding Cool, fico contente:) Eu já trabalhei por muitos projectos por amor á camisola e só muito depois é que tive o meu retorno:)
    Já me disponibilizei, logo já sabes:)




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  92. Nuno,

    Após uma leitura mais cuidada e reflectida, e sim já tinhas de facto mencionado a Mundo Fantasma, eis mais algumas considerações ao teu ponto de situação da BD em Portugal:

    Os portugueses na sua generalidade não merecem uma obra do calibre do Blankets?
    Isso quer dizer exactamente o quê? É uma afirmação que facilmente faz backfirre

    O atraso na edição de tpb traduzidos leva as pessoas a comprar em inglês? A grande maioria dos leitores de comics já compram as edições originais por hábito há bastantes anos, e desde há uns 15 que é relativamente fácil fazê-lo em lojas portuguesas, e o salto das brasileiras para as americanas é feito muito rapidamente pelos novos leitores, que já crescem a compreender o inglês.

    Os jovens não querem neste momento admirar obras de autores já passados? O que é que consideras um autor já passado? E como é que sabes que os jovens não querem saber deles? Se, como tu próprio sugeres e bem, esses autores forem apresentados de forma aliciante, integrando novas tecnologias nas exposições, a “coisa” resulta melhor.
    Defendo que toda a BD, assim como toda a produção cultural realizada até hoje, poderá ser relevante na contemporaneidade, só depende da forma como é abordada, divulgada e apresentada.

    Um dono de uma loja de BD, ou de qualquer outro ramo, se entrar em falência, quer seja por incompetência (a única causa que referes) quer seja por outros motivos que poderão ser os mais diversos, e quiser vender o material que tem em stock mais barato para pelo menos reaver algum investimento, é censurável? Desde quando? Vai ficar com o stock para não “prejudicar” as outras lojas? Alguém faria realmente isto? Não me parece.

    Quanto a restos, refiro um caso paradigmático: Adèle Blanc-Sec de grande Jacques Tardi em português. A Bertrand editou os quatro primeiros volumes que ainda se encontram nos alfarrabistas. A Witloof editou os três primeiros, salvo erro em 2003 que ainda há pouco tempo se encontravam em pack’s de €3,00 a €7,00. É esta série que a Asa decide editar novamente em 2010? E pedir €21,00 por um álbum duplo que publica pela terceira vez as mesmas histórias? Com a Meribérica é igual.
    O que eu percebo é que primeiro a editora que republica devia fazer claramente outras apostas e segundo que não se pode censurar quem compra mais barato a mesma coisa com qualidade similar. As livrarias vão fazer o quê? Queimar os livros que já pagaram?

    Pelas tuas próprias palavras o blogue Ler BD do Pedro Moura não faz um grande serviço de angariação de novos leitores. Qual é o fundamento real para esta afirmação? E desde quando é que um blogue, ou uma revista, ou seja o que for sobre BD tem necessariamente de ser realizado a pensar em angariar novos leitores? Temos de ser todos professores? Há com certeza espaço para tudo e todos na BD ou não?

    Acho muito bem que destaques alguns blogues, agora criticar outros por falharem em objectivos que nem são os deles, não me parece correcto.

    E já agora para que serve o quantificador de visitas num blogue? Para se ficar a saber que é muito visitado? Sim, pronto, e depois? Não diz absolutamente nada sobre a qualidade do mesmo, apenas da sua popularidade.

    Quanto a estigmas o das crianças percebo perfeitamente, agora o da BD ser para intelectuais… Sinceramente nunca ouvi/li falar/escrever assim tanto sobre tal. E até era bom que assim fosse, pelo menos variava um pouco o gueto.

    Para terminar, porque é que se está aqui ainda a pensar numa possível revista de BD e já se está a excluir alternativos, underground e outras artes? Isto é para ser a Revista Oficial da BD em Portugal? Para isso venham mais fanzines e prozines.

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  93. Bacchus
    Obrigado pelas tuas palavras e espero que a obra te agrade.
    Retavimanente aos "Escorpiões do Deserto", é uma obra da autoria de Hugo Pratt, que eu admiro. Até há quem diga que eu lhe sigo o traço, desproporcionando as figuras e utilizando os espaços do claro escuro. A coincidência acaba aí.
    "Os Escorpiões do Deserto" surgiram primeiramente em Portugal - pelo que li na net - através das edições 70, em 1986 e 1987 e através da Meribérica em 1991. Ora, eu desenhei a primeira fase dos "piratas do deserto" em 1983 (conforme datei na vinheta final do "Mundo de Aventuras" nº 587), não tendo sequer adquirido aquelas edições, muito embora o trabalho do autor italiano tenha surgido em 1969, a que não tive acesso.
    Honra-me a comparação do traço entre mim o criador do Corto Maltese, mas sei que há uma distância de qualidade entre mim e ele, que eu não alcanço.
    Afigura-se-me que, de comum, há o fascínio do deserto e do mar, porque sinónimo de vastidão, liberdade e de aventura (falo por mim), e talvez porque o deserto seja mais fácil de desenhar: umas dunas, uns camelos, umas palmeiras (LOL).
    De qualquer forma, apreciei o teu comentário e peço-te que continues a exercer o teu livre arbítrio, espontaneidade e frontalidade, que também aprecio.
    Relativamente ao problema das escolas, concordo que é um campo minado: há direcções, professores e ministério pelo meio, o que torna esta aventura mais difícil do que a do marquês de Sartena nas areias do deserto.

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  94. Luis Sanches
    Vamos separar as águas.
    Eu não levo as edições cuidadas para praia, nem para casa de banho.
    E compro-as agora porque posso. Mas tenho outros livros em que não tenho problema nenhum que a minha cadela dê uma lambidela.
    É lógico que o livro ou revista que se compra para uma criança ou jovem, que pode ter o mesmo conteúdo de um livro de luxo da prateleira do pai, é bastante mais barato e ninguém se importa que fique dobrado ou mesmo que se rasgue por acidente. Isso é mesmo assim!
    Quando era mais novo tinha revistas, comics e livros de capa mole. Esses deveriam existir sempre pelas razões apontadas atrás!
    Não é uma questão de elitismo, tenho algumas edições caras, que valorizaram brutalmente. Mas isto é a visão de um adulto que junta o útil ao agradável. Um jovem não está apensar nisso, ele quer é ler a história e acabou-se!
    :)

    Bacchus
    Eu adorava os títulos da Vitamina BD. Mas posso-te dizer que o fracasso tem a ver com uma personalidade com ideias irredutíveis de como a BD deve ser vendida. Digamos que afinal não tinha razão.
    Quanto ao resto, das mentiras do Pedro Silva, nem quero falar mais disso. Se ainda tivesse os mails eu reenviava-te para veres. Mas já mudei de PC 2 vezes desde que isso aconteceu, ou seja, perdi muitos mails…
    Eu não disse que o pessoal PINKY tinha de ler ou não BD. Eu disse que (infelizmente) são eles que mandam que ditam a moda… quanto aos outros, poderiam fazer um pouco mais por uma arte que gostam.
    ;)

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  95. Santos Costa,
    Obrigado pela resposta..
    Das poucas imagens que vi, fez-me lembrar "os escorpioes" do Pratt.. Tenho que ver e ler a obra mais atentamente..
    Eu sempre fui espontâneo e frontal e sempre irei ser:) Quer esteja a falar de BD, cinema, literatura, musica ou futebol:)
    E volto a dizer que o ensino em Portugal já era um flagelo no meu tempo, agora acho que ainda é pior.. Infelizmente esta nova geração com internet e afins sabem MUITO menos que o que sabia a minha geração e com uma data de informação disponivel..
    Mas tenho esperança que esta nova geração comece a filtrar conteúdos..
    Já tive bastantes que me surpreenderam:)

    Luis Sanches
    Como diz o Nuno, ainda hoje em dia existe BD barata (não nova como é obvio) para desbaratinar na praia ou outra coisa qualquer, mas esses hábitos foram-se perdendo com a mudança de gerações.
    Continuo a achar que os preços dos livros novos em Portugal são proibitivos e em Portugal existem milhares de pessoas que leem em inglês, Francês e Espanhol e muitas outras em Italiano e mesmo alemão..
    E continuo com a minha ideia que sem uma revista (seja multi disciplinar ou não) como por exemplo a quadrado ou as selecções BD irá ser complicado cativar novas gerações para a BD.
    As selecções da BD sustentavam as edições da Meribérica (em parte).
    Falei disso a um editor da ASA (que não foi a Maria José Pereira) , há mais de dez anos e disseram-me que eu estava enganado.. E bastava pegar em teasers de livros e colocá-los na revista e existirem criticos a falarem dos mesmos e penso que ajudava e muito a fidelizar as pessoas que andam meio "perdidas" sem saber o que saiu ou deixou de sair...
    Foi somente a minha opinião e não contesto sequer um grupo editorial tão forte como a ASA com muito mais experiencia nestas lides que eu.

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  96. Nuno,
    Eu também adorava a VitaminaBD e as sub-editoras. O Pedro tinha e tem as suas ideias de como quer vender livros..
    Se falhou por culpa dele ou pelo mercado é-me indiferente, cada um faz aquilo que acha melhor para o seu negócio e errar é humano.
    Depende de como ele prometeu a edição... mas sabes que eu não sou a melhor pessoa para julgar isso, porque na esmagadora maioria não sigo nenhuma série franco-belga em concreto (excepto o Corto Maltese ou as obras do Bourgeon)..
    Preferia os titulos soltos da vitaminaBD (as coisas do Mckean e do Gaiman).. Trillo, Bernet e Mandrafina.. O resto não me interessava muito:(
    Obrigado pela confiança ao reencaminhares-me os emails se os tivesses..
    Sim, o pessoal Pinky é que dita a moda e para eles chegarem á BD tinha a BD que entrar nos circuitos Chanel, Dior entre outras marcas.
    Os outros acho que já se manifestaram pró banda desenhada.
    O Lobo Antunes falou do seu gosto pela BD no BDJORNAL com o Vitorino.
    O Miguel Sousa Tavares falou do seu gosto pelo Corto Maltese na colecção do Público..
    O Rui Zink e o Markl também fizeram banda desenhada..
    Parece ser uma arte "amaldiçoada" em Portugal:(

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  97. André Azevedo
    Desculpa a demora na resposta, mas à muita movimentação política hoje que eu estou a acompanhar. Visto que me mandaste um monte de tiros, respondo em bold por paragrafo. Vai ter de ser em várias partes porque o blogger não aceita o tamanho do texto.

    Parte 1
    Após uma leitura mais cuidada e reflectida, e sim já tinhas de facto mencionado a Mundo Fantasma, eis mais algumas considerações ao teu ponto de situação da BD em Portugal:

    Os portugueses na sua generalidade não merecem uma obra do calibre do Blankets?
    Isso quer dizer exactamente o quê? É uma afirmação que facilmente faz backfirre
    Claro que eu estava à espera que fizesse “backfire”! lol
    Aliás achei estranho ninguém falar disso!
    :D
    Vou tentar explicar. NÓS que mantemos o nosso micro mercado de BD merecemos. Mesmo!
    Agora as pessoas que são incapazes de apreciar um livro desta qualidade, e nem lhe ligam nenhuma nas livrarias (porque aquilo são bonecos para crianças) e preferem comprar as lombadas dos livros da MODA do José Eduardo dos Santos para mostrarem às visitas (nem sequer os lêem), não merecem uma tão boa edição. Conheço pessoalmente muiiitos portugueses assim! Chamo-lhe cultura de plástico… infelizmente esta “descultura” impera no nosso país!


    O atraso na edição de tpb traduzidos leva as pessoas a comprar em inglês? A grande maioria dos leitores de comics já compram as edições originais por hábito há bastantes anos, e desde há uns 15 que é relativamente fácil fazê-lo em lojas portuguesas, e o salto das brasileiras para as americanas é feito muito rapidamente pelos novos leitores, que já crescem a compreender o inglês.
    Não confundas, nós os fãs, com o resto. NÓS fazemos isso, o leitor comum não FAZIA isso. Mas alguns já começam a fazer. Porquê? Porque estão a ser publicadas algumas obras altamente viciantes (Death Note e Walking Dead) e aquelas pessoas que só compravam em português estão a não ter paciência para esperar o que se vai passar a seguir! Isto é mau para as editoras portuguesas…

    Os jovens não querem neste momento admirar obras de autores já passados? O que é que consideras um autor já passado? E como é que sabes que os jovens não querem saber deles? Se, como tu próprio sugeres e bem, esses autores forem apresentados de forma aliciante, integrando novas tecnologias nas exposições, a “coisa” resulta melhor.
    Defendo que toda a BD, assim como toda a produção cultural realizada até hoje, poderá ser relevante na contemporaneidade, só depende da forma como é abordada, divulgada e apresentada.
    Posso ter explicado mal… tu sabes que a BD mais antiga portuguesa tem algumas características transversais a quase todos os autores: é bastante estática, muito descritiva e quase sempre de motivos históricos. Não está em causa a qualidade. Tivemos/temos grandes autores mais velhos! Mas eu sei que neste momento não é o melhor para aliciar um jovem. É claro que é a minha opinião, a opinião de um pai fã de BD com 3 filhos e 9 sobrinhos com um espalhamento de idades entre os 30 anos e os 6 anos. Portanto acho que tenho algum conhecimento para falar do gosto dos jovens. Ok… posso ter o azar de viver numa ilha social estanque e estes jovens todos sejam diferentes dos do resto do país! Continuo a afirmar que a roupagem e a forma de apresentação têm de ser diferentes assim como a temática principal. Se eles com outra apresentação e outra temática gostarem, se calhar a seguir já são capazes de parar para apreciar esses autores históricos!

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  98. Parte 2
    Um dono de uma loja de BD, ou de qualquer outro ramo, se entrar em falência, quer seja por incompetência (a única causa que referes) quer seja por outros motivos que poderão ser os mais diversos, e quiser vender o material que tem em stock mais barato para pelo menos reaver algum investimento, é censurável? Desde quando? Vai ficar com o stock para não “prejudicar” as outras lojas? Alguém faria realmente isto? Não me parece.
    Não te parece a ti nem me parece a mim, mas é um facto. Penso que vender ao desbarato é censurável sim! E garanto-te que eu não o faria. Arranjaria alternativas de os vender mais baratos, e até ao desbarato sim, mas noutros sítios! E não te vou dizer aqui publicamente, porque sei de alguns que têm os olhos virados para aqui mas não participam directamente e eu não os quero ajudar com ideias (simples mas boas). Façam-se à vida, que foi aquilo que eu fiz à 30 anos atrás. Sim, foi a única causa que referi, a incompetência. Odeio incompetência, sobretudo quando ainda por cima anda de mão dada com falta de humildade. Gosto de pensar que sou competente naquilo que faço, e também já descobri o meu nível de incompetência, que é uma coisa que pouca gente conhece, mas devia.
    Claro que existem imponderáveis que por vezes acontecem na vida das pessoas, é verdade. E isso pode mandar abaixo um negócio.



    Quanto a restos, refiro um caso paradigmático: Adèle Blanc-Sec de grande Jacques Tardi em português. A Bertrand editou os quatro primeiros volumes que ainda se encontram nos alfarrabistas. A Witloof editou os três primeiros, salvo erro em 2003 que ainda há pouco tempo se encontravam em pack’s de €3,00 a €7,00. É esta série que a Asa decide editar novamente em 2010? E pedir €21,00 por um álbum duplo que publica pela terceira vez as mesmas histórias? Com a Meribérica é igual.
    O que eu percebo é que primeiro a editora que republica devia fazer claramente outras apostas e segundo que não se pode censurar quem compra mais barato a mesma coisa com qualidade similar. As livrarias vão fazer o quê? Queimar os livros que já pagaram?
    A ASA decidiu pôr à disposição dos portugueses a continuidade de uma série maltratada editorialmente por outras editoras. És contra? Eu sou a favor!
    Outra coisa. Existem posturas de mercado. E já agora, consta que é ilegal a situação de que falas. A partir do momento em que uma editora perde os direitos de uma série é obrigada a retirá-la do mercado. Por isso disse um pouco atrás que havias posturas. A Verbo retirou imediatamente todos os livros do Tintim do mercado a partir do momento que perdeu os direitos desta série. Outros não o fazem. Posturas. Legalmente é completamente ineficaz apresentar queixa… pode demorar anos a resolver o problema, estamos em Portugal!
    Não censuro ninguém que compre mais barato. Censuro quem chama ladrão a quem está a pagar as custas de um livro e o coloca numa prateleira pejada de livros que não deviam sequer lá estar. A solução desses livros vendidos em packs seria a mesma que para os stocks das livrarias falidas. Sabes porque não temos o XIII? E outras séries de sucesso na mesma situação? Porque a ASA não quer dar dinheiro a gulosos. Como está a ver não será assim tão bom…

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  99. Parte 3
    Pelas tuas próprias palavras o blogue Ler BD do Pedro Moura não faz um grande serviço de angariação de novos leitores. Qual é o fundamento real para esta afirmação? E desde quando é que um blogue, ou uma revista, ou seja o que for sobre BD tem necessariamente de ser realizado a pensar em angariar novos leitores? Temos de ser todos professores? Há com certeza espaço para tudo e todos na BD ou não?
    Acho muito bem que destaques alguns blogues, agora criticar outros por falharem em objectivos que nem são os deles, não me parece correcto.
    Claro que há espaço para tudo. Desculpa mas eu já frisei em vários comentários que o Pedro Moura tinha todo o direito de fazer, ou estruturar o seu blogue como quiser! E continuo a dizer que para bastantes leitores de BD é um blogue de referência como já se percebeu por aqui!
    Agora, desculpa-me, mas para aliciar um jovem para a BD que caia lá de pára-quedas, não é!
    Assim como o Machado tem também esse direito. Mas como eu tenho um pouco de confiança pessoal com o Machado decidi espicaçá-lo para ver se ele faz mais coisas no blogue dele. Penso que não deves ter lido os comentários todos, senão este parágrafo não existia.
    Aliás eu não referi o Pedro Moura no post, o Pedro Moura veio à baila nos comentários e eu dei a minha opinião, mais nada! De quem eu falei no post foi do Kuentro (do Machado-Dias).
    E os bloguistas têm todo o direito de fazerem o que quiserem no seu espaço! Se sente gosto em fazer assim, quem sou eu para dizer que não!?
    Aliás… eu nem falei nada de blogues excepto o do Machado porque me senti com confiança pessoal para isso! Os outros dois blogues de que falei foram só como referência para aquilo que eu estava a falar do Kuentro! Esta não percebi.


    E já agora para que serve o quantificador de visitas num blogue? Para se ficar a saber que é muito visitado? Sim, pronto, e depois? Não diz absolutamente nada sobre a qualidade do mesmo, apenas da sua popularidade.
    Bom… esta ainda percebo menos. Eu tenho um quantificador. É verdade. Tenho um quantificador de visitas Statcounter, e tenho um quantificador de páginas do próprio blogger porque o Statcounter não me deixa mostrar as duas coisas num único contador. Eu com o Statcounter consigo saber de onde vêm as minhas visitas, do que gostam mais, se estou a trabalhar bem, para onde vão os visitantes depois de sair do meu blogue, de que zonas do país, que downloads fizeram no meu blogue, quais os downloads preferidos, que textos foram copiados… bolas! Queres mais razões?
    Entendeste que era para alimentar o meu ego? Como já disse num outro comentário, não sou hipócrita. Sim, também me alimenta o ego saber que tenho uma média diária de 500 visitas de 2ª a 6ª feira. Deu-me muito trabalho atingir esses números. E sim! Ainda tenho tenho mais um “Contador de visitas” escondido para que a BD possa estar representada no blogómetro nacional. E sabes que mais? Desde que entrei num rank decente a nível nacional vêm bastantes visitas dos blogues que estão à minha volta com a curiosidade de ver o que é que faz ali um blogue de BD! Não é muito, mas não deixa de ser divulgação. E sim esses números são o prémio que vocês me dão pelo trabalho que eu tenho, porque quando eu deixo de trabalhar, os números descem automaticamente.
    Pois… é verdade… o Statcounter serve para muitas coisas, e felizmente também serve para o ego! Já disse que não sou hipócrita?


    Quanto a estigmas o das crianças percebo perfeitamente, agora o da BD ser para intelectuais… Sinceramente nunca ouvi/li falar/escrever assim tanto sobre tal. E até era bom que assim fosse, pelo menos variava um pouco o gueto.
    Olha… eu já ouvi muitas vezes. No meu trabalho, em exposições, e até na casa de banho do Amadora BD!
    LOL


    Para terminar, porque é que se está aqui ainda a pensar numa possível revista de BD e já se está a excluir alternativos, underground e outras artes? Isto é para ser a Revista Oficial da BD em Portugal? Para isso venham mais fanzines e prozines.
    Em relação à revista não me pronuncio. Já falei bastante sobre isso.
    :P

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  100. Loot
    O Refem tem uma grande capacidade para escrever aliada a um enorme conhecimento da BD, e uma grande cultura geral!
    Seria o bloguista perfeito, não fosse o facto de não escrever com uma regularidade mínima!
    :D

    Bacchus
    LOL
    Não vou mais falar desse meu “problema” com as promessas de edição do Pedro Silva.
    Finito e enterrado
    :P

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  101. Ena ena que alegria aqui vai ]:-)

    E ao que li, e comparando comentários só posso tirar uma de duas conclusões:

    1 - Alguém empresta o seu perfil a terceiros para que estes comentem sem terem de colocar o seu verdadeiro nome; ou

    2 - Alguém comenta/escreve enquanto lhe ditam o que escrever. (em "secretária mode").

    Giro, como se pode mudar de opinião, por amizade. A malta esquece-se que amigo não é aquele que concorda sempre connosco, amigo é aquele que se mantém ao nosso lado mesmo quando não concordamos com ele.

    Lambe-botismo é uma coisa que me causa calafrios, além do mais deve deixar um terrivel sabor a graxa na língua.

    Beijos com sabor a enxofre

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  102. Vamos ver se percebi isto com um exemplo concreto:
    A FNAC tem à venda x exemplares de um determinado álbum. A sua editora desaparece e outra editora pega na série e reedita os mesmos álbuns, e a partir daqui a FNAC é obrigada a retirar os livros antigos das estantes? E isto é de lei? Não, não é!
    Se uma editora abre falência que responsabilidade tem a FNAC ou outra loja qualquer? Tem um produto que já pagou e quer vende-lo.

    Em relação ao ler BD o que é que há para perceber? Sim não mencionaste o Pedro Moura no post, mas eu não disse que o fizeste. Fizeste-o sim nos comentários o que é igual pois és responsável por ambos. Quanto ás qualidades pedagógicas do ler BD temos pontos de vista diferentes.

    E percebi a questão do contador: para ti é importante chegar ao maior número de leitores possível e ter isso bem visível ao público com dois contadores. O contador do meu blogue também faz-me bem ao ego, mas não é por isso que vou colocá-lo visível aos leitores. Para mim é mais uma estatística no back office do blogue. Isto não tem nada a ver com hipocrisia, que é algo que não tens em absoluto Nuno, mas sim com os objectivos de cada um naquilo que faz.

    Mas por acaso até era mais um comentário geral a diversos blogues e não especificamente ao teu, mas como tens dois contadores, pimba, saiu bala.

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  103. André Azevedo
    Está a confundir lojas com editoras.
    " E isto é de lei? Não, não é!"
    É sim, a lei existe.
    Informa-te! A lei não é aquilo que as pessoas acham que é. A lei é aquilo que está escrito. Se fosse nos EUA garanto-te que as editoras VIVAS haveriam de se mexer na hora... as indeminizações são boas e a justiça razoavelmente rápida!
    E não a FNAC, assim como as outras livrarias, não é dona dos livros que tem nas prateleiras, só paga os livros que vende. Era o paraíso para as editoras se os livros que fossem para as livrarias fossem logo comprados por estas! Não haveria crise nas editoras!!!
    Informa-te...
    E posso-te dizer que os livros da Meribérica e da Witloof (editoras falidas) têm dono e não são as livrarias. Quem comprou os livros destas duas editoras foi uma distribuidora chamada Sodilivros!
    E também te posso dizer que esta distribuidora comprou ao quilo os livros da Meribérica e da Witloof.

    Não fui que o mencionei o Ler BD nos comentários, foram outros comentadores. Limitei-me a dizer o que pensava, em resposta a esses comentadores. Devia fazer uma vénia? :)
    Claro que sou responsável pelos meus comentários, e não fui insultuoso para o Ler BD, apenas disse polidamente o que pensava. Ou deveria mentir e dizer que o considerava o máximo? E sim, temos pontos de vista diferentes sobre o Ler BD. E nunca me conseguirás fazer gostar de um blogue que me dá sono!

    Os meus contadores estão visíveis para meu conforto. Se estivessem escondidos dava-me muito trabalho, assim quando abro o blogue tenho-os logo ali à mão. E são 3 e não dois. Os dois visíveis são diferentes, um de visitas, outro de páginas. O 3º como não preciso de o controlar está escondido, e é o que me faz o link para o blogómetro. A mim tanto me faz que os outros os tenham visíveis ou não, o que conta é o meu (e como é meu gosto dele...).
    :)

    ResponderEliminar
  104. Nuno,
    Não há stresses então relativamente ao Pedro ou á VitaminaBD.. Eu só estava a dar a minha opinião que vale o que vale:)
    Vi as trocas de opinião com o André e sei que é ilegal neste país estarem 2 livros iguais (de editoras diferentes) a preços diferentes se estiverem á consignação. Sei que as grandes superficies não compram livros, logo ai existe lógica.
    Quanto á SODILIVROS, pelo aquilo que fui ouvindo comprou os seus lotes..
    A Bertrand parece que se "apropriou" de grande parte do catálogo da Witloof e colocou o mesmo em saldo..
    (mas pode ser somente um rumor)
    Sei também que se fornecedores não forem levantar os seus livros ou outros produtos á Fnac arriscam-se a serem propriedade da mesma..
    (podem ser rumores, mas já ouvi algo do género)..
    Por isso é que ás vezes vemos grandes saldos em grandes superficies (ou talvez não).. E neste caso os livros não são da Sodilivros e deixa de existir ilegalidade porque o lojista vende aquilo que quer na sua loja.


    Diabba,
    Faltavas tu aqui para levares umas almas penitentes para os teus dominios:)
    Beijinhos

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  105. realmente vai aqui uma bela tempestade de ideias e opiniões. Em relação aos contadores e comentários criticos ou "lambe-botismo".lol servem para melhorar o que vai mal , para aumentar o ego e a vontade de continuar com um blog de interesse ... se este tipo de blogistas perderem a vontade sobram apenas os blogs -O meu diario ou a minha opinião é que conta e os PORNOGRAFICOS YEHHH
    A FNAC ganha rios de dinheiro ... fazem contratos de quantidade ou exclusividade e podiam fazer preços melhores do que as pequenas lojas , em vez disso carregam no preço forte e feio ... não tenham pena da fnac...tenham pena das pequenas editoras que se tem de rebaixar a eles nas condições que eles fazem se quiserem evacuar o material. Ganha um, perdem muitos.

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  106. Bem... vou meter um dia de férias para ler atentamente isto tudo :)

    Há óptimas ideias, mas impraticáveis, como essa do périplo pela escolas. Pelo menos para mim, pelas razões que o Nuno Amado apontou. Sei que o João Mascarenhas já teve algumas iniciativas louváveis dessas.

    Pedro Mota,

    Lamento, mas estou em total desacordo com a tua ideia, que revela alguma ingenuidade e pouquíssima conexão ao mercado e à realidade actual. Fora que também não temos, de todo, a mesma opinião sobre o que são autores consagrados (e consagrados por quem?).

    Sobre o Ler BD e o Pedro Moura: é uma pessoa por quem tenho enorme estima pessoal e é um verdadeiro intelectual, que provavelmente só encontra paralelo em Portugal no David Soares. MAS, e há sempre um mas, discordo em absoluto quando ele se classifica como "pedagogo da BD". Uma das condições fundamentais de um pedagogo é a acessibilidade da linguagem, coisa que não acontece de todo com o Pedro Moura. Ele será um "científico" da BD, isso talvez, mas tende a resvalar em demasia para campos demasiados distantes da BD, parecendo-me claramente, aqui e ali, que o faz para disfarçar conhecimentos técnicos menos sólidos sobre a própria BD.

    Pessoalmente, penso nos grandes inovadores da história da BD, aqueles que fizeram de facto o meio progredir (e falo em Eisner, Kirby, Pratt, Moebius, Miller, Moore), e penso se se iriam rever, por pouco que fosse, em conferências de BD que visam pensar a BD, mas cujos participantes são totalmente, ou quase, desconhecidos, até para os próprios leitores portugueses.

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  107. Ainda não li a discussão que se gerou pelos comentários.

    Gostei imenso do texto ;)

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  108. Nuno,

    Nos EUA, na mesma loja podes ter edições do American Flag pela First Comics e pela Image. Duas editoras diferentes, uma falida outra activa. Idem aspas ao catálogo da Pacific e da Eclipse. Todas as edições a conviverem na mesma loja. Em Portugal é igual.
    Quanto à FNAC, ok, parece que tens razão.

    Mentir e fazer vénia ao Ler BD? Estás mesmo a afastar-te do meu comentário inicial. Achas que quero convencer-te de alguma coisa? Temos opiniões diferentes. Pronto é isso.

    Contadores: idem aspas, ficou tudo bem claro.

    Mário Freitas:
    Um pedagogo tem de ter uma linguagem acessível? Concordo.
    Um exemplo: quando eu estudava na Faculdade de Belas-Artes no Porto tinha a disciplina de Estética que era dada pelo Álvaro Lapa. Quase todos os meus colegas achavam as aulas uma seca e não percebiam o que ele dizia por não ter uma linguagem acessível e porque fazia referencias às outras artes, a outros conhecimentos, mesmo que à primeira vista distantes do assunto, etc..
    Foi o melhor professor tive nos cinco anos de curso e para mim tinha uma linguagem perfeitamente acessível, ligando os assuntos a novas interpretações e conexões a diferentes áreas.
    É o que o Pedro Moura faz.

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  109. André Azevedo,

    É a tua opinião, pelo que não vou contrapor, relevando apenas que discordo. De resto, nunca afirmei não haver interesse em conexões a outras áreas. Quem já tenha lido, aliás, coisas que eu escrevo, sabe que o faço sempre. Apenas acho contraproducente fazê-lo à custa do próprio tema sobre o qual se está a escrever e que por vezes é de tal modo ofuscado, sob perigo de desaparecer, até.

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  110. Incentivar a leitura de BD nas escolas- boa ideia.Mas primeiro mudar as mentalidades retogradas de alguns professores...EX. há muitos anos atrás fui apanhado a ler numa aula uma revistinha "superaventuras marvel", a aula acabou nesse momento pois a professora de história fez um extenso discurso onde resumindo disse que era muito prejudicial aquele tipo de leitura e so devia ler livros ...e fiquei sem a revista.

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  111. Acho que não vale a pena bater muito na tecla das escolas. Os projectos individuais do Nuno Amado e do Santos Costa deram origem a um interesse momentâneo por parte de professores e alunos, mas sem qualquer interesse real em incluir a BD no programa curricular, a máquina não ganha velocidade.

    Além do mais, de que forma seria feito este currículo? Em que disciplinas, Português, Educação Visual? A partir de que ano? Que autores/artistas e que técnicas seriam estudados? E de certeza que a melhor maneira de popularizar a BD é dar aulas sobre o tema? O liceu matou algum do meu interesse em história e geografia.

    Um simples programa de leitura talvez funcionasse melhor, mas não sei se as escolas ainda os fazem e em que moldes. Eu tive um na escola primária... em 1988 e 89. Mas e em quantas escolas seriam feitos os programas? Em todas ou só nos grandes centros urbanos. E que livros ou revistas, em que quantidade e quem é que os paga?

    Se tivéssemos uma indústria de BD, algumas feitas nas escolas talvez funcionassem. Mas duvido que fosse visto com bons olhos fazer eventos comerciais dentro das escolas com os alunos (menores) como público-alvo.

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  112. Sobre como comunicar BD: como alguém que ganha a vida a escrevinhar, fico algo perturbado quando alguém me diz que não percebeu alguma coisa que eu escrevi. Independentemente da quantidade de referências que alguém usa ou da erudição de forma, se alguém não percebeu falhei em passar a mensagem de alguma forma.

    Existem "escolas" de escrita que dizem para não nos preocuparmos em agradar toda a gente e para escrevermos para nós próprios. Mas no meu trabalho já fui (e outros colegas também, na minha publicação e noutras) criticado por estar a escrever para mim. Posso não ser lido por toda a gente, mas prefiro que toda a gente entenda o que escrevo em vez de tentar ser mais esperto que os leitores. Porque o meu nome não interessa, e sim aquilo que estou a divulgar. E para se tentar divulgar a BD a outros públicos, não se pode perder esta atitude de vista: não é acerca do "eu", é acerca da informação.

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  113. Não podemos esperar que todos escrevam de forma a que todos entendam. Por vezes o discurso torna-se mais complexo e nem todos o irão compreender, mas alguns vão. E depois? O Álvaro Lapa era mau professor por isso?

    Se só existirem pessoas a escrever sobre BD com o único intuito de passar informação, então a Crítica morre.

    E sejamos claros, não há um único blogue que não tenho um "eu" bem presente. Se assim não fosse então não era um blogue mas sim uma base de dados.

    Para terminar volto a afirmar: há espaço e liberdade para todas as formas de escrever e abordar a BD, umas para o “grande” público, outras para um público mais especifico outras ainda para os meios-termos.

    E ainda bem que assim é, pelo menos enquanto ainda houver liberdade de expressão.

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  114. Não, não é uma base de dados, é divulgação de informação. Como um telejornal. Porque para se fazer uma coisa a sério, é como o Nuno gostava de fazer: um site em vez de um blog. O propósito da divulgação não pode ser apenas dizer "eu acho que" sobre "esta BD". Há pessoas que querem só saber quando sai um livro e estão-se a marimbar para as opiniões dos outros, por mais bem fundamentadas que estejam.

    E neste caso, sim, tens que escrever de modo a seres entendido pela maior parte das pessoas. Que, de acordo com o teu disseste, era o contrário do que o teu professor fazia. Mas os teus colegas também tinham culpa, porque deviam ter-lhe dito que não percebiam, e ele explicava de outra maneira. Claro, ao contrário das aulas, num site ninguém é obrigado a estar, por isso, se queremos fazer divulgação, quem escreve tem que tomar a decisão de ser acessível.

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  115. André,
    Concordo que tem de haver opiniões/criticas sobre bandas desenhadas e os blogues podem servir para isso como representativos do que os seus "donos" gostam.
    Nada contra.

    Paulo Costa,
    No que concerne ás escolas já dei a minha opinião num comentário por aqui.
    Relativamente a um blogue ser informação, pode e deve ser informação com uma "pincelada" dada pelo próprio dono do blogue..
    Eu nada tenho contra isto.
    Quanto ao facto de as pessoas necessitarem de serem bem entendidas por toda a gente a nível de escrita de opinião, discordo.. Porque acho que uma opinião bem fundamentada e mesmo pouco entendível é a mensagem que o opinador quer passar para quem o lê.. E com isso vincar a sua personalidade e mesmo fazer com que quem o lê tente entender um pouco mais o que é uma bd, filme, música ou literatura.. (Todos os criticos fazem isso, por isso são criticos.)
    Se fosse tudo assim tão simples e as coisas sempre muito entendíveis:) .. Algumas pessoas perdiam o mistério/mistica enquanto criadores (e eu considero um critico um observador/criador de algo feito por outrém com a sua perpectiva da obra do autor).
    Nós na BD só gostamos de coisas inteligiveis?
    Não.. Gostamos de coisas complexas como o Grant Morrison, Alan Moore, Warren Ellis entre outros.. Logo nem tudo tem de ser visto de uma forma linear e simples e objectivo, pois não estamos a divulgar o pão, leite ou milho (que são coisas básicas e necessárias), logo os dinamizadores/criticos de BD ou outra arte qualquer colocam o seu cunho pessoal nas suas criticas e eu concordo a 100% com isso.
    Saudações bedéfilas.

    Nuno, desculpa lá de por vezes intrometer-me em comments ou opiniões de pessoas sobre pessoas no teu blogue, mas penso que está a ser um bom debate.

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  116. Olá.Por regra minha, não tenho o hábito de intervir neste tipo de debate. Sigo com alguma regularidade muitos dos blogs, nacionais e estrangeiros, sobre a BD e a ilustração. Gostaria de lhe pedir um favor, é possível alterar o fundo preto e a letra amarela? É muito complicado ler o seu blog e os comentários. Cansa e fere muito a vista. Peço desculpa pela intromissão e como é óbvio, o blog é seu e as suas opções são válidas. É só um favor que lhe peço. Tive de parar por diversas vezes para descansar a vista. Sobre o seu texto, vale enquanto opinião e isso tem todo o meu respeito. Só hoje li esta troca de comentários, devido a uma chamada de atenção do Mário Freitas, no FB, sobre este debate. Devo vir tarde para chatear!! Em primeiro lugar, lamento mas odeio que falem em "mercado de BD em Portugal"... é ridículo e completamente falso. Não existe nenhum mercado especializado em BD, em Portugal. Em segundo lugar, concordo de alguma forma com o que você afirmou sobre o nacional-porreirismo, mas lamento, é a minha opinião, esse nacional-porreirismo vai continuar e ninguém vai acabar com isso: está no nosso código genético lusitano... enfim!! E um dos mais visíveis sinais desse nacional-porreirismo é a existência de "criticos" de BD que só vão falar sobre um título X publicado pela casa Y, se essa casa Y lhe oferecer um exemplar... Por favor, não necessito de mais malandros, basta-me o governo... Em terceiro lugar, sobre os festivais e/ou eventos de BD em Portugal, valem o que valem e só vai quem quer. Espero que, e apesar de odiar certos eventos e /ou festivais, desejo que não terminem mas que se modifiquem e se mantenham por muitos anos. A formula para isso? É mais simples do que se possa pensar. E uma das formulas passa pela aproximação de novos leitores, crianças e adolescentes, com interactividade e deitar fora o "mais do mesmo". É urgente a renovação dos leitores e a sua formação e evolução cultural. Claro que no quadro nacional, a cultura é algo tabu para o Povo... Tive algumas experiências de workshops de BD em escolas secundárias [a de Camarate foi um lindo exemplo] e garanto que não é nada complicado a aproximação com os jovens.

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  117. Em quarto lugar, as editoras... bom... atrevo-me a adaptar o termo correcto em inglês, para um português inventado: os publicadores. As casas que publicam, os publicadores, são na sua totalidade, muito perto do fraco. Nível muito fraco. Falta muita ousadia e alguma loucura no acto de publicar BD. Actualmente, marcas editoriais com a Kingpin, a El Pep, a CCC, a Mundo Fantasma e outras mais pequenas, conseguem produzir e publicar algumas boas obras, alguns bons títulos. Falta o outro lado da publicação: a divulgação e a aproximação ao consumidor. Muita coisa se tem feito mas não é suficiente nem tem visibilidade forte e ousada para cativar novos leitores [adultos e crianças e adolescentes]. É muito complicado economicamente, a burocracia existe e a censura cada vez mais. A cadeia de lojas FNAC é assassina dos livros e não tem vendas de BD que justifiquem o valor percentual que cobram. As pequenas lojas especializadas em BD, são muito escondidas do grande público consumidor. Não estou a dizer que façam mau trabalho, só que tem uma existência muito difícil num pais inculto. As publicadoras são um negócio de amor, roçam a paixão à coisa. Só assim existem em Portugal. Quando assim não é, rapidamente fecham as portas por perderem tanto dinheiro.Em quinto lugar, e porque aqui se falou dele, presto publicamente o meu respeito pelo Pedro Vieira Moura e o seu blog, porque apesar do academismo das suas leituras, é e vai continuar a ser um dos melhores divulgadores de BD em Portugal. O meu profundo respeito e admiração por todos os que fazem, publicam e promovem a BD, independentemente dos seus gostos e opções. Gostaria de lhe lançar um desafio, sem querer estar a intrometer-me na gestão da sua página, consegue alienar os seus gostos pessoais e interesses, e começar a escrever criticas bem estruturadas e fundamentadas, das obras publicadas em Portugal, de Autores portugueses? Tem acesso a tudo o que é publicado em Portugal? Não o conheço mas tenho acedido por diversas vezes ao seu blog, e creio que o senhor é um leitor de BD e não um Autor ou publicador. Mas gostaria de ler criticas sustentadas pelo conhecimento e a leitura atenta e, desculpe a expressão, openmind. Sem preconceitos pessoais e sociais.
    Pepedelrey

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  118. Paulo,
    Sabes com certeza que a The Comics Journal sempre foi acusada de ser elitista, de ter uma escrita quase hermética sobre BD e de opinar sobre tudo e mais alguma coisa. Está por isso a prestar um mau serviço à divulgação da BD? Claro que não! Quem quiser lê a Comics Journal, outros a Wizard, outros a Comics Buyer’s Guide, outros vão seguir a nova revista da Bleeding Cool. São várias formas de divulgar da BD.

    Qual é a dificuldade em perceber isto?

    Com esta preocupação em ser acessível ao maior número de pessoas possível acabamos a ter uma rpt/sic/tvi em formato site de BD.

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  119. Bacchus,

    Desculpa mas com essa conversa parece que queres voltar à estaca zero. Já falámos sobre as dificuldades em vender mais e em cativar novos públicos, disseste no princípio da conversa que chegaste a ler artigos de escritores em que se via mais a vaidade deles do que qualquer tipo de informação, e agora não estás de acordo com facilitar chegar a mensagem a novas pessoas? Isso não é coerente.

    Voltas, aliás, a pensar demasiado pequeno. No bloguista que faz a sua crítica, que fala de modo a ser entendido pelos já convertidos. E não é isso que se quer fazer com divulgação. Não são precisos mais críticos, mas sim jornalistas e investigadores. Ser crítico é apenas uma pequena componente dos outros dois.

    E, sim, é preciso tornar a mensagem o mais clara possível. Claridade não é sinónimo de superficialidade. E uma pessoa que não adequa o seu modo de escrita às necessidades dos leitores acaba por ser um escritor com uma grave limitação, por mais "intelectual" que seja a sua prosa.

    Como eu disse mais atrás, há pessoas que querem ter informação, mas que não querem ser da opinião do crítico. Procuram informação como era dada pela Central Comics, ou como estão habituados a ver na imprensa especializada (seja qual for o tema dessa publicação). A crítica só pode vir depois da novidade, e deve ser directa. Como informador, não tenho que escrever com o mesmo nível de profundidade do Grant Morrison e do Warren Ellis. Isso é contraprodutivo para ser compreendido.

    Aqui vai um exemplo: 4 é igual a 2+2, mas matematicamente, 4 também é igual (4*1+5)/3+2*(-1/-2). Como reparaste, andei às voltas. Armei-me em espero a mostrar que sei usar álgebra. E o que é que o leitor que quer saber quanto é 2+2 aprende? Para o leitor entender, tenho que lhe explicar como funciona a álgebra. Da mesma maneira, se eu, como alguém que informa, escrever de modo a mostrar que tenho referências, tenho o dever que explicar o que elas são, independentemente de eu achar que o meu leitor também as conhece. E enquanto explico essas referências, corro o risco de afastar-me do tema central. O jornalismo tem regras e uma delas é que, se podes cortar qualquer coisa para o texto caber no espaço, o que estás a cortar já era supérfluo.

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  120. André,

    Mas aí é que eu discordo completamente. O TCJ é prejudicial à banda desenhada, porque é incapaz de falar para além do público que já existe. Além do mais, o Gary Groth até parece português: divulga tudo o que os amigos fazem e fala mal de todos os outros. Ou não reparaste que o TCJ é publicado pela Fantagraphics?

    E depois vais logo para o oposto: a Wizard, que comparas com o telejornal da TVI. Esse tipo de extremismo é cansativo. Para evitar que seja preto, tem que ser branco. Não pode ser. A Wizard era uma merda, sim. Mas a Wizard não é o exemplo de revista capaz de falar bem sobre o seu tema de eleição; a melhor publicação americana sobre BD, em termos de qualidade de informação, era a Amazing Heroes. Divulgava informação sobre aquilo que a maioria dos leitores liam, apontava-os para alternativas das editoras que só existiam no mercado directo, fazia entrevistas e ia "behind the scenes" para fazer trabalhos históricos e de fundo. O TCJ nunca fez o primeiro, e a Wizard nunca fez o último. A Amazing Heroes conseguia levar-se a sério, ao contrário da Wizard, sem se tornar pretenciosa como o TCJ.

    Simplicidade de informação não é falar em monossílabos, é explicar de modo conciso.

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  121. Paulo Costa,
    No sweat:) Quem anda para trás é o caranguejo:)
    Quando falei em "vaidades" foi em informar o mesmo assunto com roupas diferentes..
    Critica/opinião é completamente livre..
    Eu penso sempre em formato pequeno..
    Existem bloguistas para todos os géneros e criticos para todas as áreas..
    Isso é opinion makers...:) (no meu entender).. Se faltam jornalistas de BD em Portugal?
    Quantos queres que eu mencione aqui?
    João Miguel Lameiras
    Sara Figueiredo e Costa
    Domingos Isabelinho
    Pedro Cleto
    João Ramalho santos
    Carlos Pessoa
    São poucos? Não me parece..
    O que apelei desde o inicio foi á união dos dinamizadores/jornalistas/opinion makers para tentarem chegar a mais público (o que é bastante diferente).
    Agora a forma como as pessoas utilizam INDIVIDUALMENTE de promover/criticar sem préstimos financeiros deve ser livre.
    Claridade nunca foi sinónimo de superficialidade.. (concordo)
    Eu acho que um opinion maker (e não JORNALISTA de informação o que é diferente) não deve mudar a sua forma de escrita para agradar seja a quem for ...
    É a mesma coisa que me imporem uma forma de VESTIR para ficar de bem com a sociedade (não estamos a falar de religião ou desporto.)
    Mas eu disse que a critica vinha antes da novidade?
    Critica é pós-lançamento. Informação é veiculada por quem lança as obras e as divulga pelos jornalistas.. e depois vêm os opinion makers..
    Parece que por vezes estamos aqui a discutir o preço da batata no século XV..
    Existe uma novidade, vem o Press Release da mesma..
    O Nuno ou outra pessa qualquer noutro blogue informa da mesma e mais tarde se quiser opina acerca do lançamento nas suas próprias palavras..
    Um jornalista recebe a press release e deve informar o que vai acontecer ou ser lançado.
    Não é simples?
    É quase matemática pura..
    Parece-me que estamos a falar uma linguagem diferente.. (eu escrevo em Português Paulo Costa)
    Os exemplos da álgebra podem criar o mistério e um pouco mais de interesse nas pessoas se utilizares a forma básica dela (quase como ilusão de óptica)..
    E volto a dizer, eu não estava a falar de JORNALISMO de INFORMAÇÃO, mas sim opinion makers..:)
    Saudações bedéfilas

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  122. reality check: discutam à vontade, mas reparem que em portugal a bd tem visibilidade zero fora do minúsculo mundo dos fãs, divulgadores e autores. sim, leram bem. zero. nula. fora dos festivais e eventos autofágicos, a existência de bd não é sequer registada. querem uma dica? olhem para a quantidade de autores de literatura convencional, a maior parte de qualidade atroz, que vai às escolas promover o seu peixe com a conivência activa de bibliotecários cujo interesse é a promoção de leitura. sim, é mais do que zero. e resulta. a título de exemplo, uma lista dos livros recomendados pelo plano nacional de leitura para o público juvenil (target YA da literatura de género fantástico): http://pt.scribd.com/doc/37625276/Lista-de-Livros-Do-Plano-Nacional-de-Leitura quantos livros de BD?

    esses mesmo.

    (sou um professor que numa escola da periferia de lisboa viu alunos deliciados com o naruto. em japonês. isso é capaz de querer dizer alguma coisa)

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  123. Ok... tive fora todo o dia e o debate continuou o que é agradável, mas perdi-me completamente da conversa!
    Assim vou responder a alguns comments apenas.

    André Azevedo
    Não conheço a lei norte-americana, conheço apenas um pouco da lei portuguesa porque a minha mulher é advogada.
    Acho que o Bacchus respondeu com propriedade a esta questão de direitos.
    Para além disso conheço agora um pouco mais de direitos porque eu e a minha mulher já tivemos de saber os caminhos de registo tanto de embriões de livros, como direitos de personagens mais antigas em que ficamos com a personagem e registamos uma marca.
    Portanto como vês eu não estou a falar à toa.
    Existem posturas como disse atrás, e torno a fazer a pergunta: Desde que a ASA ficou com os direitos do Tintim viste algum livro da Verbo relacionado com esta personagem nas prateleiras das livrarias?
    Se calhar a Verbo respeita a lei, coisa em que a Sodilivros se está a borrifar. (Recebeste a capa?)
    ;)

    Para todos os que falam sobre o Pedro Moura. Eu não quero que ele mude, ele escreve assim para determinadas pessoas. Não tenho nada contra. Apenas me dá sono ler os textos dele. Outras pessoas com certeza gostarão de ler os seus escritos! Aqui já vi várias pessoas a dizer que sim! Portanto tem importâcia com certeza.
    Agora desculpem-me, como divulgação para novos leitores a minha opinião mantêm-se pelas razões que o Paulo Costa apontou (explicou bem melhor que eu!)
    :)

    Bacchus
    Não tens nada de pedir desculpa! Isto serve mesmo para entre todos se "espremerem" algumas ideias!
    :D

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  124. André,
    Concordo com essas publicações todas que trazem públicos diferentes para a BD:)

    Paulo Costa,
    O TCJ é prejudicial para a BD?
    Uma publicação que fala do Principe Valente, Charlie Brown, Corto Maltese, Mafalda e todos os autores clássicos e recentes (sejam alternativos ou biográficos), que inclui ainda os clássicos dos primórdios da BD mais os primórdios da BD de super-heróis e os seus criadores.
    Esta revista é prejudicial?
    O que tem a Fantagraphics a ver com isto para além do Groth?
    Sim.. a mesma editora hiper-independente e alternativa:) que edita charlie brown, Principe valente, Dennis The Menace, as primeiras BDS do Mickey e do Popeye.. Coisas mais alternativas que misturam outras artes.
    Desculpa lá Paulo Costa, mas será que alguma vez deste-te ao trabalho de ver um catálogo da Fantagraphics ou o site deles?
    De que é que estamos a falar agora?
    Do preço do milho no inicio do milénio?:)

    Saudações Bedéfilas

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  125. Artur Coelho,
    Eu penso que sabemos todos desse reality check, mas estamos a debater o que se poderia melhorar para esta arte entrar nesses hemisférios:)
    O PNL deveria contemplar BD:)(a nível de exemplo). E as editoras com o PNL poderiam divulgar os seus livros nas escolas, mas não faço a minima ideia se isso é muito confuso ou obscuro..


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  126. Numa coisa concordo: cada um é livre de escrever sobre o que lhe apeteça no seu blog, seja sobre BD, seja sobre o grelo da batata. O que eu discuto é a pedagogia da coisa e se serve para fazer crescer, de facto, a qualidade da BD que é feita.

    E concordo com o Pepe quando diz que não temos um mercado; isto de facto não passa de um arremedo. Mas recuso-me liminarmente a enfiar a carapuça do "publicador", embora a maioria dos editores portugueses não passe disso, é um facto. Ser-se "editor" passa por intervir no processo criativo, por sugerir caminhos, alterações, alternativas, se caso disso. Passa por pensar nos formatos de publicação, no papel adequado, no design do livro, enfim por aí. Passa até no meu caso, imagine-se, a dedicar longo tempo a essa coisa a que ninguém liga nenhuma em Portugal e que ajuda a assassinar tanta BD, quando mal feita: a legendagem.

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  127. Pepe
    Já nos cruzamos várias vezes mas nunca fomos apresentados. Eu apresento-me da próxima vez que te vir!
    E não vens tarde para chatear.
    :D
    Estou aberto sempre a sugestões de lay-out do meu blogue, e também já descobri que nalguns monitores/ecrãs o amarelo tem tonalidades diferente! E é um facto que nalguns monitores o amarelo fica um pouco agressivo. Vou ver se ponho uma tonalidade mais clara para os amarelos não cansarem tanto.
    Eu não sou um crítico de BD. Tenho as minhas opiniões enquanto leitor, aliás este blogue foi feito nessa base, o ângulo visual de um leitor que gosta mais disto ou daquilo, e que não gosta de determinado tipo de BD.
    Em relação a divulgação por norma faço-a sempre quando as editoras ou autores me mandam material de divulgação. Mais uma vez vou repetir: Imagem da capa e de preferência uma página interior com uma resolução decente. Falar sobre livros... vou falando tentando seguir uma lista que tenho ali ao lado. Como tenho alguns livros por vezes alguns dos quais eu gostaria de falar ficam esquecidos. De qualquer modo falo mais de livros de que eu gostei, e muito pouco sobre aqueles de que eu não gostei. Acho desnecessário estar a dizer mal de um livro quando existem obras melhores (no meu ponto de vista) para eu perder aqui um pouco do meu tempo livre (só falo mal de um livro aqui quando me sinto enganado). Áhhh... não preciso que me mandem o livro para divulgar, que fique bem claro! Agora fazer crítica a um livro isso já é diferente, tenho de o ler. Se não o tiver comprado, não posso fazer.
    Gostei de muitos dos teus pontos de vista. Ainda bem que vieste "chatear"!
    :D
    Agora a parte final do teu comment interessa-me pessoalmente.
    Não tenho acesso a tudo o que sai em Portugal, gostaria mas a minha carteira não é elástica (cada menos). Sou um leitor compulsivo até agora, mas brevemente serei autor. Quanto à parte da publicação não está posta de lado, embora para já seja apenas um projecto. Terei de saber muito mais, e terei de aprender muito com quem sabe.
    Tenho de partir o comentário em dois...
    Passa para baixo!
    ;)

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  128. Nuno,

    Obrigado pelo elogio e o debate está a ficar interessante mesmo.

    Mário,
    Como opinion makers, todas as opiniões são válidas.. Se as colocarmos todas no mesmo saco, debate-las e as apresentarmos como algo que gostamos (com livre arbitrio), mas em grupo pode-se fazer crescer o grelo da batata:)
    Um editor também não deve ser só CHAPA 5 e concordo contigo, deve estudar o mercado e novas formas de conquistar o público, seja através da edição, conteúdo, faixa etária e estar atento a esses pequenos detalhes que mencionas.
    E concordo também com o Pepe, não existe mercado de BD em Portugal.. Isso é um facto..
    Penso que o que se está a "discutir" é que o mesmo poderia ter um pouco mais de força com as pessoas que temos dinamizadoras do mesmo..
    Porque é que um livro de BD não entra no Plano Nacinal de Leitura por exemplo?
    Quem é que pode alterar essas regras?
    Somos nós enquanto opinion makers?
    Abraço

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  129. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  130. Bacchus,

    Não. Todos os jornalistas que mencionaste são opinion makers primeiro. Falam sobre um livro de cada vez e cerca de dois terços do texto são a sua opinião. Podes juntá-los todos e não tens aqui uma massa crítica capaz de falar com o público que não conhece BD. Funcionam para mim e para ti e para as pessoas que já lêem BD há muito tempo, mas não para um público jovem. E acho que já todos concordámos que para conquistar novos públicos, têm que ser jovens. Putos. Quanto mais novos, melhor. Nenhum deles vai estar interessado no quanto o Lameiras é especialista, nem o conhecem para saber se vale a pena acreditar na opinião dele ou não. Isso vem depois. Muito depois.

    Agora, o mistério. Odeio mistérios. Odeio rituais e odeio barreiras à informação. Não uso ilusão de óptica. 2+2=4. Divulgares algo sob a forma de mistério a um recém-chegado ao meio não desperta o interesse, é só frustrante.

    E sim, o TCJ é prejudicial à BD. O Gary Groth só fala de Peanuts quando publica Peanuts, só fala de Disney agora que publica Disney. Não ignora só a Marvel e DC. Seria uma linha editorial perfeitamente válida apresentar alternativas quando 80% do mercado é dominador pelas editoras de superheróis. Mas o Groth também não gosta da Image. Não gosta da IDW, nem da Drawn & Quarterly. Tem uma revista que serve só para fazer autopromoção à editora dele. Desde os anos 80 que não é honesto nem é isento. E como o TCJ não é isento, não é jornalismo.

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  131. Pepe (parte 2)
    "Gostaria de lhe lançar um desafio, sem querer estar a intrometer-me na gestão da sua página, consegue alienar os seus gostos pessoais e interesses, e começar a escrever criticas bem estruturadas e fundamentadas, das obras publicadas em Portugal, de Autores portugueses? Tem acesso a tudo o que é publicado em Portugal? Não o conheço mas tenho acedido por diversas vezes ao seu blog, e creio que o senhor é um leitor de BD e não um Autor ou publicador. Mas gostaria de ler criticas sustentadas pelo conhecimento e a leitura atenta e, desculpe a expressão, openmind. Sem preconceitos pessoais e sociais.
    Pepedelrey"

    Eu gosto de dasafios. E esse é difícil!
    Eu sou um apaixonado por BD com os meus gostos próprios. Não tenho a objectividade de um jornalista visto que sou mecânico de motores de avião! O jornalista tem treino e cursos que eu não tenho, mas posso responder ao repto sim.
    :P
    Em relação a ser openmind, acho que sou! Se um dia visitar a minha bedeteca verá que tenho de tudo aqui em casa. Mesmo! Há pessoas que já a viram e verificaram como é eclética! Mas dentro dos vários estilos tenho aquilo que gosto, ou que pensava que ia gostar.
    Mais uma vez digo que não tenho acesso a tudo, e já agora pode-se fazer um esforço para ser ser imparcial em relação a gostos próprios, mas não acredito que alguém o consiga fazer na sua plenitude. A nossa visão pessoal por mais que se tente eliminar está sempre no nosso subconsciente!
    Mas posso tentar! Sim. Qual é o título que me propões?
    :)

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  132. Paulo Costa,
    Essa visão apocaliptica do GROTH como o anticristo no que concerne ás outras editoras e bandas desenhadas para além do que ele publica é assustadora:)
    E se ele só gosta dele e do que ele publica, qual é o problema se assim for?
    Os livros têm qualidade, servem o seu propósito, atraem público.
    Conheço muita gente que compra banda desenhada da Fantagraphics e leem a TCJ que pertencem á IDW, Image ou Drawn and Quarterly e mesmo autores que trabalham para a Marvel e DC, logo de certeza que o GROTH não será o anticristo..:)
    Não acredito que tanta gente seja masoquista:)
    Tu, Paulo Costa odeia mistérios (é a tua opinião)..
    Uma criança adora mistérios, um adolescente adora mistérios e não é esse público que queremos trazer para a banda desenhada com este debate para uma renovação de gerações?
    Parece-me que quem quer voltar á estaca zero és tu... Mas é a tua opinião que eu respeito na integra.

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  133. Este comentário foi removido pelo autor.

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  134. Paulo Costa,

    Dizes que a Amazing Heroes era uma revista ideal de divulgação? Sim, concordo que era muito boa, tenho várias que vou relendo, e como era também publicada pela Fantagraphics,(pois…) era uma excelente companhia para a Comics Journal.

    E li muitas vezes a Wizard, e não a comparei a jornal nenhum, que naquilo que fazia era a melhor.

    A TLJ é prejudicial á BD? Bem essa fez-me rir, parece uma frase dos antigos censores da Comics Code Autority, ou dos pais enfurecidos que queriam queimar as revistas publicadas pelo Groth nos anos 90 á porta das lojas.

    Mas o Bacchus já respondeu e bem a isso.

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  135. Não resisto:
    Vou repetir isto: A AMAZING HEROES ERA PUBLICADA PELA FANTAGRAPHICS DO GARY GROTH.
    O tal que desprezava Marvel e DC mas como era um profissional divulgava as sua publicações.

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  136. Nuno,
    Só agora fui ao mail.
    Obrigado pela capa!!!!!

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  137. Não, Bacchus. Primeiro, não estás a pensar como alguém que não conhece BD. Tu gostas e já sabes que é bom, mas as outras pessoas não. Não podes dizer "tenho aqui uma coisa que tu vais gostar. Deixa-me começar por contar-te uma história que vai dar uma volta para só no fim ligar ao tema principal". Se fizeres isso já perdeste a audiência.

    Segundo, no que diz especificamente respeito à divulgação, não é assim que se trata informação. Ainda para mais hoje, na era do "attention deficit disorder". Fazer divulgação não é contar uma piada. Na informação, o punchline vem antes. É por isso que ainda se ensina a regra básica do "quê quem onde quando". O resto é acessório, complementar. E quando alguém não se interessa pelas quatro primeiras perguntas, já não querem saber do complementar, já estão noutra.

    Não acho que o Groth seja o anticristo, ainda que seja irritante ele comprar guerras com toda a gente. Mas eu já tinha dito qual é o problema dele. Simplesmente, não é uma pessoa honesta. Não é possível ele convencer alguém que é jornalista quando trata a revista dele como uma extensão do catálogo da sua própria editora. Para isso diga logo que o TCJ é igual à revista de previews da Marvel.

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  138. André,
    Eu nunca li a AMAZING HEROES, logo não posso opinar acerca da mesma.
    O Comics Journal li e gostei sempre..
    Se os leitores de banda desenhada por todo o mundo soubessem de como faz a Fantagraphics a sua divulgação, edição de livros, distribuição e como são elogiados quase unanimemente por todo o mercado internacional de banda desenhada ficariam pasmados..
    Uma lojinha pequena em Seattle com meia dúzia de funcionários que fazem a coisa para ganhar algum dinheiro, mas acima de tudo por um amor incondicional á nona arte..
    (seja super-heróis, clássicos, mainstream, alternativo, underground ou o que seja)..
    O patrão da Fantagraphics: Kim Thompson é respeitado enormemente pelo director da Diamond Comics e as suas criticas nunca caem em saco roto na Diamond; porque será?
    Será por ele defender o Groth e os amigos dele ou por querer o melhor para esta arte?
    É que os directores da Diamond não estão lá para fazer amigos ou muito preocupados com a nona arte, mas sim no vil metal.. (o que eu não condeno) e vão escutando o homem assim como outros para potenciarem o seu negócio e ganharem mais dinheiro..:)

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  139. A Amazing Heroes era do Michael Catron. Era publicada pela Fantagraphics porque ele era sócio do Gary Groth. Em 1985 ele saiu da Fantagraphics, quando o Groth desatou a comprar guerras com toda a gente.

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  140. A Amazing Heroes foi do Michael Catron até ao nº 6, a partir daqui, e durante 198 números!!! foi publicado pelo Thompson, o editor da Comics Journal.
    Estavas então a referir apenas os seis primeiros números?

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  141. Paulo Costa,
    Estou a pensar nos meus sobrinhos, nas minhas sobrinhas e em todas as crianças e adultos que falei ao longo da minha vida (e foram uns milhares)..
    Eu não estava a falar algo do estilo: "A história começa no meio, vai ao inicio e volta ao fim". (a la Tarantino).
    Estava a falar do mistério:) Como no teatro ou nas fábulas: " E sabes o que a bruxa má fez?" por exemplo...
    Isso é um cliffhanger para uma criança ou adolescente ainda hoje em dia..
    Fazer divulgação nunca foi contar uma piada..:) Eu nunca disse isso (Paulo Costa, continuo a dizer-te que escrevo em português e de Portugal)
    "Punchline" e "attention deficit disorder"? Eu não entendo estes termos:(
    O quê, quem, onde e quando, já entendo:)
    Numa fábula aparece primeiro o quando "era uma vez", depois o "quem" uma princesa, numa tarde solarenga (quando outra vez) que vagueava por uns bosques (onde) á procura dumas flores (quê).
    Ora bem, isto muda um pouco a "coisa", certo?
    Mas tu conheces pessoalmente o Groth?
    Ele alguma vez te assaltou para dizeres que não é uma pessoa honesta?
    Uma pessoa que compra guerras com muita gente é desonesta, porque tem ideias diferentes dos outros (voltamos á religião?)
    Uma extensão do catálogo da Fantagraphics a Comics Journal?
    A comics journal inclusive fala de autores europeus como o Dupuy e Berberian, Prado entre muitos outros e que eu saiba eles não foram publicados pela fantagraphics..
    Acho que deverias comprar uma comics journal Paulo Costa.
    Se quiseres eu empresto-te uma na boinha:)

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  142. Bacchus,

    A Amazing Heroes era realmente muito boa. Tinha a exigência da Fantagraphics mas direccionada para o melhor do mainstream.

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  143. Obrigado André,

    Mais na onda dos superheróis, certo?
    è que eu não tenho nada contra os superheróis, mas não leio a esmagadora maioria deles (como sabes).. Tirando quando era adolescente e lia os clássicos dos superheróis.. Depois deixei de ler a maior parte tirando uma pequena percentagem que me poderia interessar como os Moores, Millers, Brubakers e morrisons, logo nunca percebi muito desse assunto.. mas se não for só superheróis diz-me, não quero estigmatizar a revista sem saber.
    Mas se tiveres alguma e puderes me emprestar para eu dar uma vista de olhos ficava-te grato.

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  144. Artur Coelho
    Nessa categoria do plano de leituura só vi um livro de BD Alix: O Príncipe do Nilo
    Isto faz-me perguntar quem escolhe os livros, como escolhem os livros, e se porventura conhecem os títulos que saem em Portugal!
    :|

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  145. Nuno,
    Ai está uma questão pertinente:)
    Quam é que controla o Plano Nacional de leitura?
    Porque é que a BD praticamente não entra no mesmo?
    Monica, Cebolinha, Charlie Brown, Homem-aranha, Batman, Naruto.. Tudo ícones dos miúdos, será que não existe nenhuma história de BD digna de figurar nesse plano?
    Eu já me interroguei várias vezes acerca disso:(

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  146. Bacchus
    Não mistures muitas personagens! LOL
    Só tive a ver para os 7º, 8º e 9º ano.
    Sei que para os mais novos existe mais alguma BD (não muita...), porque, lá está, a BD é para crianças!!
    ahahahhahha
    :D

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  147. @Bacchus

    Homem-aranha, Batman... ícones dos miúdos?!

    Desculpe?!

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  148. Acredito NUNO:)

    Pois...:)
    è como com a TV, Rádio e suplementos em jornais de grande tiragem sobre a nona arte...
    Toda a gente conhece BD e sabe que ela existe..
    Existem inúmeros dinamizadores da 9ª arte em Portugal pós Vasco Granja e nada mesmo..
    O Vasco Granja deveria ser um Deus e deveria ter várias estátuas pelo país por ter feito tanta coisa pela BD sendo ela uma coisa para crianças:)
    Eu gostava que aparecesse outro Vasco Granja, mas parece que vai ser como com o D.Sebastião..:(

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  149. Comic book Therapy,
    Eu já vi muitas crianças hoje em dia com t-shirts do Batman e do homem aranha..
    Inclusive saiu no Happy meal da Mcdonalds bonecos que eram para os miudos e eles gostavam.
    Só se eu ando a ver mal na rua e os adolescentes e adultos portugueses de repente ficaram de repente mais pequenos..
    Também em feiras, já muitas crianças com 6,7 e 8 anos compraram-me coisas do batman e do homem aranha, mas mais uma vez poderia estar a ver mal e os adolescentes e adultos portugueses deixaram de crescer em tamanho e conservam ainda todos os traços de criança.. (pode ser uma possibilidade).

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  150. OlÁ.

    Vim dar a este debate através de uma ligação divulgada pelo MÁrio Freitas e achei que seria um contributo interessante deixar uma ligaÇÃo para uma reflexão que escrevi há quatro anos no meu weblog Cadernos de Daath. Como esse texto É um pouco longo, fica, somente, a sua ligaÇÃo, com a esperança de que possa suscitar interrogações interessantes.
    Cumprimentos. David Soares
    http://cadernosdedaath.blogspot.pt/2008/10/uma-leitura.html?m=1

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  151. Que pena, que pena, meus senhores, que este debate não esteja a ser digna e oportunamente televisionado e transmitido em horário nobre. ;)

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  152. O Bacchus falou aqui de uma figura importante, o Vasco Granja.
    Sim, concordo, faz falta um homem como ele. Agarrou a BD, agarrou o cinema de Animação, não desprezou os clássicos e os vanguardas.
    Conheci-o pessoalmente (até lhe resolvi um delicado assunto relativo a uma herança), era um homem muito sabedor, um grande comunicador e um incansável obreiro.
    Pelo menos (se ainda a não tem, devia ter o seu nome gravado numa rua de Lisboa.

    Segundo assunto: a BD estende-se por campo tão vasto, que não pode estar encerrada ou espartilhada no gosto desta ou daquela camada; toda ela é precisa, toda ela é publicável. No entanto, temos de saber qual aquela que é mais apetecível e saber aproveitar os meios de difusão.
    Não é para exemplo do que quer que seja, mas fiz BD num semanário - o Crime - durante 5 anos, num jorbal que, goste-se ou não, tem o seu público e uma tiragem que, na altura, era da ordem dos 60.000 exemplares. Há jornais diários com esta estaleca?
    Sei que os temas abordados por mim, com inteira liberdade de escolha e criação, não eram propriamente para criancinhas e, se entrasswem numa escola, vade retro!... Mas tinham um público, gente (não interessa se era letrada, iletrada...), eram leitores, que compravam e liam. Não era tema para o blogue LerBd, eu sei, mas para além da esfera do Pedro Moura, também há vida.
    Fala-se de Bd, há bons autores que desistem, porque não persistem. É claro que eu não sobrevivi da BD; tive uma profissão que me assegurava fazer BD, se queria.

    Terceiro Ponto - Para o Nuno,
    Pensa fazer as Conclusões deste debate e publica-as. Há aqui coisas muito interessantes e contributos válidos para se pensar neles seriamente. Julgo que, apesar de alguma crispação que li aqui, há mais daquilo que nos une do que o que nos separa.
    Um aparte: não sabia que trabalhavas nos aviões. O meu pai foi funcionário das OGMA, em Alverca e imagina qual é o tipo de meu interesse.

    Terminus:
    Não há por aí quem desencante um novo Vasco Granja e, melhor ainda, quem abra um "lobbie" e abra um canto equivalente na grelha destes "abençoados" canais de televisão em sinal aberto?

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  153. David Soares
    Nunca me importei que colocassem aqui links para os blogues próprios dos comentadores. E também não me importo agora.
    Mas seria muito mais interesssante teres dado a tua opinião aqui, mesmo que fosse para me "dares uns tiros". A discussão está aqui, portanto o lógico será as pessoas dizerem de sua justiça aqui e não linkarem para outros lados.
    :\

    Carlos Rocha
    A TV nunca teve um debate assim acerca de BD em toda a sua história! LOL
    :D

    Santos Costa
    Já foi uma trabalheira para ir acompanhando estes comentário todos!
    Ainda me estás a pedir para registar conclusões??
    :D
    Faço-te esse desafio a ti e eu colocarei em post na rubrica "As Palavras dos Outros"!
    :P

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  154. ó Sr David Soares, não sabe sintetizar? É cair de pára-quedas e "tomem lá link para o meu blog"? Shame on you

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  155. Olá a todos!

    Tenho acompanhado esta conversa com muito interesse e não queria deixar de participar (dividi o comentário em dois), nomeadamente acerca de um assunto que me é particularmente querido: a leitura de banda desenhada por parte do público mais jovem (em idade escolar, portanto). Como saberão tenho passado por dezenas e dezenas de escolas – e feito ateliês com muitos milhares de alunos (literalmente), principalmente no Centro e no Sul do país. Tenho, portanto, a noção de que há muito por fazer…
    No que concerne aos alunos do ensino básico é fácil constatar que andam relativamente “perdidos”. A maior parte conhece o Batman, o Homem-Aranha, o Astérix e pouco mais. Muitos só conhecem o Tintin de nome, e alguns nem isso. E estes personagens são alguns dos ” peso pesado” da banda desenhada “mais comercial”, se lhe quisermos chamar assim (aliás, tenho até a sensação que é o cinema que tem concedido este fôlego à banda desenhada entre os mais novos…). Sinto que as crianças que lêem banda desenhada são cada vez mais um público residual. E isto é grave. Não só é grave como é disparatado, quando constatamos do grau de sucesso e interesse que os ateliês nas escolas suscitam! De tudo isto há a reter duas coisas: por um lado o enorme interesse que os alunos manifestam pela banda desenhada em geral (quando acabo o ateliê a maior parte dos miúdos quer ser autor de banda desenhada “quando for grande” - isto mostra o grau de envolvimento que se pode atingir com os alunos e as potencialidades da própria banda desenhada enquanto geradora de uma série de dinâmicas); por outro, a fraca visibilidade que a banda desenhada tem nas livrarias generalistas, em particular, e no contexto da cultura em geral.
    O que quero dizer com isto é que a banda desenhada só não faz mais sucesso entre este tipo de público simplesmente porque não se consegue promover a si própria com a força que seria desejável. E ao contrário do que se diz muitas vezes (injustamente, quanto a mim) os professores não são os “maus da fita”. Grande parte do esforço de divulgação da banda desenhada entre os mais novos deve-se exclusivamente a eles e ao seu entusiasmo (todas as semanas nos chegam pedidos para fazermos acções nas escolas - e até nos infantários, como acontece muitas vezes).
    O público existe! E compradores também… O ano passado, no Festival de Beja, vendemos mais de 800 títulos! A maior parte dos compradores era do Alentejo – muitos compraram banda desenhada aos filhos pela primeira vez - vêm pedir-nos ajuda para escolher qualquer coisa, por isso não é difícil perceber que são um público pouco informado). Existe apetência! E não estou a falar da região da Grande Lisboa ou do Grande Porto, onde os hábitos de leitura – e o poder económico – são diferentes.
    A questão é que para nós, que temos uma verdadeira paixão por esta arte, a banda desenhada é um pouco a menina dos nossos olhos. Mas a verdade é que para o público em geral não passa, muitas vezes, de uma mera curiosidade, entre milhares de outras ofertas culturais (a literatura, o cinema, etc. – com outro poder de penetração junto do público).

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  156. Como resolver esta situação? Como conquistar novos leitores entre os mais jovens? Acredito que só se ultrapasse este problema se conseguirmos chegar às escolas… E isto através da criação de um projeto de que passe obrigatoriamente pelo Ministério da Educação.
    Não é difícil elaborar um projeto comum e avançar com propostas concretas: seria necessário rever o Plano Nacional de Leitura no que concerne à banda desenhada, rever a matéria que é dada nas escolas sobre o assunto (refrescando a informação), estabelecer a edição de um conjunto variado de publicações que possa ser distribuído a nível nacional pelas escolas e bibliotecas municipais (que permita aos professores coisas tão simples como saber quais e onde estão as lojas de banda desenhada especializadas no país, para que se possam informar do que “vai saindo”), publicar (e distribuir) um conjunto de publicações com resenhas de livros aconselhados com respectiva sinopse (para que as escolas os fiquem a conhecer e os possam comprar), criar um fundo do Ministério para apoio específico à edição de autores de banda desenhada e distribuir essas edições pelas escolas (no Brasil esta acção tem dado resultados fabulosos), elaborar a itinerância de uma exposição (ou várias) sobre a banda desenhada que se publica em Portugal que passe obrigatoriamente por todas as bibliotecas municipais do país, criar (porque não?) o Dia Nacional da banda Desenhada e comemorá-lo de Norte a Sul em todas as escolas do país, etc., etc. No fundo trata-se de criar dinâmicas que “obriguem” os diversos agentes culturais a dar outra visibilidade à banda desenhada. Mas isso cabe-nos a nós fazer! Não virá ninguém tratar disto por nós…
    No próximo Festival de Beja faremos vários debates e encontros para debater este assunto. E poderemos perfeitamente reunir com o Ministro da Educação para lhe propor medidas concretas, já no final de 2013. Há muitas ideias. Temos que nos sentar a debatê-las… E avançar, claro. É verdade que está muita coisa por fazer, mas o futuro está já aqui ao dobrar da esquina! Não somos muitos, mas somos bons 

    Um abraço a todos!

    Paulo Monteiro

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  157. Paulo Monteiro
    Obrigado pelo teu comment. Eu sei que as crianças estão abertas à BD, e o barramento principal desta apetência, na minha opinião, vem logo da parte dos pais, depois nas escolas, pois não há nada curricular que entre nesta arte, e pior, as obras de BD que constam no plano nacional de leitura... please... são poucas e mal escolhidas (a minha opinião novamente).
    Gostava de saber quem são as pessoas que escolhem os livros...
    :)

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  158. Olá Nuno!

    Sim, sim. Nalguns casos sei que isso acontece por parte de alguns pais (devido ao estatuto que a banda desenhada tem perto de algum público generalista - que não é nenhum! - , devido ao preço dos livros, etc.). Em relação às escolas não tenho essa ideia. Claro que existem professores que fogem da banda desenhada como "o Diabo da Cruz", mas não me parece - nem de longe - que seja a situação mais comum. O que me parece essencial dizia é que se possa levar a cabo uma acção concertada perto do Ministério da Educação para levar a banda desenhada às escolas com outro tipo de fôlego... E isso apresentando propostas concretas que deviamos debater em conjunto. Em relação à escolha dos livros também não sei quem fará. Mas há muita coisa que escapa a essa escolha...

    Um abraço!

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  159. Santos Costa,
    Eu vi uma vez o Vasco Granja no Porto e estava ali um dos meus idolos desde criança,não lhe pedi nenhum autografo porque me senti intimidado com a sua presença e isso nunca me aconteceu com outra personalidade qualquer que eu goste (mesmo grandes autores de BD ou realizadores de cinema), só para veres a admiração que tinha pelo homem.
    Mas não me acredito em pessoas insubstituiveis..
    O Vasco Granja era um senhor e pudemos não voltar a ter outro Vasco Granja, mas pudemos ter alguém que se aproxime do que ele fez com poucos meios..
    Eu já tentei ver nas pessoas que estão ligadas á BD em Portugal se existia esse alguém, mas com tantas quezílias e outras coisas, parece-me que não existe ninguém tão forte como o Vasco Granja.
    Na altura do Vasco Granja com toda a certeza que existiam opinion makers como os já mencionados que existem hoje em dia; mas acho que na altura deveriam ser mais unidos e "centraram" a sua energia e apoio no Vasco Granja.. Hoje não acontece isso.. Só vejo quezílias, falar da Maria Cachucha e do Zé tristão ou da forma como eles se apresentam..
    Quanto ao abrir um lobbie e tentar criar uma coisa qualquer sobre BD na TV..
    Eu tenho tentado fazer isso.. E garanto-te que não é nada fácil devido a múltiplos factores, mas vai-se tentando procurar sensibilizar as pessoas para isso.. "àgua mole em pedra dura.."
    Quanto ao Vasco Granja (novamente), deveria ter no minimo uma rua com o seu nome em Lisboa.

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  160. Paulo Monteiro,
    Concordo a 100% em tudo que dizes..
    Sei que existe muito público para a BD..
    Deveriamos chgar com mais facilidade ao PNL.
    Sei que o problema é a informação acerca da BD não chegar ás pessoas que não gostem de BD (e ficam sempre com a mesma ideia acerca desta arte).
    Também sei que nas escolas, existem professores que incentivam á leitura de BD e mesmo criação de actividades relacionadas com a mesma para os mais novos..
    O problema é quando as crianças vão crescendo e ai é que a porca torce o rabo; a banda desenhada de repente desaparece dos horizontes escolares.
    Quanto a medidas de falar com o Ministério da Educação entre outras coisas, penso que seria bom, mas para isso tinhamos que nos UNIR mesmo todos, porque já somos poucos. Estando divididos somos um pedaço de areia num deserto.
    Concordo também que deveriam existir resenhas/panfletos distribuidos pelas escolas; penso que as editoras nacionais (umas com mais poder para isto que outras) poderiam fazer isto por exemplo para promover os seus livros junto das mesmas assim como exposições sobre publicações do que vai sendo publicado em bibliotecas como dizes.
    O custo associado a estas iniciativas pode não ser assim tão grande e abrir caminho para novos leitores e assim ganhavam as editoras mais leitores.
    Abraço

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  161. Nuno. Creio que já se justifica passares estes comentários todos para o corpo principal do blog como uma entrada autónoma.

    Dei-te os parabéns pelos 76 comentários. Dou-te novamente os parabéns pelos 162(?) actuais :-)

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  162. pco69
    Obrigado eu a todos quantos participaram!
    :)
    Isso de mudar os comments para uma entrada autónoma daria confusão e ficaria enorme!. De qualquer modo as pessoas tem acesso aos comentários todos e se quiserem ver maior é só maximizarem a janela, fica menos confuso se fizerem isso!
    ;)

    Pepe
    Ainda estou à espera da tua sugestão para fazer esse tal ensaio neutral sem preconceitos sobre um livro.
    Dequalquer modo não prometo fazer sempre dessa maneira, porque não sou jornalista, nem recebo dinheiro para o fazer.
    Mas gostaria de saber se o consigo fazer numa sugestão de leitura tua!
    :)

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  163. E vamos a ver na práctica e ficamos na mesma com os mesmos pensamentos individuais e com uma laranja meio espremida:)
    Fica o registo de um mini-debate quase como uma conversa de café..
    (faltou foi o mesmo e uns cigarros no meu caso:))
    Pode ser que se volte a este assunto num qualquer evento com umas 15 pessoas a debaterem pessoalmente estas questões..
    Abraço Nuno e parabéns por ficar a circular durante uns dias um bom debate na comodidade das nossas casas em frente a um PC.

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  164. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  165. Eu acho o topico um pouco utopico mas tennho lido todos os comentários e para já vou deixar uma dica para a bd poder chegar a "nova geração",tanto o Dragon Ball Z Como Death Note e Astro Boy no passado tem ou tiveram um anime numa das Sic Cabo,só não chegam a bd porque as editoras não compram nem promovem o espaço televisivo,talvez assim o Dragon Ball não tivesse parado no inicio da fase z,Astro Boy não ficasse como de costume por aqui iMcompleto.

    " Devir não publicou muitos livros, mas conseguiu pôr à disposição dos portugueses uma grande obra da BD mundial: Blankets! Os meus parabéns por isso, foi uma grande edição em capa dura mas temo que os portugueses na sua generalidade não mereçam obras deste calibre."

    Já eu acho que os Portugueses não merecem tradutores amadores como a Devir,e não é por ganhar uns trofeus que desencalha das lojas disso estou certo.

    "Outra grande série que esta editora se propôs a publicar foi Walking Dead. No original vai no Vol.16, e aqui está a ser publicada ao ritmo da série de TV! Ou seja… nunca mais chegamos lá, a não que comecemos a comprar em inglês!"

    É Para ser ao ritmo Zombie coisa que os Leitores não se apercebem mas as Lojas sim tipo Bertand que tem tudo em Sc até tem Ohc lá,e as Fnacs que apesar das criticas já tinham a serie lá todas antes de ser Traduzida para Portuges ser+a que deviam esconder os importados tb???

    "Não publica Comics? Não. Outros o façam, não é a especialidade “da casa” portanto outros que se cheguem à frente. Críticas antigas? Séries canceladas, pois, pelos vistos (devagarinho) o departamento de BD da ASA tem andado a continuar, conforme deixam na Leya ou conforme as vendas para o público: Bouncer, Murena, Armazém Central, Thorgal, Escorpião, Gato do Rabino, Águias de Roma para dar alguns exemplos. Reedições com roupagem nova como o Corto Maltese, que esgotam apesar do preço, Asterix de cara lavada para o filme de Outubro, Alix e o Vagabundo dos Limbos para os nostálgicos. Bom… já perceberam, não vou ser exaustivo!"

    Sim fez um bom trabalho em coisas que eu achava improvavel como o Americanmanga comics que na realidade é 1 comic disfarçado de Mangá para ser mais a frente,mas deixou serie Mangá pelo caminho como citado acima,e nem cumpriu todas as promessas de series que prometeu lançar.
    Não pode editar comics deve ser por serem a cores e não a pB nem formatinho apesar deles terem todos os formatos e feitios.

    "A Booksmile dá a ideia que apanhou um susto comercial com o excelente Scott Pilgrim, e penso que abandonou a BD…"

    Mas pelo menos não "sujou" o nome na praça para as outras e editou a serie toda,só não percebo porque na Bertrand a serie só tem 3 volumes lá apesar de estar completa em outras lojas,e de eu ter comprado na Bertrand os 1s volumes.Isso sim merece aplauso ao contrario de Levoir/Publico que nem com o Jornal completou os Avengers do Jonhs,e alguns outros defeitos apesar da edição em capa dura ser boa,mas o papel podia ser menos transparente e volta e meia suprimir e miniturizar capas.

    Festivais não vou a nenhum a anos vou é a esposiçoes quando me apetece,e a eventos como FCBD.

    "outras trabalham para “obrigar” as pessoas a entrar, caso da Kingpin e do Mundo Fantasma. Fazem-no com festas, exposições e lançamento de livros."

    Falando do Mundo Fantasma não é bem assim,eles já tem e sempre tiveram uma forte clientela para importados desde antes de eu comprar lá assiduamente,e já foi mais multifacetada que agora (mangá;Comics) com publico mais idoso em busca de fb em Françes e Portugues.Mas tem um enorme stock de back issues e tpbs Hcs com um pouco de tudo.

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  166. Vejam aentrevista que eu dei ao Diário de Notícias, que saiu hoje, 24 de Setembro, com uma fotografia minha. Lá abordo um pouco do que aqui tratamos.

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  167. David Soares

    Dei-me ao trabalho de ler a entrada no teu blog (visto que não deixaste aqui a tua opinião) e realmente não concordo com as razões a que atribuis a leitura de Bd na década de 80 e o seu declinio desde então.
    Discordo totalmente com estes parágrafos. Aliás, a premissa de ambos até poderia ser interessante se fosse baseada em factos. Nos anos 80 existiam só dois canais. Esses dois canais eram péssimos em termos de quantidade de desenhos animados infantis. Eu lembro-me de ter desenhos animados sábados de manhã e 5ª à tarde na rtp2. O resto era lixo (em termos de conteudos infantis). E mesmo nestes dois nichos não existiam quaisquer desenhos de super herois, e quando vieram a existir, não eram de todo os que estavam nas bancas.

    Aliás, posso-te dizer que a inexistência desses mesmos desenhos animados é que me levava a procurar Bd, onde os horizontes eram mais largos e os personagens e aventuras muito mais fantásticas.

    "A fronteira entre aquilo que é trabalho e aquilo que é lazer encontra-se cada vez mais diluída e as noções de sacrifício e de dever são alienígenas para quem, hoje, tem menos de vinte anos."

    Isto de falarmos de outras gerações que não a nossa e as julgarmos tão prontamente tem muito que se lhe diga. Eu aconselhava qualquer pessoa que pense assim a sair um pouco de casa e a ir dar uma volta por grupos de teatro, desporto, ou recreativos. O país está cheio de jovens que se querem mexer e não têm como. Ainda mais grave, se existisse alguma verdade na tua afirmação, não deverias apontar o dedo ao "fascínio tecnófilo" mas sim à nossa geração e às anteriores que não souberam passar determinados valores aos jovens de hoje.

    Outra ideia que avançaste (mais ou menos, porque não é nada nova), a ideia de que a escola no futuro vai ser em casa através de E-learning etc é algo que também penso desfasada com a realidade. Esse tipo de escolas já apareciam em filmes de ficção cientifica dos anos 60 e ainda cá não chegaram (nem vão chegar) devido ao facto de que grande parte das aptidões que uma criança desenvolve numa escola não lhe são passadas nas aulas ou em disciplinas, mas sim nos recreios e convivios com outros alunos. O contacto humano é o que faz desenvolver a inteligencia emocional da criança, as disciplinas e matérias são para outras coisas, mas são só metade da sua educação.

    A ideia de que o livro eventualmente (e por conseguinte a Bd) vai desaparecer, também é apoiada com argumentos lógicos mas não no que observámos acontecer ao longo da história com outras disciplinas. Lembra-me um pouco as pessoas que disseram que com o aparecimento do Cinema, a Rádio ia desaparecer.Depois, com o aparecimento da Tv, o Cinema ia desaparecer. Depois, com o aparecimento dos conteudos online, a Tv iria desaparecer. E por aí fora. Já antes tinha o teatro e a ópera passado pelo mesmo. Mas não se chegou a verificar. Os livros não vão desaparecer enquanto o Homem fôr o Homem.

    Como estive ausente, gostava só de acrescentar algo. Ainda estamos num país livre, e tanto é livre o Pedro Moura para escrever o seu blog da maneira que lhe apetece, como é livre o Nuno Amado para dizer que o Pedro Moura não atrai leitores novos com o seu blog. Não percebo qual a razão de tanto debate em relação ao que o Nuno disse.

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  168. E já agora quero dizer mais uma coisa. Não é por usarmos palavras e parágrafos extenuantes que automaticamente passamos a ser intelectualmente avançados. O blog do Pedro Moura é para mim desinteressante porque as suas criticas não são pertinentes. E não me refiro ao vocabulário que usa para pintar os seus parágrafos, mas refiro-me sim à falta de foco que tem na sua escrita. Há tanta generalização aliada a deambulações por assuntos alheios áquele a que se propôs analisar, que compreendo perfeitamente que o Nuno fique com sono. (Olha Nuno, ao menos já encontraste um remédio santo para noites de insónia).
    O facto de usarmos vocabulário mais cuidado não nos torna intelectuais por muito que queiramos. Não digo que seja esse o objectivo do Pedro Moura, mas não compreendo quando dizem que aquilo é para outros leitores como se tivessem a falar de uma classe mais erudita. Não concordo nada. Um homem inteligente é aquele que consegue simplicar o que é complexo. Se há alguém que torna complexo o que é simples... não é tão inteligente assim.
    Da mesma forma que não é por o David Soares usar um vocabulário mais complexo e invulgar que as suas ideias ou “teorias” têm mais força. O que interessa são os factos e o seu impacto na realidade. E é por isso que as ideias e as pessoas que as têm devem ser julgadas, e não pela suas formas de expressão.

    Dito isto, cada qual deve poder escrever o que quer e como quer. E cada qual deve poder dar a opinião sobre o mesmo. Acho que ainda estamos num país livre.

    Abraço.

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  169. Optimus
    Não foi um post utópico, mas sim de desafo e deu para o pessoal discutir algumas coisas.
    Em relação ao Mundo Fantasma continuo de vez em quando a receber mails com actividades dentro da loja, como lançamentos e exposições!
    A publicação de Scott Pilgrim em português foi "morta pela FNAC e pela Bertrand. Essa é a minha opinião, por isso acho que essas grandes cadeias não são as "amigas" da BD que muita gente pensa.
    Não disse para esconderem importados. Nunca disse isso. O que eu disse foi que livros traduzidos para português estão escondidos (literalmente) enquanto que os mesmo livros em inglês e francês estão bem expostos. This is a fact! Comprovado visualmente por mim!
    :\

    Bacchus
    Eu não estava à espera que saissem da discussão moções aprovadas por unanimidade!!
    :D
    Mas foi bom porque se esgrimiram pontos de vista e sempre se aprendeu alguma ccoisa!
    ;)

    Santos Costa
    Irei ver sim!
    ;)

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  170. Luis Sanches
    Apesar de não ter ido ler o post de há 4 anos do David Soares, porque a discussão era aqui, não era no blogue dele e ele não trouxe nada de novo à discussão (apenas um link), concordo com quase tudo o que disseste.
    'nuff said (como dizia o outro)
    ;)

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  171. Nuno estou a espera do Homem aranha azul..eh eh. Depois quero que faças o daredevil yellow só para te chatear ah ah para mim essa é a obra prima do dueto Loeb/ Sale

    Do que li acima penso que o principal problema dos bedéfilos portugueses não será a oferta de bd em si,pois estamos na era da internet, mas sim a oferta de bd em língua portuguesa quer em quantidade quer em qualidade. A falta de respeito relativamente a edição completa de séries estrangeiras traduzidas que acabam descontinuadas é muito desmotivante e acaba por afastar o pessoal.

    De resto, é como em tudo na vida, pode se incutir o gosto da bd, mas não se pode exigir a cultura da bd onde ela não existe.

    Blaise

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  172. Nuno,
    Não é a questão de unanimidades, mas sim quando apareceram pontos de verdadeiro interesse mencionados pelo Paulo Monteiro como "sermos poucos e bons" e para tentarmos algo no ministério da educação.. O debate esmoreceu um pouco..
    Daí as minhas palavras; aprendi alguma coisa com o mesmo (não demasiada, mas alguma coisita:))
    Quanto á Fnac, volto a dizer a mesma coisa (mesmo não concordando com algumas das suas polticas), acho que é o único sitio onde passam milhares de pessoas que têm acesso aos livros fisicamente, assim como anteriormente eram os grandes hipermercados (continente, Auchan, Carrefour) e duvido mesmo que as editoras (que vivem somente da edição de livros) sobrevivessem sem estas grandes superficies.
    É um facto e eu nem sou pessoa de ir a grandes superficies, mas todos os dias (e já há muitos anos) a população portuguesa acorre aos magotes a essas mesmas superficies.

    Luis Sanches,
    Quanto ao livro em si, NUNCA irá desaparecer assim como a BD..
    Isso são visões um pouco apocalipticas da "coisa"..:)
    Já os CDS não desapareceram, os DVDS também não, o vinil muito menos.. (e têm muito menos anos que um livro impresso)
    Podem diminuir as tiragens do livro em si e o mesmo ser feito em menos quantidades industriais e com outros pormenores no mesmo (Edições de luxo entre outras coisas ou mesmo livros quase feitos manualmente e voltamos provavelmente ao inicio quando as coisas eram menos industrializadas, mesmo as crianças vão achar piada a um livro antigo:))
    Mas considero o raciocinio do David Soares um raciocinio dentro da lógica que ele nos habituou (e até gosto de algumas BDS dele e li aguns livros também).
    Quanto ao blogue do Pedro Moura, volto a dizer que o mesmo é importante para o nosso país, porque nos mostra coisas diferentes (e eu não sou muito adepto de blogues e é raro ver algo em qualquer blogue porque acredito que o verdadeiro conhecimento está na procura das coisas na rua fisicamente).

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  173. Blaise
    Esses títulos vai subindo na lista devagarinho porque por vezes vou metendo uns títulos mais recentes para falar!
    ;)
    Eu não espero, e se fosse editor não o faria, que uma editora numa série razoavelmente grande cancele no 1º ou 2º volume se as vendas forem uma desgraça. Fico danado sim quando a série é cancelada a 1 ou 2 volumes do seu final. Aí sim trepo pelas paredes, pois gastei muito dinheiro para não saber como acaba.
    :|

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  174. Bacchus
    Penso que os casos que mencionaste (Cd, Dvd) podem vir a desaparecer pois são veículos e não conteúdos. O livro também é um veículo, mas no caso específico do livro de Bd a composição da página é parte fulcral da narrativa da história (tendo grande impacto no ritmo, suspense, etc...). O Eisner é quem mais me continua a impressionar na forma imaginativa como usa as limitações fisicas da página para acrescentar algo às suas histórias. Noutros veículos, como na Bd online, esse tipo de limitação já responde a medidas diferentes (infinitas quase) e portanto alteram a dinâmica da Bd como a conhecemos, podendo ser mesmo considerada um "bicho" diferente.
    E foi por isso que fiz o reparo. (O Scott Mccloud tem um ou dois livros espectaculares sobre isto tudo. E são em Bd ainda por cima :)

    Quanto ao blog do Pedro Moura, já disse o que penso. Mas não vejo razão pela qual ele não possa fazer ou escrever como gosta ou quer (e também só falei nisso porque não vi aqui em nenhum lado o Nuno dizer que ele devia parar :)

    Por fim, uma pena que o debate tenha esmorecido quando chegámos às escolas, pois eu estou convencido que é aí que não devemos esmorecer. Houve aqui testemunhos de pessoas que se deram bem e outras menos bem, mas todas concordaram que os jovens/miudos demonstraram grande interesse assim que lhes deram oportunidade de 'brincarem' com o meio. A partir daí, cada um tira a conclusão que quiser. E infelizmente, é por isso que o 'castelo' desmorona ;)

    Abraço

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  175. Bacchus
    O debate acaba sempre por esmorecer! Este nem sei como foi tão longe.
    :D
    Estás a falar em Ministério da Educação... isso é uma tarefa quase impossível! Se tu não consegues falar com a maior parte dos meios de comunicação, ou pelo menos convencê-los a algo, quanto mais uma instituição pesadíssima como um Ministério. A única hipotese seria algum ter conhecimentos lá dentro em posições decisórias. Ou seja, missão quase impossível.
    Quanto à FNAC, para mim é o sítio generalista onde se encontram mais livros de BD À venda. Apenas isso. Em França as FNAC são diferentes, promovem mesmo a BD, têm prémios próprios e organizam concursos para novos talentos. Se fosse assim por cá...
    :P
    Já agora, se o meu conhecimento sobres livros de BD fosse apenas daquilo que vejo na rua não tinha 1/100 dos livros que tenho porque não saberia que eles existiam...
    :\

    Luis Sanches
    Os miúdos mostram interesse, falta o resto. O mais dificil. Ou seja os adultos responsáveis por ministrar conhecimentos não estão nem por aí voltados. Mais trabalho?? lol
    Em casa... já falei sobre isso.
    ;)

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  176. Luis Sanches,
    O objecto fisico irá sempre existir de algo.. Seja CDs, Dvds, cassetes de musica (como se vendiam nas feiras nos anos 80), cartuchos.
    No caso da BD é a mesma coisa, o que pode mudar é o objecto fisico em si (o livro mais trabalhado enquanto objecto), porque o conteudo poderá ser o mesmo num webcomic:) (eu sei do que falas do Scott Mccloud e do Eisner).. É como com o formato dos DVDS (caixinha bonitinha e diferente) e acredita que é por ai.
    A internet é uma evolução, mas não é a "morte" de nenhuma coisa:)
    Pode é esmorecer:)
    No caso de uma mulher bonita, podes falar com ela na internet e gabares-lhe isto ou aquilo, mas se não falares com ela na rua, perde-se o "gosto" e é back to basics:)
    Quanto ao Pedro Moura, não tenho problemas com ele, o blogue dele ou seja com quem for (desde que não me prejudiquem muito ou me chateiem muito, está tudo:))
    Quanto ao assunto das escolas esmoreceu porque dá muito trabalho e eu entendo que as pessoas tenham as suas vidas.

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  177. Nuno,
    Relativamente ao Ministério da Educação nem fui eu que falei, foi o Paulo Monteiro..
    Eu simplesmente dei a minha opinião, que funcionaria se fossemos bastantes e unidos..
    Eu consegui falar em todos os meios de comunicação (rádio, TV, Jornais, revistas, internet).. Claro que deu muito trabalho..
    Ao ministério da Educação daria também muito trabalho mas não vejo o mesmo como impossivel (na vida para mim nada é impossivel).
    Sim, o conceito da Fnac em França é diferente, mas os povos também são diferentes.
    Quanto ao conhecimento de rua (posso dar a mesma opinião acerca do da internet, depende das pessoas)..
    Eu sem o conhecimento de rua não teria no minimo 95% dos livros que tenho porque não andava á procura deles na internet (e até geri um negócio como bem sabes.. Estou a falar em milhares e milhares de livros que passaram pelas minhas mãos)..
    Depende das pessoas, para MIM, o conhecimento é para ser obtido á procura das coisas fisicamente.. (mas é somente a minha opinião)
    Abraço



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  178. Bacchus
    Também penso que o livro como objecto existirá durante muitos e muitos mais anos. Com tiragens mais reduzidas (como os discos de vinil) e mais caros.
    O assunto das escolas é um "dead end" por isso esmoreceu! Nenhum de nós sabe o que fazer, ou mesmo que saibamos não se conseguem ultrapassar as barreiras burocráticas (a não ser que se conhça um tipo com acesso directo ao Ministério da Educação. Apenas isso! Pelo menos é o que eu penso! Claro que a educação escolar com BD no programa seria outra coisa.
    :)

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  179. Bacchus
    Eu também prefiro fazer a procura fisicamente. Mas convenhamos, quem não viver nos centros urbanos que procura irá fazer? Eu vivo nos arredores de Lisboa e a loja de que mais gosto é uma trabalheira para lá chegar vá de carro ou de transportes. Acabo por fazer como o Nuno e informar-me de (quase) tudo pela internet. Mas também concordo que nem sempre foi assim.

    Quanto à mulher bonita na internet :D concordo inteiramente contigo. No minimo podemos ter uma decepção:D

    Eu acho que a abordagem às escolas não tem de ser através do ministério. As editoras ou os autores, se houver interesse, podem contactar as escolas directamente. Existe por aí muitos professores ou directores pedagógicos que abrem os braços a este tipo de iniciativas, mesmo por saberem que se estiverem à espera do Ministério, não fazem nada.


    Ok, não queria fazer esta apelo, mas aqui vai uma brincadeira. Este post acho que é o 180º. Podemos tentar chegar aos 200s comentários a partir do desabafo do Nuno Amado? É interessante que esta discussão tenha chegado tão longe. Nuno, gostava de ler mais vezes blogadas destas :) Só ajudam a que o pessoal se entenda.

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  180. Bacchus
    Eu também prefiro o conhecimento físico (senão não estava casado)!
    :P
    Mas tenho o mundo à disposição dos meus dedos, por isso já devo ter passado por milhões de livros e imagens deles.
    Reconheço que já fui enganado pelo embrulho na internet... paciência!
    :D
    Prefiro mesmo o conhecimento físico, sim!
    LOL é mais fácil falares com televisões e jornais do que com qualquer ministério governamental (estou a falar de centros decisórios...). O Governo está completamente blindado contra intromissões da plebe...
    :(

    Luis Sanches
    Tens razão, pode passar apenas pelas escolas, mas as escolas têm um programa para cada ano, e para se fazer algo continuado numa terias de ter vários professores mesmo interessados!
    LOL não me interessa chegar aos 200 com conversa oca! Para isso prefiro os 180!
    :D
    Realmente foi interessante, pelo menos eu acho que sim e fiquei a conhecer melhor algumas pessoas, não só as que aqui comentaram, mas também e sobretudo aquelas que aqui não falaram.
    Já fiz alguns posts fracturantes para a discussão, talvez até melhores que este. Só que na altura o blogue tinha muito menos visitantes e seguidores, por isso não tiveram muitos comments!
    Mas também não se pode fazer muitos destes se não passa a ser banal, e ainda me começam a chamar ranhoso...
    lol
    :D

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  181. Luis Sanches,
    Entendo que a internet é muito boa para pesquisa.. sei das limitações das distâncias, mas antigamente elas também existiam e as pessoas tinham conhecimento.
    Nuno e Luis Sanches,
    Quanto ás escolas ou falar com centros decisórios também é complicado mas não tanto, os institutos que falei também tem de pedir contas aos seus ministérios..
    Na maior parte destes casos até foi mais fácil falar com os institutos do que com os media.
    Nuno,
    Continuo a achar que o conhecimento das coisas obtem-se fisicamente, não é por fazer milhões de cliques através de um rato que sei mais.. Mas conforme disse anteriormente, cada pessoa tem a sua forma de conhecimento, não somos todos iguais..
    Eu sei que és casado Nuno e eu também sou comprometido:) Não estava a falar desses "conhecimentos", falei da mulher bonita como uma mera metáfora.
    Cada qual fica com a sua opinião e amigos na mesma sem stresses..:)

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  182. Olá de novo!

    Aceder ao Ministério da Educação com o objectivo de implementar uma série de medidas que ajudem a transformar o ensino da banda desenhada nas escolas pode ser mais fácil do que parece. Claro que esse acesso é facilitado se for solicitado por uma ou várias instituições ligadas "oficialmente" à banda desenhada (neste caso a Bedeteca de Beja e o CNBDI - infelizmente a Bedeteca de Lisboa já só funciona como simples biblioteca). Teria é que haver um consenso mais ou menos alargado em relação às medidas que achamos importante implementar. E esse consenso só se consegue agregando vários agentes em torno de um objectivo comum (autores, divulgadores, críticos, livreiros, etc.). Isso pode ser feito, por exemplo, no Festival de Beja ou numas jornadas organizadas para o efeito. Uma vez delineada uma estratégia em conjunto, a Bedeteca e o CNBDI podem perfeitamente pedir uma reunião com o ministro e debater estas questões. Aconteceu em muitos países (como no Brasil - o exemplo que conheço melhor), por isso também pode acontecer entre nós. O que vos proponho é que façamos umas jornadas em torno deste assunto (no Festival de Beja, por exemplo) e que avançemos nesse sentido, elaborando um documento (consensual entre os vários agentes ligados à banda desenhada)que possa ser apresentado ao Ministério.

    Um abraço a todos!

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  183. Bom dia.

    Nuno, eis uma pequena lista de edições de BD que te proponho para o tal desafio:

    "A graphic cosmogony" colectiva da editora britânica NOBROW Press; "Habibi" do Craig Thompson [seja a edição francesa ou a norte-americana]; e puxando a brasa à sardinha, e fazendo justiça a um dos melhores livros de BD feito por um Autor português, "Março Anormal" do Tércio De Vina, editado pela El Pep.

    Creio que o mais complicado de se encontrar actualmente talvez seja a colectiva da NOBROW Press. Mas podes sempre encomendar no site deles ou mandar vir do UK se conheceres lá alguém. O "Habibi" é muito fácil de encontrar nos supermercados FNAC e Bertrand, e o "Março Anormal" encontras facilmente na Kingpin, na Mongorhead, na Mundo Fantasma e na Dr. Kartoon.

    Aceitas o desafio?

    Abraço
    Pepedelrey

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  184. Paulo Monteiro
    Podes contar comigo em Beja, porque tu como representante de uma das duas Bedetecas existentes (do CNBDI não vi aqui ninguém a dar opiniões) foste o único a falar.
    Estou disponível para isso!
    :)

    Pepe
    Escolheria o Habibi, mas este livro já tem uma crítica (excelente) neste blogue feita pelo Pedro Grilo:

    http://bongop-leituras-bd.blogspot.pt/2012/04/palavra-dos-outros-habibi-por-pedro.html#axzz25dAl3pFU

    Assim acho que em princípio cairei para o lado do Março Anormal, que é mais fácil de eu obter. Mas um ou outro farei sim.
    Desafio aceite!
    :)

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  185. Acho que o Nuno já falou aqui do Habibi...

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  186. Luis
    Sim, o Habibi "já passou" por aqui. Podem ver no link que deixei na resposta ao Pepe.
    ;)

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  187. Entretanto, com o trabalho no domingo perdi o fio à meada... deixa-me tentar retomar só uma coisa eu andava a discutir com o Bacchus sobre divulgação:

    Essa ideia de ter ser misterioso é ridícula. É divulgação. O propósito de informar é ser claro e conciso. Não posso dar a ideia que quero ser mais esperto que os leitores, ou que estou a esconder informação. A ideia é mostrar o máximo possível para dar a entender que um livro é uma boa compra. "Mais não digo" não é uma opção válida.

    Santos Costa, sobre a Amazing Heroes: o título do Thompson era editor executivo, que no meio das publicações significa "título honorífico para justificar o salário". O Thompson é que estava a financiar a Fantagraphics na época. O Michael Catron fazia a revista e continuou a fazê-la até sair da Fantagraphics em 1985.

    Blaise, a falta de BD em português, como disseste, é um grande problema. Cheguei a mencionar isso na fórum da Central Comics dois ou três restylings atrás. Por mais que o inglês seja compreendido pelos portugueses (e é menos do que as pessoas pensam), só a existência de material na língua materna vai ser cativante para começar. Caso contrário vamos continuar os mesmos gajos aqui a reclamar que a BD não tem público.

    A falta de continuação de séries já existentes é desmotivante somente para os leitores mais antigos. Devia caber às editoras fazer marketing para cativar novos leitores. Mas não vejo grande apetência nem o conhecimento necessário para o fazer. O trabalho não pode ser feito só pelos entusiastas, porque não temos os meios e, mais importante, a motivação financeira para o fazer.

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  188. Paulo Costa,
    Estás a "desviar-te" do que eu escrevi relativamente á divulgação/critica de BD e mesmo á Fantagraphics, Gary Groth ou Kim Thompson e sem qualquer fundamento ou coerência, logo não vale a pena mesmo sequer tentar argumentar para quem continua com a filosofia de "A galinha nasceu primeiro que o ovo e ponto final".
    Não sou feito dessa massa.
    Cumprimentos

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  189. Não, não me desviei absolutamente nada em relação ao que escreveste sobre divulgação. Isto é o que tu disseste:

    Quanto ao facto de as pessoas necessitarem de serem bem entendidas por toda a gente a nível de escrita de opinião, discordo.. Porque acho que uma opinião bem fundamentada e mesmo pouco entendível é a mensagem que o opinador quer passar para quem o lê.. E com isso vincar a sua personalidade e mesmo fazer com que quem o lê tente entender um pouco mais o que é uma bd, filme, música ou literatura.. (Todos os criticos fazem isso, por isso são criticos.)
    Se fosse tudo assim tão simples e as coisas sempre muito entendíveis:) .. Algumas pessoas perdiam o mistério/mistica enquanto criadores (e eu considero um critico um observador/criador de algo feito por outrém com a sua perpectiva da obra do autor).


    O que tu disseste é que é perfeitamente aceitável que um escritor seja ininteligível desde que tenha "personalidade", seja lá isso o que for. O que tu não és capaz de entender é que um escritor incompreensível é o equivalente a ruído. E nenhum crítico, jornalista ou opinador tem o direito de se considerar eficaz no seu trabalho se os leitores forem incapazes de descodificar aquilo que ele escreveu. Existem dois pecados para um jornalista: achar que é mais esperto que os leitores, e achar que os leitores são tão espertos como ele.

    Sobre a Fantagraphics e o Gary Groth e o Kim Thompson: eu trabalho na imprensa. Sei perfeitamente como estas coisas funcionam e o que os títulos querem dizer. O Jorge Pêgo foi director da Automotor durante anos sem pôr lá o cuzinho, deixando ao chefe de redacção (o actual director) a tarefa de "director adjunto". E o Belmiro Vieira continuou a ser chefe de redacção do Correio da Manhã depois de se reformar, foram precisos quatro sub-directores para fazer o trabalho dele. Por isso não me digas que eu não sei descobrir pela ficha técnica como é que uma revista funciona. Vês perfeitamente quem é o quê e quem faz o quê lá dentro.

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  190. Vou lançar um pouco de “veneno”...
    Como todos nós sabemos (este ícone da Literatura, Cinema e BD) TARZAN vai fazer em Outubro, 100 Anos. Lá “fora” não sei se haverá edições especiais, estou mais interessado nas nacionais e é decepcionante ( já nada me espanta na BD PT – já estou resignado…) que ninguém (BD) tenha aproveitado esta oportunidade (temporal) para editar algo para comemorar esta data… (“100 Anos” é um número “mágico” para o público e TARZAN, dos 7 aos 70, quem não conhece?... ). Problemas de “direitos” com ERB, Disney, Dark, Horse, Cheval…?
    …Mas, sempre tenho uma pequenina esperança de que surge alguma coisita para os “loucos da BD” comprar - certamente já “fora de moda” (uns mesitos depois da data comemorativa…)!
    ..E como o FBDA2012 (vai realizar-se?) está à porta e coincide com o mês “do” Tarzan e ainda não conhecendo o seu Programa (ou sou mesmo vesgo a pesquisar…FBDA2012 vai realizar-se?) será de uma enorme lacuna não incluir o Filho da Selva no seu espaço – bem conseguido, atrairia públicos para todas as idades…
    …e acabou-se-me o “veneno”.

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  191. Paulo Costa,
    Vou ser hiperconciso.
    Promoção: falar de um produto pelas suas vantagens/desvantagens (seja em qualquer actividade ou mercado).
    Divulgação: Divulgar o mesmo produto já promovido aos nossos amigos e público em geral através das nossas próprias palavras.
    Bem, isto é mais simples de entender que 2+2=4.
    Quando ainda por cima estamos a falar de pessoas que não são remuneradas para fazer divulgação, estás a exigir o quê ás mesmas?
    Se jornalistas em simples noticias de informação (que não é divulgação) metem nojo até dar com um pau.. e são pagos para informar. Estás a dizer-me agora o quê? Que o Columbo chegou á India e que o mundo é quadrado?
    Eu fui bem claro no que disse, como é óbvio, pelos vistos não quiseste entender.. Problema teu.
    E o que é que interessa a alguém aqui neste post a automotor ou o pessoal da redacção da revista?
    Mesmo que fosse para fazeres uma metáfora, queres comparar sequer o que se ganha na indústria automóvel em comparação com um nicho bem fechado de mercado como a BD?
    Se tu, sabes tudo e és omnisciente ao olhares para uma ficha técnica de uma revista, que te posso dizer eu?
    Ficas com a tua ideia e eu fico com a minha.
    A Fantagraphics presta um EXCELENTE trabalho a um nicho de mercado como o da BD. Não achas? Paciência.. Não vou aqui estar a explicar onde acaba ou começa um circulo.. Deixo isso para pessoas como tu que pelos vistos sabem.
    Cumprimentos e não vale a pena vires dar a volta ao que eu disse ou escrevi.. Antes de escreveres ou leres seja o que for, reflecte um pouco..

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  192. Paulo Costa,
    Repito: a Amazing Heroes foi editada pelo Michael Catron apenas até ao nº 6. A partir daqui, e durante 198 números!!! foi publicada pelo Thompson, o editor da Comics Journal.

    Quanto ao divulgar/informar:
    Todos os blogues sobre BD têm de ser escritos em formato jornalístico?
    Tu dizes que 2+2=4, se eu te disser que 3+1=4 disse a mesma coisa mas com dois números diferentes que poderão levar a outras descobertas/relações/interpretações. Simples.

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  193. Umas das razões porque não há mercado de BD-ou é infímo- é simplesmente porque ainda há um preconceito enorme com tudo o que é português. Pode ser um livro da mesma craveira que um outro «estrangeiro» qualquer mas se é «luso» é mau , chato, aborrecido...Enquanto muita gente pensar assim, não há bom livro que resista.

    Osvaldo

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  194. ASantos
    Em relação a alguma edição comemorativa de Tarzan... não tenho conhecimento e para mim será surpresa.
    Em relação ao Amadora BD vai realizar-se sim. Amanhã faço um post com a primeira newsletter da organização.
    ;)

    Osvaldo
    Esse estigma já teve razão de ser. Agora não. Temos BD feita por portugueses para todos os gostos: aventura, ficção, terror, cómica, enfim acho que que finalmente a BD portuguesa está a deixar quem tem esses preconceitos sem razões para falar!
    :)

    Bacchus, Paulo Costa e André Azevedo
    Não vejo um boi daquilo que estão a falar! LOL
    Não conheço nenhuma das revistas que provocaram a discussão!
    :D

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  195. Não sei se já terão reparado, mas a nossa discussão aqui já anda a provocar pruridos noutro local, entre os medíocres do costume, que lamentam decerto a sua incapacidade em gerar discussões amplas e interessantes e que nunca desistem da sua calimerice militante...

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  196. Mário Freitas
    Se estás a falar de pessoas no Facebook, e no mural de alguém em particular, e se esse alguém é quem penso, não vejo os pruridos porque estou bloqueado por essa pessoa!
    LOLAÇO
    :D

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  197. Sim, claro que são as pessoas que pensas. Aliás, um dos grandes males da BD em Portugal é a nossa pouca apetência crítica e para detectar "bullshitters" à distância. Tendemos muito a gostar daquelas pessoas muito simpáticas, sempre capazes de no colocar a mãozinha à volta do ombro, e raramente percebemos a mancha untuosa que nos deixam nas costas. E muitas vezes, só ao fim de vários anos é que começamos a olhar para as nossas costas e perceber que essas pessoas passaram o tempo a encher-nos, e à BD, de nódoas difíceis de sair.

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Bongadas

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