quarta-feira, 21 de março de 2012

A Palavra dos Outros: Gerry Conway "Faz Falta" por Hugo Silva

Hugo Silva traz-nos hoje Gerry Conway!
Este escritor de comics norte-americano é conhecido por ter criado dois heróis, um na Marvel (Punisher) e outro na DC (Firestorm), e por ter escrito um dos momentos mais marcantes dos comics em Spider-Man: The Death of Gwen Stacy! Para além disso o primeiro crossover entre a Marvel e a DC: Superman vs The Amazing Spider-Man. De resto escreveu para estas duas editoras em quase todos os seus grandes símbolos.
Ficam as palavras de Hugo Silva:

Gerry Conway faz falta

Gerry Conway é um dos maiores nomes da indústria de comics Norte-Americana, o seu trabalho nas duas grandes editoras faz com que seja um nome reconhecido e respeitado devido à sua escrita em títulos como Homem-Aranha ou Liga da Justiça entre outros.

Ele foi o primeiro a escrever um grande crossover entre as duas companhias, que colocava nas mesmas páginas os maiores símbolos da DC e da Marvel: Superman e Spider-Man. O seu tempo em Amazing Spider-Man é lendário, já que todos recordam a storyline que levou à morte da Gwen Stacy. Muitos relembram também as suas criações, nomeadamente Punisher para a Marvel e Firestorm para a DC.

Conway começou a escrever ainda nos seus 16 anos, para as revistas de horror da DC, até que conseguiu um lugar na Marvel pela mão do escritor e editor Roy Thomas. Foi no início da década de 70 que se deu a estreia em grande deste jovem numa breve passagem por títulos de segunda linha como Ka-zar, Inhumans e Black Widow. Apesar da sua idade ele passou ainda por alguns com mais importância da Marvel, como o Iron Man, Daredevil e Hulk, para além de criar personagens que seriam no futuro importantes para a mesma. Werewolf by Night, Tomb of Dracula e Man-Thing são algumas personagens que conheceram a luz do dia pela mente do jovem escritor.

Os tempos eram outros e só assim um jovem com 19 anos teria a oportunidade de escrever os 2 títulos que davam basicamente nome à companhia, Amazing Spider-man e Fantastic Four. O talento dele sobressaiu e este esteve à altura dos mesmos, levando a duas runs memoráveis em especial no cabeça de teia. No Aranha os personagens de apoio eram sempre bem retratados e ganhavam uma vida e importância tal que gostávamos tanto deles como do herói principal. Foi aproveitando esse destaque que ele escreveu logo no começo da sua run, a morte de uma das mais importantes personagens secundárias, a namorada de Peter Parker, Gwen Stacy.

Outro marco nos seus 3 anos em frente dos destinos do Aracnídeo foi a co-criação com Ross Andru de uma personagem que seria antagonista do nosso herói, mas que seria mais tarde uma das personagens mais importantes da editora, o Punisher, para além de alguns dos combates mais memoráveis com os vilões Tarântula, Escorpião, Mysterio, e ainda a primeira saga do clone.

No Quarteto, ele faz o Namor aparecer outra vez no caminho dos heróis e usa da melhor forma um dos melhores rivais da equipa, o Mago e o seu Quarteto Terrível.

Em 1975 o jovem escritor cometia o feito de voltar à DC e assim escrever para ambas as companhias, isto numa altura em que isso não era muito comum. Talvez por isso ele acabou por ser o escolhido para escrever aquela que seria uma revista marcante na história dos comics Norte-Americanos, o crossover que envolvia Superman e Spider-Man. Na casa das ideias, ele fez parte do rodopio de Editores-Chefe no final dos anos 70 tomando esse cargo durante pouco menos de um ano sucedendo a Marv Wolfman e deixando o lugar para Archie Goodwin.

Em Janeiro de 1977, o nome de Conway era já tão importante saíram 9 títulos para as bancas com o seu nome nos créditos. Avengers, Defenders, Spectacular Spider-man, Iron Man e as estreias de Ms.Marvel e Logan's Run para a Marvel enquanto que na DC seriam os títulos Superman e Action Comics a trazerem o seu nome, Foi aliás esta companhia que marcaria a sua carreira na década de 80.

Conway foi dos poucos a ter direito a duas runs diferentes com a Liga da Justiça, a primeira no final dos anos 70 com a Liga do Satélite e esteve envolvido nas histórias que trouxeram de volta a tradição anual dos encontros entre as duas equipas da DC, a JLA e a JSA. Ele também escreveu outros títulos grandes como Superman ou Batman sendo que no morcego realça-se a sua história que envolve o perigoso Hugo Strange.

Em 1986 voltou em grande à co-criação de personagens, e uma que rapidamente se tornou uma das favoritas dos fãs de Comics, o herói da DC Firestorm. Conway escreveu mais de metade dos números da revista em que retratava um jovem, Ronnie Raymond e as suas aventuras como o herói nuclear ou apenas como o adolescente na faculdade. Sem sombra de dúvida que a influência Peter Parker via-se no mesmo, e isso que ajudava ao sucesso dele já que também aqui Conway dava importância ao elenco de apoio. Mais tarde a personagem fez parte inclusive da Liga da Justiça.

Antes de se concentrar nos seus trabalhos para TV e Cinema (que incluíam coisas como Conan, the Destroyer, Hercules, Law & Order e Perry Mason entre outros), Gerry teve ainda tempo de voltar ao cabeça de teia para escrever no final dos anos 80 as revistas Spectacular Spider-Man e Web of Spider-man.

Mais uma vez Conway mostrou como gosta de dar atenção ao elenco de apoio e personagens como Nick Katzenberg, Gloria Grant, Aunt May, Nathan Lubensky, Joe Robertson, ou Randy Robertson todos tinham algum destaque na vida da personagem. Também era dado destaque a personagens com poderes como por exemplo, Puma, Rocket Racer, Will-O'-The-Wisp, Prowler, Sandman, Silver Sable, Molten Man, Green Goblin e Chamelon a darem que fazer ao nosso herói, ficando esses personagens pela revista Web of Spider-Man.


Em Spectacular era o bom e velho JJJ, Ben Urich, Mary Jane, a volta do clone da Gwen Stacy e vilões como Tombstone, Kingpin e Duende Macabro a complicarem a vida do aracnídeo. Até a sua co-criação Punisher deu o ar da sua graça nesta última run do escritor antes de decidir concentrar-se na TV.

Deixa saudades porque é daqueles poucos autores que conseguiu mais que uma run memorável, ou agradável, com alguns dos maiores heróis de ambas as companhias.

Hugo Silva

Espero que vos tenha agradado mais este texto de Hugo Silva, e não se esqueçam de visitar o blogue nostálgico Ainda sou do Tempo...!

Boas leituras

13 comentários:

  1. Probablemente mi cómic favorito de Gerry Conway sería Atari Force (con arte de José Luis García López). Una maravilla.

    ResponderEliminar
  2. Arion
    Para mim os momentos mais altos e marcantes de Conway foram The Death of Gwen Stacy e o crossover Superman Vs Spider-Man. Os dois foram únicos à sua maneira.
    Isto para além da criação do Punisher...
    ;)

    ResponderEliminar
  3. Verdade, esse roteirista faz muita falta,Justiceiro e Nuclear são tão importantes e emblemáticos como qualquer outro grande personagem da DC ou Marvel. Ano passado saíram especiais com a volta de um grande roteirista e sua equipe de arte para alguma grande revista, relembrando uma época e homenageando a mesma, ele retornou com um conto fechado da sua Liga da Justiça Detroit, eu adorei. Garry Conway FAZ FALTA.

    ResponderEliminar
  4. Venerável Victor
    Só te posso dizer uma coisa:
    Gerry Conway É VENERÁVEL!
    :D

    ResponderEliminar
  5. Acompanhei as histórias dele com o Namor, Quarteto, Homem de Ferro... me viciaram nas HQs, Culpa dele!!!

    ResponderEliminar
  6. Digaun
    Conway foi culpado de muitas coisas boas!
    :D
    E culpado pela grande viragem na vida do Aranha, matando a Gwen Stacy!
    Na realidade, Conway faz falta!
    ;)

    ResponderEliminar
  7. Muito legal o texto, e podemos concluir que sim Gerry Conway faz falta.

    ResponderEliminar
  8. Conway faz parte dos grandes escritores exatamente por ter conseguido trabalhar excelentes histórias dentro da periodicidade que as hqs exigem em seus títulos regulares.

    Tá na categoria do Chris Claremont pra mim.

    ResponderEliminar
  9. Guy Santos
    Ainda bem que gostaste do texto! Foi escrito por um amigo que de vez em quando colabora aqui (Hugo Silva).
    E nós não nos cansamos de dizer: faz falta!
    :D

    Alex D'ates
    Tens razão! Conway trabalhou muito e com qualidade. Por isso até conseguiu estar a trabalhar para a Marvel e para a DC ao mesmo tempo!
    E ainda teve tempo para criar um herói novo para cada uma. Espectacular!
    Tá na tribuna de ouro dos comics norte americanos para mim! A "Morte de Gwen Stacy" é um momento memorável...
    ;)

    ResponderEliminar
  10. Belo texto! Conway é um roteirista fabuloso... seu run em ASM é antológico! Um dos melhores roteiristas que o Aranha já teve, e claro, um dos melhores roteiristas de todos os tempos...

    Salve Conway! :)

    ResponderEliminar
  11. Wendell
    Também tens razão! Li excelentes estórias dele em Amazing Spider-Man. E lendo os comentários para cima já sabem qual o arco que eu gosto mais!
    ;)

    ResponderEliminar
  12. Os escritores de hoje parecem mais interessados em criar histórias polêmicas do que em criar boas e diverstidas histórias. Pouca gente hoje conseguiria escrever histórias envolventes e emplogantes como eram as boladas por Gerry Conway.

    ResponderEliminar
  13. JJ Marreiro
    Não deixas de ter razão em muito do que dizes. As estórias de super-heróis para se afirmarem actualmente num registo mais adulto têm vindo a descurar a aventura e a diversão.
    O que é pena, pois uma das componentes deste tipo de estórias é mesmo a diversão! O Aranha nunca mais foi tão engraçado como era antes... tornou-se sisudo e pesado!
    :\

    ResponderEliminar

Bongadas

Disqus Shortname

sigma-2

Comments system

[blogger][disqus][facebook]