quinta-feira, 24 de março de 2011

A Banda Desenhada e a Crise


Desculpem, mas este post vai ser um pouco longo… de vez em quando dá-me para isto!
Estamos em época de crise, é verdade… mas relativamente à BD traduzida para português a crise já vem de há mais tempo.
Culpados? Bom, podem-se apontar bastantes. Aqueles mais facilmente apontados como principais culpados pela crise da BD são sempre os mesmos: o público comprador!
Mas será que são os únicos culpados? Bem, eu acho que não!
Posso apontar editoras, lojas da especialidade, lojas genéricas, distribuidores…
Espero que neste artigo não me digam, devido às minhas boas relações com ASA, que estou a defender a camisola! A minha camisola é a da BD, seja editada pela ASA, Vitamina BD/BD Mania, Kingpin, Polvo, Booksmile, Booktree, Gradiva entre outras. Agora que eu penso que a ASA é a única que na realidade tenta empurrar esta arte para a frente, é verdade! Com a sua experiência, e contactos no estrangeiro, talvez tenham mais facilidade!
Não falando das editoras mais pequenas, ou que editam pouca BD por ano, não lhes posso exigir mais do que já fazem. Mas destas já falaremos. A Polvo está direccionada para outro tipo de edições, ou seja, autores portugueses, por isso estará noutro capítulo deste artigo também.
Agora, e embora goste bastante do Pedro Silva (editor Vitamina BD/BD Mania), onde estão as suas edições? A sua política editorial trouxe grandes obras da melhor BD que neste momento se faz na Europa e nos EUA, mas desde há dois anos que a produção editorial destas duas editoras se vai perdendo no tempo! O ano passado então foi desastroso em número de publicações… A política de editar apenas o volume seguinte quando o anterior já se pagou é muito perigosa, sobretudo para uma editora que aposta sobretudo (se não totalmente) em co-edições! Existe sempre uma janela para a edição do livro seguinte, quando se perde esta janela é complicado, comercialmente, editar o seguinte, sobretudo quando a parceria para a co-edição já editou. A juntar a isto, há muita gente que só compra séries quando vê que existe uma vontade inequívoca da editora em completá-las. Assim temos excelentes séries paradas no tempo apenas com o último volume para editar… ex: Universal War One e Korrigans! Ainda juntando a isto, a distribuição destas editoras deixa muito a desejar, e para cúmulo na própria loja já aconteceu não terem o livro desejado pelo comprador! Isto quando o único sítio certo para comprar os livros desta editora era na sua própria loja! A distribuição é difícil? Sim! Os distribuidores são autênticos vampiros exploradores do trabalho dos outros? Sim! As livrarias levam couro e cabelo para terem os livros que são novidade em primeiro plano? Sim? As livrarias tratam mal a BD? SIM! Então o que estamos à espera para um ter um site de vendas em condições? Para assim poderem vender para todo país sem sair da nossa própria livraria? Então porque não fornecemos press releases do que vai sair, a todos os agentes que os podem publicitar na internet? Sim, porque é publicidade de borla! E não se percebe o porquê de manter um site que não é amigo do utilizador! Antes pelo contrário… Vamos lá a publicitar minimamente em condições os nossos livros! Eu sei que não há dinheiro para a televisão e outros mass-media, mas existe bastante gente que não se importa de o fazer de borla!
A Gradiva tem uma política no mínimo estranha em relação à BD… Tem séries de tiras cómicas de qualidade, como Calvin & Hobbes, em que editou vários livros, mas em que não interessa muito a continuidade, e de resto (desculpem-me) só faz asneira! Quer dizer… A série Largo Winch foi maltratada por várias editoras, mas a edição mais estranha pertenceu mesmo à Gradiva em que edita o Vol.6 da série e de seguida “espeta-lhe” com o Vol.15… depois temos a “História do Universo em Banda Desenhada – Vol. I “ com três volumes editados no estrangeiro, mas aqui apenas um… continuamos? Não. Editamos outro livro do mesmo autor: “História da Humanidade em Banda Desenhada -Da Alvorada da China à Queda do Império Romano Vol.1”! Confiança = 0 … já para não falar no boato de que não irão editar o Vol. 3 do Eternus 9 (mas para mim é ainda apenas boato…).
A Booktree editou uma catadupa de títulos há anos, mas apenas os nº1, é provavelmente a maior colecção de nº1 do mercado (visto percentualmente) em relação ao número de séries editadas.
Para mim foi um grande falhanço de organização, visto ter saído quase tudo ao mesmo tempo, embora nesses títulos houvesse séries de grande qualidade! Neste caso acho que houve mais “olhos que barriga” e a coisa correu mal…
Devir… parou, prometeu que arrancava com inúmeros bons títulos e depois desapareceu… arrancou novamente com a edição de dois ou três livros, mas parou outra vez…
Agora eu pergunto… onde está a confiança do comprador? Sim, para haver confiança neste momento as editoras têm de investir agora, para colher depois! E têm de ter capacidade financeira para, pelo menos, editar dois livros, mesmo que o primeiro não tenho sido o “hit” pretendido!
A Booksmile entrou com força o ano passado, com grandes tiragens de uma série de culto (Scott Pilgrim) editando simultaneamente os dois primeiros números. O terceiro foi editado há pouco tempo! Vamos a ver! Pelo menos publicidade, e exposição em quantidade, nas livrarias, tem tido…
Assírio & Alvim e Bizâncio continuam o seu bom papel numa cota de mercado em que têm grande peso e sucesso: Cartoon! Nada a dizer, apenas que não é o meu género favorito…
A ASA tem feito um grande esforço para editar em quantidade e qualidade. Para isso tem tido uma parceria frutuosa com o jornal “O Público” onde edita livros e séries que seriam quase impossíveis de editar neste momento sem ser desta maneira. Para além disso tem o seu próprio catálogo em que têm sido editadas novidades e algumas continuações. As continuações não têm saído com a cadência que os leitores apreciariam, e claro, por vezes sai uma continuação de uma série que não iniciamos… outras vezes reedições que não desejamos ou no formato que não queremos!
De notar a aposta em força na linha Manga, que não tem falhado nem um milímetro (excepto o malfadado Dragon Ball Vol.2) no seu planeamento.
Já agora… a ASA abriu a porta a autores portugueses… mas não percebo (ou se calhar até percebo…), porque não saiem os volumes seguintes!?
Nestes últimos dois anos tenho de dar os parabéns à ASA!
A Kingpin também está de parabéns por outras razões. O seu catálogo de produtos estrangeiros está a dar os primeiros passos, mas ao nível nacional têm editado com muita qualidade! A “Fórmula da Felicidade” foi do melhor que se fez, ao nível nacional, nos últimos anos. Este editora possui uma série de autores, que se pode dizer perfeitamente, de qualidade e que têm uma faceta pouco comum em relação à normalidade: trabalham! Esperam-se, este ano, mais novidades da Kingpin! Venham elas!
A Polvo segue o seu caminho, devagar, apostando claramente em autores portugueses menos conhecidos, e num estilo mais alternativo (sem ser aquele alternativo que mete medo ao leitor comum…), mas para a dimensão desta editora acho que não se pode pedir mais. Para além disso têm publicado livros muito interessantes como foi o caso do livro do Paulo Monteiro “O Amor Infinito que te Tenho" e o livro “Hans, o cavalo inteligente” de Miguel Rocha.
A Pedranocharco praticamente já não edita… O BD Jornal só sai em eventos grandes de BD, quanto ao resto dos títulos de Banda Desenhada andam quase a zero…
Falando das editoras em geral, existem três tipos relativamente à divulgação na internet:
Ou mandam tudo o que sai sem que ninguém lhes esteja sempre a pedir: caso da ASA
Ou mandam aquilo que se lhes pede (o que não é mau de todo…): casos da Kingpin e Booksmile.
Ou pura e simplesmente não mandam ou têm alguma resistência a mandar por falta de tempo: Vitamina BD/BD Mania.
Ou pura e simplesmente se estão a borrifar no assunto e nem respondem a uma pessoa que lhes quer fazer publicidade de borla: Caso da Gradiva e da Devir.
A Devir neste caso bate todos, porque responderam … er… tipo malcriado! Bem Hajam!
Como estão a ver até divulgação de borla é difícil! Culpa dos leitores? Não… às vezes nem sabem que saíram os livros! Espectacular!
Lojas… qual é o papel das lojas no meio disto tudo? Bem, as livrarias generalistas, fora raras e honrosas excepções, tratam a Banda Desenhada abaixo de cão (e eu gosto de cães). Dói-me o coração quando entro nestas livrarias e os livros de BD estão no canto com menos visibilidade da loja, ainda mais escondidos que os livros de ilustração infantil! Por vezes têm a criminosa mania de juntar BD com livros infantis… pois um miúdo de 5 anos puxar de um livro do Manara é espectacular! Sim, porque estava ao lado da “Pequena sereia”…
Depois temos a FNAC que deixa os bimbos conspurcarem os livros de BD, enquanto os lêem a tomar o café, e o pastel de nata dentro da referida livraria… Na FNAC é raro encontrar um livro novo à venda… nem em segunda mão… aquilo já vai na quinta ou sexta mão! Então se for um livro do Manara, irá com certeza na vigésima mão!
Livrarias generalistas: CULPADAS!
As livrarias da especialidade estão com dificuldade na sua generalidade. São as pessoas que fazem encomendas de importados e depois não aparecem para ir buscar o produto (ou seja não pagam…), são as lojas virtuais que fazem grandes descontos sobre o preço de capa e dificultam a venda de importados, são as distribuidoras que não põem os livros atempadamente nas lojas…
Quanto ao primeiro item eu acho fácil de resolver… para encomendar um importado teria sempre, o comprador, de deixar um valor de caução, ou mesmo o valor do livro. Para além disso as nossas lojas já deviam ter uma lista negra conjunta dos clientes que não pagam. Isto impediria que andassem a dar prejuízo um pouco por todo o País.
Mas as lojas queixam-se da falta de clientes… O que é que estão à espera para se unirem todas e começarem a ter animação, autores, pequenas sessões de cosplay quando sai um novo livro de manga, por ex., e isto ir circulando entre todas as lojas, mas bem organizado? As lojas dão-se mal umas com as outras? Estes tempos não se compadecem com estas guerrinhas frívolas…
Já agora (lembrei-me agora) porque é que uma loja da especialidade como é a BD Mania só vende livros das duas editoras da casa? Não vejo lá livros da ASA, Kingpin, Gradiva, Bizâncio, Polvo… etc.… Porquê? São uma livraria da especialidade ou não!?
Festivais… Adoro Beja! Pela simplicidade, pelo à vontade, pela simpatia, e descontracção, e pela organização desorganizada! Dá prazer ir a Beja!
Amadora é um festival com bastante mais responsabilidade, e em que os seus representantes vão a Angôuleme todos os anos… Porque é que não aprendem um pouco lá? A parte comercial é a mais importante neste festival francês, cá escondem as lojas, não vá algum “ganda maluco” lembrar-se de comprar um livro! Os focos de interesse de Angôuleme estão todos a uma pequena distância, onde podemos circular a pé sem nenhum problema, na Amadora eu nunca visitei nenhum pólo satélite ao festival, porque teria de ir de carro para tal, sujeito… enfim algumas zonas são pouco recomendáveis… Lamento mas é mesmo assim!
O Amadora BD está a estagnar, o público está a desaparecer (ao contrário de Beja que aumenta todos os anos, e fica longe - imaginem se não ficasse), e acho que os responsáveis do ainda maior Festival de BD feito em Portugal, devem pensar bem no que estão fazer! E não me venham com estórias de que vem muita gente durante as três semanas… Estão a contar com os putos das escolas que não vão fazer lá nada… este ano eu vi! Os miúdos vão a reboque de um professor, com pressa de se ir embora, porque não vê “um boi” daquilo, e quer é desaparecer, e os miúdos não têm tempo para ir às lojas! EXACTAMENTE AO CONTRÁRIO DE ANGÔULEME! Lá os professores param, e no fim da explicação da exposição mandam os miúdos para as lojas!
Já agora… as sessões de autógrafos andam a chatear tanto as pessoas que querem um autógrafo, como os próprios autores e editoras… Organizem-se! Se precisarem eu trato da organização dessa parte, não me custa nada!
A distribuição, bem, penso que esta parte é o cancro maior disto tudo! São caríssimos, e depois não fazem o trabalho, ou seja distribuir os livros de BD. Um distribuidor já me disse que não gosta de distribuir BD porque os livros arrumam-se mal na carrinha, para além de serem mais pesados que os outros!!!!!!! A estes eu chamo-lhe PARASITAS!!!!
Como vêm há falhas em todo o lado (e algumas delas muito graves), para a BD andar para a frente as editoras deverão falar umas com as outras, pensar se será viável edição conjunta para livros especiais, por exemplo, e as lojas têm de organizar entre si esquecendo rivalidades e inimizades antigas! A BD merece isto, assim como merece que as lojas da especialidade sobrevivam neste país…
Enfim têm de tornar o produto o mais visível possível, e com a melhor qualidade possível!
Temos de pôr os portugueses a comprar! Para isso editar, divulgar, promover, e organizar a venda!
E muita divulgação!
E quanto a divulgação da BD que por cá se faz ou edita é de louvar a postura da Bedeteca de Beja que com um elevado dinamismo consegue manter um programa mensal bastante rico em actividades, e a câmara de Moura que com um orçamento diminuto consegue novamente ter o seu Salão activo. Gostaria que outras Bedetecas com mais responsabilidade por se localizarem em centros populacionais bem maiores fizessem pelo menos metade!
Já agora e em relação à BD alternativa que por cá se faz e alguma importada não vou falar, porque já disse o que penso sobre isto num outro post: Comercial Vs. Alternativo
Desculpem o tamanho deste post… mas há muito tempo que não fazia um assim!
:D
Já agora queria deixar uma palavra de apreço pelo projecto Zona que tem feito um trabalho inestimável na BD feita em língua portuguesa, e no qual já tive o prazer de colaborar!
Parabéns!
E já agora prometo que este blog vai andar mais activo do que nunca, porque a BD merece!


Boas leituras

51 comentários:

  1. Uma coisa a adicionar é que não existem "livrarias especializadas em BD" em Portugal (bom, talvez a Dr. Kartoon), existem sim livrarias especializadas em COMICS!

    Queres comprar um franco-belga? Só na FNAC ou na Dr. Kartoon! Queres comprar um mangá que não esteja editado nos EUA? Em francês ainda se acha nas duas acima, em espanhol na BD Mania, em japonês (algo relativamente simples de se obter na França ou mesmo no Brasil - e há demanda porque os otakus adoram aprender japonês!) em sítio algum. Queres um fumetti italiano tipo Tex (que tem um público fiel em Portugal)? Morra a pastar porque NENHUMA livraria portuguesa os tem!

    É essa a escória que chamas de "livrarias especializadas"? Eu consigo te arranjar qualquer BD do mundo por meus próprios meios (leia-se internet) com MUITO mais facilidade que esses gajos - e mais barato no caso da anglo-americana, especialidade nominal deles.

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  2. Olá Nuno, sobre a análise que fazes, concordo com algumas ideias, discordo de outras, sou mais optimista numas coisas e menos pessimistas noutras. Começo logo discordar sobre a própria crise na BD. Não acho que exista assim um panorama tão mau na cena portuguesa. Se olharmos para os últimos dois anos (2009 e 2010) então esse fantasma da crise deve estar escondido dentro de alguma gaveta!
    A ASA tem editado de uma forma regular e apostado em vários públicos. Os 81 títulos editados ao longo de 2010 traduzem-se numa média de 6 por mês, o que convenhamos que aqui para o nosso mercado é muito bom. Tem feito um bom trabalho e não posso deixar de o reconhecer, sobretudo na excelente parceira com o jornal Público, apesar das colecções editadas nem sempre irem ou corresponderem às minhas expectativas. Mas também devo lembrar que a ASA também tem as suas falhas, e um exemplo disso foi recentemente lembrado por um leitor deste teu blogue quando perguntou para quando pela continuação do Astroboy, dado que o último volume editado desta colecção data de Agosto do ano passado! É que como tu bem disseste neste teu artigo “...há muita gente que só compra séries quando vê que existe uma vontade inequívoca da editora em completar a série”. Por vezes no melhor pano cai a nódoa!

    Continuando, considero que foste injusto com a VitaminaBD/BDMania. É verdade que estas editoras não primam por uma regularidade de edição, também não é menos verdade que há colecções à espera de serem concluídas e não serve de desculpa o facto deste pecado ser comum a todas as restantes editoras portuguesas, mas perguntas onde estão as edições desta editora? Isto dito assim parece que não publicam faz anos, pelo que chamo a atenção que a VitaminaBD editou no último trimestre do ano passado dois álbuns de Hermann – o regresso de Bernard Pince com Ameaça sobre o Rio e o último de Jeremiah intitulado o Gatinho Morreu? – e ano anterior, em 2009, deu à estampa títulos como Marvels, Matteo, O Diabo dos Sete Mares e As Armas do Metabarão. Agora concordo que falha na distribuição, nas vendas on-line, etc Mas também dá-me um exemplo de uma editora que não falhe? A própria ASA tem em stock álbuns que não encontras hoje nos escaparates das livrarias e que depois na feira do Livro de Lisboa ou no AmadoraBD se acumulam nas prateleiras de venda!!! Que estranha politica é esta? Resignado digo que é a nossa mentalidade.

    Sobre a Gradiva eu só posso ajudar no atirar de pedras. Uma palavra para estes editores: miseráveis! Quanto ao 3º volume do Eternus 9, posso dizer porque foi confirmado pelo próprio autor Victor Mesquita, que a Gradiva abandonou o projecto para edição deste álbum e como tal não deve existir Eternus 9 – Cidadela 6 tão cedo.

    As pequenas editoras (Polvo, Kinpin, Booksmile) seguem lentamente o seu caminho e mais não se lhes pode exigir. Acho!

    Quanto à divulgação das obras, o trabalho é sem dúvida feito por gente de boa vontade e de espírito altruísta através de blogues e fóruns, porque se excluirmos isso ficamos com um enorme vazio de informação. Mais uma vez resigno-me à mentalidade portuguesa de não apostar na internet e nas suas plataformas de comunicação como um canal privilegiado de divulgação.

    Quanto às livrarias, também aqui não concordo com a avaliação que fazes da FNAC. Pessoalmente se não fosse na FNAC (e passe a publicidade) não saberia onde comprar as últimas novidades. Esqueçam as Bertrands e afins, porque eu por experiência própria digo BD é na FNAC!

    Festivais. O de Beja está em grande. Comparando
    os festivais da Amadora e o de Beja nas edições do ano passado, digo isto porque marquei presença nos dois, o FIBDB bateu implacavelmente o AmadoraBD. 15 a zero!

    E para concluir a haver crise (eu sou daqueles optimistas que não a vê) quem são os culpados? Não sei quem são, mas sei quem não são. E esses são o público comprador! Porquê? Porque é o único que cumpre com o que se espera dele: que compre BD! Aqui a existirem culpados é a grande maioria do povo português que não lê/compra BD!
    Abraço

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  3. Hunter
    Chamo-lhes livrarias especializadas porque apenas vendem Banda Desenhada e merchandise que roda à volta da mesma!
    Não conheço muitas das lojas especializadas, apenas três: BD Mania, Central Comics (O Lobo Mau) e a Kingpin.
    Posso dizer que a BD Mania vende Franco-Belga (infelizmente só das editoras deles como referi), a Central Comics vendia Franco-Belga (agora como "O Lobo Mau" não sei) e a Kingpin não tem mais na prateleira porque os livros muito dificilmente lá chegam!
    Mas tens razão... o forte destas livrarias é o mercado norte-americano! Tanto em comics como em Manga (em inglês). Mas dito pelo Hugo Jesus da Central Comics, os livros traduzidos para português vendem mais que os mesmos em inglês! O problema é que existem poucos na nossa língua!
    Infelizmente...
    De qualquer maneira acho pesado estar a chamar escória às nossas lojas! Penso que na sua maioria deviam trabalhar melhor e em conjunto umas com as outras, mas isto é só a minha opinião!
    Aliás, todo o artigo em cima expressa apenas e só a minha opinião, como tal passível de ser rebatido.
    ;)

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  5. Verbal
    Quando falo em crise, é porque apenas uma editora edita bastante, e as outras contam-se pelos dedos os livros que mandam cá para fora... para além disso o número de livros por edição é bastante baixo!
    No caso do Astroboy, a ASA tinha prometido três volumes a serem editados o ano passado (já fiz a pergunta, se iriam editar Astroboy este ano), assim como para o Dragon Ball a ASA garante salvo erro 26 volumes (também posso confirmar).
    E é claro que a ASA também falha, todos os que trabalham afincadamente nalguma coisa acabam por falhar, e muitas vezes mais que os outros!
    Em relação à Vitamina BD o que eu acho, para além de distribuições e métodos de venda deficientes, acho que o ano passado foi para esquecer em matéria editorial! Quantos livros editou o ano passado? 4? 5? 6? E há dois anos, chegaram a ser mais de 10? Desculpa acho pouco para uma editora que queria fazer a diferença, e que até conseguiu em anos passados, onde editava grandes obras diferentes do habitual! Agora não... infelizmente, e tenho O Universal War One bem atravessado na garganta! Custa-me dar razão a alguns detractores da BD em português, mas com certeza irei comprar o livro em inglês, assim como a Casta dos Metabarões em Inglês, assim como comprei o 2ª volume do O Samurai e o Skydoll Spaceship em inglês, e infelizmente o Korrigans não existe em inglês...
    O que é que queres que eu diga? Isto já para não falar na cena do Hermann sozinho em Beja o ano passado! Lembras-te? Ao fim e ao cabo é um autor dessa editora e não estava lá ninguém da Vitamina BD! Acho que o deveriam ter acompanhado... Gostaria imenso que o panorama mudasse para o lado desta editora! Sim porque gostei muito de muitas das séries editadas por eles.
    Quanto à FNAC é certo que vendem livros e dão alguma visibilidade à BD, mas isto também depende da FNAC... há umas melhores que outras... Quanto ao resto continuo a ser contra as salas de leituras dentro das livrarias, recuso-me a comprar livros em 2ª mão a preços como se fossem novos! Quanto à quantidade de livros em si que eles apresentam para venda, não tenho nada a dizer! Só sou contra estes leitores bimbos, que em vez de comprar o livro leiam-no no respectivo bar enquanto bebem o cafézinho... desculpa mas hei-de ser sempre contra isto! Eu quero livros novos, não em 2ª mão... para isso prefiro comprar nos leilões do Miau!
    Quanto a culpados, é claro que a mentalidade portuguesa é a principal culpada, ou seja os compradores. O objectivo do post foi apenas dizer que não são apenas os únicos culpados, e é claro que tudo isto é uma "pescadinha de rabo na boca"... mas tudo o mundo que vive dentro e à volta da BD deve fazer com o número de compradores suba, sim porque tempos houve em os portugueses comparavam muita BD! E estes ainda não morreram, então só temos por todos os meios de lhes despertar o "bichinho" outra vez!
    :)

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  7. Verbal
    Já agora, e para quem não saiba, Os Guardiões de Maser já tem publicado em França no ano passado o seu 8º volume. É sabido que esta série foi um dos grandes sucessos da Vitamina BD... Bem, também só foi editado em Novembro, penso eu! Mas esta é outra que eu não gostaria de ver abandonada...!
    Quanto à edição da Marvel Sky-Doll Space Ship engloba Sky Doll Space Ship 1-2 e Sky Doll: Lacrima Christi 1-2, ou seja, um livro de 152 páginas! Infelizmente é no formato americano...
    ;)
    ;)

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  8. Bem, finalmente alguém se resolve a partir pedra! Boa, Bongop!

    Quanto ao que me toca, pela Pedranocharco, devo dizer que o esforço de editar dois BDjornais por ano, chega para me "comer" boa parte do que ganho... como designer gráfico. Mesmo assim arrisquei editar o Dicionário Universal de Banda Desenhada, do Leonardo De Sá, que até nem está a vender muito mal. Felizmente o mercado brasileiro está a comprar cada vez mais BDjornais e até Dicionários (e mesmo algumas colecções completas do BDjornal, do #1 ao #26 - o #24 está mesmo totalmente esgotado), compras online, obviamente, pagas antecipadamente em paypal. E este ano vou arriscar mais um poucochinho, para tentar chegar ao fim do ano com 2 BDjornais + 2 livros de BD. Vamos ver se dá, ou se vou ter que andar pedir esmola (não tenho a Leya por trás, não é?).

    Quanto ao que dizes e aos comentários entretanto postados, devo dizer que fazem uma análise quase correcta do que se passa. Mas devo acrescentar que o grande problema continua a ser (e cada vez mais, na proporção directa da queda de vendas) a falta de estruturação do sector. E isto simplesmente porque nem editores nem livreiros estão para aí virados. Por exemplo, quem é que consegue saber um dado essencial para qualquer tipo de industria/comércio: quantos livros de BD se venderam em 2010? Ninguém dá palpites, ninguém fornece dados, porque "o segredo é a alma do negócio" o que é absolutamente errado. Vejam os relatórios anuais da ACBD - a Associação de Críticos de Banda Desenhada em França: está lá tudo - quantos livros se editaram, quantos se venderam e até (coisa completamente impensável em Portugal) que verbas foram geradas! Assim, vamos atirando títulos ao calhas, de vez em quando, sem se saber o que vende ou não, quais são as apetências do público, etc...

    A Maria José Pereira, da Asa, disse-me em conversa, que para se recuperar da cada vez mais reduzida venda de livros de BD, "o que é preciso é apostarmos na mangá"!!! Não discordo, até porque ando a dizer isso mesmo à anos e fui o primeiro - e até agora único, se não contarmos com as revistas e fanzines - a editar mangá portuguesa. Mas alguém me sabe dizer o que se vende realmente de mangá neste país?

    É muito bom, quanto a mim, que se comecem a discutir estas coisas! Continuem, se fazem o favor! Vou colocar uma chamada no Kuentro para esta discussão.

    Saudações bedéfilas a todos,

    Jorge Machado-Dias

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  9. Verbal
    Já agora uma "achega"...
    Vou colar uma coisa que disseste num outro post meu e que contradiz o que comentaste agora:

    "Obviamente que concordo que a culpa é inteiramente das editoras portuguesas. Quantos exemplos de séries existem onde os leitores/coleccionadores portugueses estão pendurados? Assim de repente lembro-me da Gradiva (Largo Winch), VitaminaBD (Metabarões), ASA (XIII entre muitos outros) ou Bonecos Rebeldes (Príncipe Valente) e começo a pensar que até a mais recente Booksmile (Scott Pilgrim) caminha igualmente pelo mesmo caminho."

    Afinal... a culpa é de quem... dos "não compradores" ou das editoras?
    :P

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  10. Jorge Machado-Dias
    Obrigado por ires pôr uma chamada de atenção no teu blog para esta discussão! Acho que esta é uma discussão importante e eu gostaria de ver aqui muita gente dar a sua opinião, até porque eu sei que muitos intervenientes na BD até costumam vir de vez em quando ler as minhas "postas"!
    Também gostaria de saber na realidade o que vende, e quanto é que vende! Para mim seria curiosidade, mas para muita gente verdadeiramente ligada ao meio da BD seria na realidade importante penso eu... sim porque eu sou apenas um leitor que de vez em gosta de "botar faladura" sobre estes assuntos...
    Em relação à Manga, acho que sim, que se deve apostar, mas a Manga é apenas uma faceta da BD. Existem as outras e para o país ser saudável em termos de BD necessita que todas as vertentes estejam a funcionar bem! A Manga está na mó de cima por causa dos Animes, mas não esquecer que quem vê os animes baseados em manga normalmente são crianças e adolescentes. Os adultos serão quem tem de comprar esta nova (em Portugal) vertente da BD que começa a aparecer nas estantes das livrarias portuguesas em português! Ou seja, o melhor é cativar também os adultos, pois existem muitos títulos de Manga mais adulta e de muita qualidade! Isto potenciaria a venda dos títulos Shounen e Shoujo (para adolescentes).
    :)

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  11. Já agora, deixem-me esclarecer uma questão: concordo inteiramente com a inépcia das distribuidoras, até porque, tendo sido vítima delas, acabei por optar pela distribuição via CTT, que é muito mais barata. Mas o problema nos custos não é das distribuidoras. Estas cobram normalmente 20% do preço de capa por cada livro distribuído e vendido, mas os livreiros cobram a fatia de leão: FNAC 40%, Almedinas, Bulhosas e quejandas 50%, Bertrands 60%!!! Como é que um editor sobrevive, no caso das Bertrand (20% para o distribuidor + 60% para o lojista) com 20% de cada livro? Quem é que paga à gráfica e aos autores? E o editor trabalha para aquecer?

    O cancro do mercado do livro em Portugal é, indiscutivelmente, originado pelos livreiros, não haja qualquer dúvida sobre isto!!!

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  12. Faltou-me dizer que o livro de BD, que quando a cores tem a produção mais cara que todos os outros, é indiscutivelmente a grande vítima do autêntico crime que os livreiros estão a cometer com as suas absurdas exigências financeiras.

    Basta dizer que o BDjornal, para sobreviver, mais ou menos confortavelmente, teria que ser vendido pelo dobro do preço actual. E quem o comprava?

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  13. Derixo aqui o comentário que deixei no fórum do Centralcomics:

    Depois de vários anos expectantes acerca dos lançamentos de bd em português, depois dum longo vazio de lançamentos, cheguei ao ponto do conformismo. Se quero ler bd, não vou acreditar nem esperar que a, b, ou c lance por cá. Compro importados.

    Além de conformismo, aceitação da situação actual, apesar de a lamentar. Sei que as editoras todas estão sem dinheiro, e que provavelmente do pouco (algumas quase nada) que publicam, não devem ter grandes receitas. E do pouco que sai, compro o que me interessa e daquilo em que confio. Confio na Devir relativamente a Sin City - só falta 1 volume, mas não confio relativamente a Walking Dead. Da Asa quiçá venha a comprar Yu-Gi-Oh do qual espero que concluam pelo menos o 1º arco - 7 volumes, mas não confio em Dragonball, e irei comprar os volumes da série Asa / Público que me interessam.

    Quanto à Asa, que faz parte dum grande grupo empresarial, acredito que as coisas vão avançando a um ritmo cuidadoso mas regular. Da Devir já só espero duas coisas - que lancem o último volume de Sin City, e que continuem a lançar 1 Hellboy por ano em co-edição com a G-Floy. Quanto a BDManias e outras editoras, já nem me lembro delas.

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  14. Distribuição: 20%
    FNAC: 40% - Outras 50% - Bertrand 60%

    Porra!!
    Com preços destes, compreende-se bastante o preços que os editores colocam nos livros. E neste momento, não estou só a falar de BD.

    ----

    Eu sou consumidor. De produtos finais. Detesto ficar com séries interrompidas (tenho 5 WAO atravessados na garganta). Lamento pelas editoras, mas comprar, só quase tendo a certeza que a série sai na totalidade. Ou pelo menos, arcos de história completos.

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  15. Jorge Machado-Dias
    Quando falei em distribuidores nem falei da grossa fatia que levam para os distribuir, sim porque o problema é que as editoras lhes pagam regiamente para fazer o seu trabalho e depois os livros ficam nos armazéns... isto já para não falar que recebem sempre o mesmo, sejam os livros vendidos ou não! Por isso lhes chamei de parasitas!
    Quantos aos livreiros, depois de ver as percentagens que apresentas só lhes posso chamar outro nome, ainda mais feio... por isso não o vou escrever!
    :(

    Reignfire
    Em relação ao Dragon Ball posso dizer que existe um número certo de livros contratados, penso que 26, e depois disso logo de vê!
    Quanto à Devir, não me alonguei muito porque é-me difícil ser imparcial. Quando lhes mandei um mail disponibilando-me para fazer divulgação dos seus livros a resposta foi malcriada e desrespeitosa, isto para uma pessoa que se dispôs a fazer essa divulgação de borla e bem melhor do aquilo que eles fazem! Por isso nem vou falar mais dessa editora!
    :D

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  16. PCO69
    Eu sabia que esses dois actores deste teatro levavam a parte de leão, mas não sabia quanto... É impressionante não é?
    Os que menos fazem são os que mais ganham...
    Eu compro sempre em português, se por acaso a série for interrompida, bem... completo em inglês se houver!
    :(

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  17. Boa tarde, Bongop (e demais leitores)... depois de ler este post (três vezes!) vem-me à memória uma entrevista do Frank Miller há uns anos em que dizia que "todos nós nesta indústria temos de agradecer ao Art Spiegelman por pôr os comics[eles não distinguem formato isto ou aquilo, BD lá é só comics...] nas livrarias"... se calhar os nossos autores ficavam felizes em ser distribuídos em quiosques!
    O que me leva ao tema "comics". Eu gosto! Reparei que tu não. Muitos dos comics que tenho nem os selos do preço lhes tirei. São um marco 'histórico' da loja e do valor do dinheiro na altura em que esse comic nasceu. A publicidade lá dentro é outro marco sociológico. E esse formato permitiu-me experimentar (por valor inferior a um maço de tabaco) autores ou abordagens que eu não arriscaria se tivesse de comprar todo o TPB. Quanto à qualidade, tenho muito Dark Horse e Marvel em excelente papel... e tenho muito DC e Marvel que nem para embrulhar castanhas, confesso. Mas... vocês releêm muita BD? Com a quantidade de coisas novas todos os dias? Haverá muita BD que tenha de perdurar como objecto? Esta será uma parte 'truculenta' da questão... Mas se eu tivesse uma boa estória para contar, preferia vê-la dividida em 'fatias' de menos páginas, a custar menos do que um maço de tabaco, e a ser distribuída como a revista Maria e o Jornal de Notícias que chegam aos confins da Lusa Pátria diariamente! Como os espanhóis também fazem... mesmo que tenham o seu mercado de albuns na mesma! Maioritariamente para os traduzidos. E falando de traduzidos (penso que foi o 'arranque' do teu post); há pouco ofereci a uma amiga um arco completo de uma estória do Dufaux (4 albuns) em espanhol, que me custou só mais meia dúzia de euros do que os dois que foram editados aqui me custariam. Como é que a Planeta espanhola consegue o que aquela editora [que eu pensava ser daqui do norte, mas com sede em Alfragide, e que tem na secção de BD aquela Srª que esteve naquela outra editora que em 2003/2004 reimprimiu grande parte do seu catálogo e entrou em falência em simultâneo. Sendo esses livros depois vendidos em grandes cadeias livreiras a UM EURO E MEIO e a TRÊS EUROS, e que ainda hoje por aí surgem fazendo as delícias dos alfarrabistas especuladores! -alguém falou em CRISE nessa altura? - ] portuguesa não consegue? Bem... em Madrid controlam o castelhano do globo todo. Nós temos agora alguma hipótese com o acordo ortográfico! Que reparei que também não gostas. Eu, como qualquer velho do Restelo (não, não sou do Restelo, sou doutras latitudes) também sou "avesso" a essas mudanças. Mas a língua evolui. E tenho de admitir que se um editor contar com um mercado de 300 milhões em vez de 10 milhões... poderá pôr o produto na rua de uma forma mais acessível.
    Porque as pessoas leêm! Maioritariamente os jornais gratuítos, no metro (e autocarro e comboio). Não temos hábitos de leitura? Não vêmos é pessoas nos transportes publicos, por exemplo, com objectos de luxo de 30 a 40 euros, para lerem aos encontrões e estragá-los!
    Estará a tua opinião contra o acordo ortográfico a pôr em causa o acesso à cultura das gerações vindouras? Estarei eu, ao recusar-me a dar 30 euros por um livro (BD ou não) a contribuir para o mesmo buraco? (É... ainda não li o "Mu" por causa disso!).
    As percentagens altas dos vários intervenientes no comércio livreiro não serão iguais em todo o planeta? Será isso que leva à crise?
    Quanto aos autores nacionais... prefeririam ser distribuídos em quiosques, num formato de meio jornal? Ou só em album? Que é que eles pensam? Tu também és autor agora. Editaste num tipo de publicação (com vários autores, várias estórias) que a mim nunca me cativou. Nunca comprei um porco inteiro para comer só a orelha. Mas isto é só UMA opinião, a de UM consumidor final. Porque não fazer um inquérito aos autores? Como o blog "alternative prison" fez sobre personagens?
    Que é que EU, enquanto consumidor final (mas soberano sobre a minha carteira) posso fazer?

    Abraço

    Bastos

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  18. No geral, penso que fizeste uma boa análise daquilo que se passa neste país à beira-mar plantado. Sobre as séries, posso-te dizer que já há muito que desisti de as comprar em português, porque ora sai um volume e o seguinte, quando é o seguinte sairá, algures, lá para as calendas. Por isso, algumas séries de que gosto, compro-as na língua original, pois é a única forma de as ir acompanhando. Penso também que um dos problemas reside exactamente na oferta que é muito pouca e má. Digamos que em termos de editoras (e, como tu dizes e muito bem, os pequeninos não têm culpa disso e fazem o que podem), vivemos quase num monopólio. Mas, quanto a mim o problema maior, reside nos distribuidores e livreiros que são os que investem menos e noirmalmente ficam com a parte de leão. Além de que são aqueles que na publicação de uma obra não arriscam nada. Aí, é que reside um dos grandes problemas no sector, mas, claro, isto é só a minha opinião. Um abraço.

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  19. Olha, Nuno, deste-me um bom exemplo ao falar dos títulos traduzidos. Quantas dessas "livrarias especializadas" vendem títulos traduzidos que não foram elas próprias a editar?

    Das três que eu conheço aqui em Lisboa, apenas uma o faz, a Kingpin!

    Assim não se vai muito longe, não é? Posso entender que não tragam BD em francês, espanhol, italiano ou o que for, mas por que diabos não têm a BD editada em português mesmo?

    E a falta de sentido de oportunidade? Ao pararem de editar BD Disney por aqui, apareceu a possibilidade de importar BDs Disney do Brasil, França ou Itália, todas bastante baratas para os padrões portugueses. Alguma loja o fez? Não! Quando muito continuaram a trazer as edições americanas, todas bem caras. Para comparação, uma Tio Patinhas americana custa 4 dólares por 32 páginas em formato americano (que sai por mais de 4 euros nas lojas daqui!), enquanto a francesa custa 3,50 euros por mais de 100 páginas em formato álbum (com um brinde todos os meses) e a brasileira custa 4,95 reais (menos de dois euros...) por 84 páginas em formatinho.

    Por isso insisto que são na verdade livrarias especializadas em comics, não em BD!

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  20. Bongop, desculpa lá, mas as distribuidoras não cobram pelos livros que não vendem - estes são devolvidos, às vezes em muito mau estado, claro.
    E não estou a defender as distribuidoras. Mas temos que ser claros e a verdade deve ser dita.

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  21. A.Bastos
    Vou dividir a resposta ao teu comentário em duas vezes, porque isto não me deixa publicar tudo junto... diz que tem palavras a mais!
    :P
    Fico contente por teres lido o meu post 3 vezes!!!
    :D
    Há-de compensar com certeza aqueles que começaram a ler e desistiram a meio! LOL
    1º ponto comics! Eu tenho alguns comics, leia-se revistas de BD norte-americana (penso que era a isso que te estavas a referir), e são especiais de alguma maneira. Neste momento não é de maneira nenhuma um tipo de formato que eu compre, prefiro as compilações, mas sei que seria muito importante se os houvesse em quantidade e qualidade pelas tabacarias e quiosques deste país, pois foi assim que eu comecei a ler muita BD devido ao seu preço reduzido! Para os mais novos é um dos formatos preferenciais com certeza! E sim, sobretudo a DC tem um papel muito fraquinho, mas para o efeito também penso que não interessa.
    Quanto a reler, posso dizer-te que releio muitos livros, aliás é bastante normal ter que o fazer quando faço um post! E também posso dizer que sou um felizardo por poder comprar (até ver) muitas coisas diferentes que vão saindo!
    2º ponto, preço dos traduzidos! Considero que para o tamanho das tiragens normais da nossa praça os preços estão muito bons! Outros países podem fazer preços diferentes, ou os mesmos que nós, mas tendo os leitores um nível de vida bastante superior ao nosso, porque lhes fica muito mais barato uma edição de 10.000 ou 20.000 (para não falar de algumas edições de 80.000 ou superiores...). Para existir melhor preço e mais livros terá de haver um público comprador bastante mais numeroso que o existente neste momento. Já agora, atenção... os livros da Meribérica (e de outras empresas falidas) aparecem no mercado a estes preços porque foram comprados a granel por um preço baixíssimo pela Sodilivros, que os põe no mercado a esses preços...
    3º ponto, sou contra o acordo ortográfico por uma razão muito simples: é artificial! Sou a favor da evolução da nossa Língua, mas de uma maneira natural, agora só porque os nossos governantes decidiram que assim era.. bem... sou contra! A 100%! Aliás, nem os brasileiros são a favor (na sua maioria). Portanto é uma mudança artificial, para além disso não percebo porque o país onde nasceu a língua tem de modificar mais que que outro muito mais recente? Não tem lógica, devia ser ao contrário!
    Mas não tenho nada contra o intercâmbio de livros e editoras entre os dois países, antes pelo contrário! Já agora... imaginas os ingleses a terem de modificar a sua maneira de escrever porque os americanos são mais numerosos e falam um inglês diferente? Imaginas os espanhóis a modificarem o seu castelhano porque na Venezuela se fala um espanhol ligeiramente diferente, ou os franceses para adaptar a sua língua ao francês que se fala no Congo? Não, pois não... então porque raio de carga de água é que os portugueses têm que estar sempre de cu virado para os outros!?
    E não penso que ao estar contra esta mudança na minha língua (por ser artificial) possa estar estar a hipotecar o futuro cultural dos meus filhos, nem tu por te ser difícil dar 30 por um livro! Cada um faz aquilo que pode e acha que está certo, desde que não prejudique outros. Eu sou contra o acordo, mas é só a minha opinião! Se eu for sozinho, então de certeza que não terei razão, e não me considero um "velho do Restelo"!

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  22. A.Bastos
    (2ª parte)
    :P
    4º ponto! Falas sobre os intervenientes no processo de venda de um livro e das suas percentagens. Uma parte já está respondido mais acima. Mesmo que as percentagens fossem iguais, o que eu não sei se será verdade, a diferença está numa tiragem de 20.000 exemplares (por exemplo em França) e para o mesmo livro em Portugal tens uma tiragem de 800 exemplares. Se multiplicares isso pelas variadíssimas publicações nesses países, então tens uma margem muito superior de lucro! E não te podes esquecer que tens custos agravados cá, porque tens de pagar à editora que detém os direitos, tens a tradução, adaptação e muitas vezes tens de alterar tamanho de balões! É um custo acrescido que num livro de origem francesa ou norte-americana que eles não têm, como é lógico...
    5º ponto(eheheheh tantos pontos!) Autores nacionais, bom é complicado... não sei o que eles prefeririam! Quanto a fazer um inquérito, é uma boa ideia a reter! Mas eu tenho sempre medo destes "inquéritos", pois muitas vezes não são abrangentes o suficiente para serem reais! Mas posso tentar ver como é que sai!
    ;)
    Tu como consumidor final e pessoa soberana da tua carteira já fazes mais que maioria esmagadora dos portugueses! Compras BD! se houvesse só mais 10.000 como tu, havias de ver como tudo era diferente!
    Já agora, e por enquanto ainda não me considero um autor. A minha participação no Zona Gráfica foi uma aventura da qual eu gostei muito. Quero ver se repito, mas de uma maneira diferente!
    :)

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  23. João Amaral
    Pois, também concordo que os interveniente na distribuição e venda dos livros arriscam zero e levam muito uma percentagem bastante alta dentro do processo, por isso penso que as vendas online seriam uma mais valia sobretudo para pequenas editores que tem dificuldades económicas bastante superiores. E quanto mais pessoas se virarem para a compra de livros na sua língua original mais dificuldades terão as editoras nacionais!
    É uma pescadinha de "rabo na boca"!
    :(

    Hunter
    É como eu disse mais atrás! Apenas conheço 3 livrarias da especialidade: A Kingpin, a BD Mania e a antiga Central Comics (agora "O Lobo Mau"). Destas 3 apenas a BD Mania vende só traduzidos editados pela própria casa. Como disseste a Kinpin vende também livros traduzidos de outras editoras, mas a antiga Central Comics do Porto também os vendia. Como O Lobo Mau não sei... Quanto às outras lojas acredito em ti, pois não tenho razões para duvidar!
    E sim, poderia haver uma aposta nas edições Disney de que falas, não sei se acabaram com elas por serem pouco rentáveis por cá, mas que eram precisas essas ou outras do género nos nossos quiosques, eram! Mas não esquecer que são os pais que as têm que comprar para os filhos, e se estes não aderem tá tudo lixado...
    :(

    Jorge Machado-Dias
    Pensei que (pelos vistos mal...) normalmente os contractos de distribuição eram feitos para todo o catálogo da editora, logo vendessem ou não, o dinheiro estaria certo no bolso do distribuidor.
    Se não é assim, ainda melhor! De qualquer maneira os distribuidores "desprezam" a BD para a maior parte das livrarias, apostando praticamente, e para mim erradamente, apenas nas FNACs. A BD tem de estar, ou deveria estar presente em todas as livrarias!
    ;)

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  24. Quero agradecer a todos os participantes neste discussão, pois o objectivo deste post foi esse mesmo: provocar uma pequena discussão!
    Gostaria que outros intervenientes nestes processos que envolvem a BD também dissessem alguma coisa, pois não tenho na minha posse todos os dados para ser 100% certo nas minhas opiniões e estar a dizer sem querer algumas "alarvidades"!
    Isto para além de poder estar a ser injusto com alguém ou com alguma editora!
    se puderem, digam de sua justiça que eu agradeço! (e provavelmente maior parte dos leitores dste blog!)
    :)

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  25. Vamos por partes 1;

    Editoras;São todas de um modo geral culpadas porque empurram cada vez mais o consumidor para os importados ou scans,devido a coleçoes imcompletas ou mal editadas ou com erros de portugues disfarçados pela hc.
    Perdi a confiança em quase todas elas,depois de inumeros fiascos,a edição de one-shots e co-ediçoes não é a salvação do mercado antes pelo contrario é o calcanhar de Aquiles.

    Livrarias Generalistas;A melhor para o bem e para o mal é a Fnac cujo modelo é tão mau que até foi copiado pela Bertrand,sem as Fnacs o Panorama era muito pior,porque só eles conseguem ter disponivel grande parte do catalogo das editoras com diversos exemplares,em estado mint,claro que vai sempre haver exemplares danificados,mas vão ser sempre mais exemplares em bom estado que em outras lojas.
    Quem não tem bd(s) na FNAC não Existe.
    As Bertrands são aquele paradoxo antiga editora de Bd,é a que mais a maltrata apesar de ter mudado o tratamento em algumas lojas ainda tem muitas que seguem o modelo arcaico,na maioria das vezes tem menos exemplares que a Fnac e sempre em pior condição.

    Lojas especializadas em bds;aqui eu acho utopico pensar em uniao uma vez que concorrem ferozmente umas com as outras só para atrair o cliente,e alguma delas sem excrupulos tentam desviar a clientela com diversos chamarizes,utilizando balanças diferentes enquanto editores e distribuidores.
    Por exemplo actual Mundo Fantasma (antiga Interzona/BDmania Boavista) teve e manteve durante 15 anos uma area de bd franco belga,com ediçoes nacionais e importadas de diversas editoras ja falecidas e algumas novas,só acabou com a area em 2006 tendo actualmente esse material na loja virtual com 50% de desconto.Durante 7 anos deu destaque as ediçoes Devir tendo e mantendo o seu catalogo em Stok.
    Tambem duvido que uma lista negra ou pagamento adiantado venha a resolver o problema dos calotes e obrigar todos a pagar por meia duzia não faz sentido,até porque o material não se autodestroi e pode sempre ser colocado em exposição na loja e sempre pode aparecer alguem interessado neles,tentar fazer força ou pressão é muito pior como se viu noutros negoçios aonde há calotes e que faziam montras com as dividas ou arvores de natal sem resultados praticos...
    Demonizar as lojas virtuais ou fisicas e virtuais tugas não tem resultados praticos muitas vezes até cria o efeito oposto atraindo ainda mais os clientes ou seja mais um tiro no pé,dos lojistas.

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  26. Vamos por Partes 2;

    A distribuição se acham que estam mal com eles sem eles ainda estão piores,de que adianta editar,sem ter uma boa distribuição ou forçar o cliente a correr atras do produtos editados,outra utopia que não resulta pela preguiça natural do cliente e pela concorrencia mais vantajosa no virtual,para o mesmo produto.

    "Queres um fumetti italiano tipo Tex (que tem um público fiel em Portugal)? Morra a pastar porque NENHUMA livraria portuguesa os tem!"

    O alfarrabista Tintin por Tintin tinha quilos desses livros no original a uns anos atras,não sei se ainda tem.

    "Custa-me dar razão a alguns detractores da BD em português, mas com certeza irei comprar o livro em inglês, assim como a Casta dos Metabarões em Inglês, assim como comprei o 2ª volume do O Samurai e o Skydoll Spaceship em inglês, e infelizmente o Korrigans não existe em inglês..."

    Isso foi para mim,mas uma coisa é ser realista e outra viver na ilusão do mercado de co-ediçoes incompletas.
    Quem te da mais condiçoes para levar a edição até ao fim.
    Por hoje fico-me por aqui porque já teclei demais.

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  27. A.Bastos
    Já agora:
    "...tem na secção de BD aquela Srª que esteve naquela outra editora que em 2003/2004 reimprimiu grande parte do seu catálogo e entrou em falência em simultâneo."
    Se estás a falar da Meribérica e da Mª José Pereira deixa-me dizer-te que a Mª José saiu da Meribérica no ano de 2000, e os grandes disparates aconteceram em 2003.
    A Mª José sempre deu a cara, como podes verificar no fórum do portal Central Comics, e simplesmente não pode responder aqui porque se encontra na feira de Bolonha. Aliás, é a única responsável editorial portuguesa que dá a cara em sítios públicos (de pergunta e resposta) no meio da BD portuguesa.
    Bem... o Machado-Dias também deu aqui!
    :P

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  28. Optimus Prime
    Fico muito contente por teres escrito de maneira legível a tua opinião sobre este assunto!
    :)

    "Editoras;São todas de um modo geral culpadas porque empurram cada vez mais o consumidor para os importados ou scans,devido a coleçoes imcompletas..."

    Tu aqui está falar que a culpa é das editoras... eu acho que as editoras podem ser culpadas de uma edição que toda e gente vê que nunca há-de ter sucesso e mostrar-se um fracasso económico, quanto ao resto... se as pessoas não compram BD, como pode uma editora continuar a editar? Não te estou a culpar aqui, nem a nenhum dos intervenientes desta discussão pois todos nós somos consumidores de BD, mas sim a mentalidade do público que antigamente comprava muita BD, mas agora que são adultos acham que a BD é para crianças, e mesmo assim também não a compram para os seus filhos porque já não se lembram de como gostavam da BD há uns anos atrás!
    Quanto à FNAC eu acho que são uma grande loja e que têm uma gama alargadíssima de escolhas ao nível da BD. Mas não foi só a Bertrand que escolheu copiar esse modelo que eu acho que é mau, a Bulhosa também o fez e a minha opinião sobre este assunto de uma livraria servir como biblioteca pública está errado. Eu não tenho que comprar livros em 2ª, 3ª ou4ª mão como novos! se eles quem ser biblioteca, então arranjam um espaço onde existam livros que não estejam à venda e sirvam apenas para esse efeito. E isto serve para a FNAC, Bertrand, Bulhosa ou qualquer outra livraria que adopte este sistema! Nunca me hei-de esquecer de há uns anos atrás entrar na FNAC de Cascais e ver um Absolute Sandman completamente desfeito com um preço de capa de 99EUR!
    As livrarias da especialidade... achas que é utópico? Eu acho uma necessidade, pois a sobrevivência deles depende da chamada de público para o seu interior, então porque não concertarem esforças para tal acontecer? Eu chamo a isto sobrevivência e não utopia! Quanto à lista negra acho perfeitamente possível e fácil de fazer, quanto a pagar adiantado, dises que paga o justo pelo pecador... bem os pecadores são tantos que já mandaram abaixo algumas lojas! E não te esqueças que muitas vezes pedem livros que muito dificilmente alguém pegará, ficando a loja com esse prejuízo. No casa das "Standing orders" para comics uma caução no valor de 3 comics seria sufiente, o cliente não aparece, tranca-se a Standing Order e o lojista ficava com a caução e com os cómics... em livros mais caros, pague-se adiantado! Qual justo pelo pecador? Quem tem vontade de comprar o livro tanto se lhe dá pagar antes como depois com certeza!
    Quanto a haver em stock tantos livros antigos, das duas três... ou as edições foram perfeitamente exageradas, ou o publico repentinamente deixou de compar BD!
    E tudo passa por aqui! Temos poucos comparadores, como tal edições pequenas que ficam caras, e séries incompletas... sim porque eu tenho a certeza que nenhum editor gosta de deixar uma série incompleta! Agora algumas estratégias de escolha e edição de algumas séries podem não ser as melhores e no fim a coisa correr um pouco mal!
    Para além disso a divulgação deixa muito a desejar na maior parte dos casos! existem séries clássicas que a única divulgação de que precisam é mostrar a lombada numa loja, agora existem uma infinidade outras que ninguém sabe que existem! Só nós, os "nerds"...
    ;)

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  29. Boas, Bongop...
    Quanto à D. Mª José Pereira (já que falamos em nomes)foi um "elo de ligação" que usei no meu comentário para evitar nomes de editoras. Como de seguida foquei um ponto mais delicado devia ter retirado essa alusão. As minhas desculpas se alguém o leu como uma "alfinetada". E já que a menciono... só a conheço pelos frutos do seu trabalho. E por aí, tenho de lhe dar publicamente os meus Parabéns.
    Quanto às tuas restantes respostas, agradeço-te o partilhares a tua perspectiva, e entendo. Excepto NUM ponto.
    Quando falo em Acordo Ortográfico, acredita que também fui um veemente detractor dum anterior. Mas isso era em 90 e eu imaginava-o (ao A.O.) para as "pessoas". Agora, estando já nos "entas" e consciente que vou sempre(?) escrever como aprendi na primária, vejo-o como uma ferramenta da "Indústria das Letras". Porque da mesma forma que no Congo Belga, França, Canadá francófono e etc se fala de forma diferente mas se usa a mesma grafia. Como americanos e ingleses se exprimem diferente mas grafam tudo igual; também nós, se escrevermos as mesmas palavras da mesma forma (mesmo que continuemos nós a escrever "da nossa forma" e os brasileiros "do seu jeito") penso que podemos dar mais poder às livreiras, poder esse que as pode levar a fazer mais pela nossa Língua, mais do que o que têm conseguido. Claro que posso estar a ser naif! E quando falo de "velho do Restelo", refiro-me mesmo a MIM. O Fernando Pessoa publicou a Mensagem pouco depois de um A.O. mas pô-la cá fora num "português arcaiquizado" segundo crónicas da época. E mesmo depois do que te expus... Ó meu Deus, como o entendo... como o entendo!
    Abraço

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  30. A.Bastos
    Obrigado pela clarificação em relação à Mª José Pereira!
    :)
    Quanto ao acordo ortográfico eu não vou discutir mais... já esgrimi tanto as minhas opiniões sobre isto que o cansaço é grande...
    :D
    Mas posso-te dizer que entre ingleses e norte-americano (para não falar no resto do mundo anglófono) existem bastante palavras diferentes para o mesmo objecto, ou seja graficamente tem palavras diferentes, exemplo: bagagem
    Em inglês: luggage
    Em "americano": baggage
    Se fores a um tradutor dá-te as duas palavras, mas uma é Inglês de Inglaterra e outra Inglês Norte-Americano!
    Elas chateiam-se por causa disso? NÃO!
    Eles querem um acordo ortográfico? NÃO!
    :D

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  31. Quando vi a imagem inicial que ilustra esta longa "posta" pensei que ias falar de Bilal (que curiosamente é o nome do primeiro convertido por Maomé ao islamismo) e sem mais solavancos direi algumas palavras.
    Deixei de comprar BD em português à muitos anos atrás. Sou do tempo em que comprei a 1ªedição do Eternus (que adoro). E o motivo de não realizar mais compras foi a perca de confiança nas editoras. Detesto ter séries incompletas - odeio. Virei-me naturalmente para as edições em inglês e em francês. E em alguns casos comprei em espanhol e em português do Brasil (como os meus Spirit e o meu delicioso álbum "Os Olhos do Gato").

    Apenas comecei a comprar em português com a edição da Teoria do Grão de Areia que descobri através deste blog a sua edição em português. Desde aí tenho comprado muita coisa em português excepto os mangas que sigo (Dragon Ball adquiri a edição ASA que espero tenha uma edição completa); estes compro em inglês e em lojas online porque são muito mais baratos.

    Sem ser BD compro 95% em português apesar de saber que as edições originais são muito mais baratas.

    A verdade é que o mercado de BD não interessa a ninguém, não dá dinheiro. Se desse havia uma miríade de edições e de editoras. A única que edita com regularidade é a ASA o resto é poeira. O culpado onde mora? Não sei verdadeiramente, mas a primeira causa é o preço final com que o livro chega à livraria. As pessoas pensam mais do que uma vez quando vêm o preço. E quando o fazem não compram. Quando se vive num país como o nosso comprar BD é um luxo caro. Poderia dizer que isto não faz sentido quando muita gente gasta fortunas em Nokias, Ipodes, Itones. Mas esses não lêem nada e muito menos BD. Ainda me vem à memória que na década de 80/90 era cool andar com o expresso ou com a revisa exame debaixo do braço porque assim eras um intelectual. Poderia dizer que não é o preço, mas a má divulgação, as más edições (incompletas). Poderia dizer que não há mercado real para editar BD em Portugal porque são poucos os que lêm BD. E os poucos já passam dos 30 anos de idade.
    Acho que no fundo o problema é Portugal que anda doente à muito tempo. Entrou em letargia intelectual.

    Temos que eu saiba 3 jornais diários de desporto (futebol diga-se) num país em que o futebol enche estádio, não cria polémica. Inglaterra os estádios estão sempre vazios, polémica e corrupção é a ordem do dia e por isso têm suplementos desportivos.

    Entre comprar uma qualquer obra de Druillet em português que 90% dos portugueses não sabem quem é e comprar uma Maria, uma Lux, uma Vip a preço de capa 1.25 euros (cheias de cor) a escolha é natural. Qual o mercado real para um Druillet? Não o mesmo que para um Astérix.

    Quanto ao acordo que se falou aqui eu sou redondamente contra. Escreverei sempre como aprendi.

    Nem vou perde tempo a reler o que escrevi porque nem eu me entendo nestas coisas. Não sei se tive um comentário com nexo ou desconexo. Por vezes quando tento analisar fico com dores de cabeça que só são suprimidas com um Dry Martini. E por falar nisso vejo já.

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  32. Retomo a “discussão”, esclarecendo, Bongop, que não encontro qualquer contradição entre o que já afirmei aqui ou em outros lugares. A minha imputação de culpa ao “público não comprador” foi feita de forma intencional, cínica e sobretudo critica pelo facto de em Portugal não existir uma politica de renovação de leitores de BD. Não há novos leitores logo não existem novos compradores!

    No teu artigo quando falas de crise e referes a “BD traduzida para português”. Falhas o diagnóstico.

    Pessoalmente não concordo que haja aqui crise, porque até já aqui falei da média que dá cerca de 6 livros/álbuns/revistas de BD em Portugal por mês para um mercado como o nosso. Se a ASA é a única que edita regularmente? Pudera, para além de possuir o maior catálogo é a única que se encontra inserida num grande grupo empresarial, onde uma edição mal sucedida é facilmente compensada por outras bem conseguidas. E as outras editoras? Editam de acordo com as suas possibilidades. Perfeitamente racional. Se houvesse realmente crise, não teríamos uma Booksmile, uma Kingpin, uma Tinta-da-China ou mesmo um projecto Zona a editar BD! Podia ser melhor? Podia, mas não temos o mercado consumista francês, brasileiro ou americano!

    Não alinho nas críticas às livrarias especializadas, até porque o mercado é livre e cada um vende o que quer na sua loja. Não critico a FNAC e a política de biblioteca porque considero que essa pratica é um incentivo à leitura e à descoberta, inclusive de BD.

    Agora não falo em crise mas identifico claramente um deficiente funcionamento de mercado bedéfilo e as suas consequências. E aqui aponto do dedo às editoras quando alinham em políticas inconsequentes em termos de edição (colecções interrompidas, muita reedição, séries suspensas), aponto o dedo aos lojistas e livreiros quando não exibem a BD nas suas prateleiras mas que comem que nem um leão na comissão e aponto o dedo aos distribuidores quando tratam a BD como um produto menor. Tudo contribui para um PVP de BD muito mais caro do que seria espectável e que consequentemente impossibilita que existam novos leitores e hábitos de consumo de BD em Portugal. Acresce claro está a falta de divulgação, a falta de aposta em vendas on-line e porque não a nossa própria cultura e mentalidade. E depois é como o JM-D afirma, faltam dados sobre o mercado bedéfilo português. Não há relatórios de vendas, de edições, de publicações, etc. Não pudemos avançar com uma solução quando não se conhece realmente o problema!
    Abraço

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  33. As editoras deveriam apostar menos em livros com capa dura e sim com capa mole. Embaratece bastante o preço. Já houve vários livros que não comprei por causa disso. Lembro-me que nos anos 80 fartava-me de comprar bd de capa mole por causa do preço barato. As Editoras também deveriam ter algum cuidado na escolha dos títulos. Há por aí muita porcaria editada. Espero que não apostem demasiado em bd americana e japonesa. A maior parte não me atrai de um ponto de vista cultural. Gostaria de ver mais bd franco-belga.

    GP

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  34. GP
    Capa dura ou mole, pouca diferença faz. O responsável pela BDmania/VitaminaBD disse uma vez que a diferença era cerca de 2€ no preço final.
    Anos 80 já lá vão e as tiragens então eram maiores. Acabou-se o tempo das vacas gordas e agora resta-nos tiragens pequenas e parasitas por todo o lado (livrarias e distribuidores e ainda os caloteiros) que embrutecem o preço final.
    Sobre as escolhas editoriais, dois apontamentos:
    1-dás a tua opinião (há muita porcaria) contrapondo que gostarias de ver mais franco-belga. Por não haver FB isso significa que as escolhas têm sido porcaria? Justificar uma opinião com um gosto pessoal não trás nada À discussão. Presumo que não tenha sido exactamente isso que querias ter dito por isso é necessário mais clareza e justificar as opiniões.
    2-a Asa é neste momento a editora mais activa por isso não tens razão de queixa já que eles editam mais franco-belga do que outros estilos.

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  35. Paulo Brito
    Pois, tens razão! Culturalmente andamos muito doentes como povo... somo um povo de modas, e gostaria que a BD andasse na moda outra vez! São precisamente esse tipos do Ipod, do telemóvel, do MP3 e do Itune que têm que ser "agarrados"!
    Na realidade o que resta é uma pequena fatia de compradores mais velhos que vêm dos anos 80/90 e uns quantos mais novos que gostam e gastam Comics e Manga. A desvantagem destes é que aqueles que têm dinheiro para gastar em BD mandam vir apenas importados pois a escolha em português é bastante escassa... por isso há muito trabalho a fazer na divulgação e promoção da BD!
    E ainda bem que começaste a comprar novamente em português! É uma boa notícia!
    :)

    Verbal
    Como dizes que não há crise quando a esmagadora maioria das tiragens rondam os mil exemplares???
    E quando são estas pequenas tiragens que encarecem o produto, fazendo-o menos apelativo à carteira, e levando à interrupção de séries ou a sua suspensão? Pior, estas duas últimas situações são as que mais concorrem para que aqueles que ainda compram BD se virem ainda mais para os importados piorando a já nada boa saúde das editoras portuguesas...
    A isto eu chamo crise!!!
    :P

    GP
    Como o DC disse, e podes verificar isso nos últimos livros do Corto Maltese, a diferença entre capa dura e capa mole é apenas de 1 a 2 euros. Penso que não é por aí! se me falares nos anos 80/90 aí sim fazia diferença, agora nem por isso. Compara o preço da edição FNAC do Corto Maltese que é de capa dura com a edição normal da ASA que é em capa mole... a diferença é mínima.
    Penso que para a BD ser saudável num qualquer país, tem da haver escolha, ou seja as três maiores vertentes (Franco-Belga, Manga e Comics) têm de estar bem representadas!
    Pelos vistos gostas mais de FB, eu também embora seja consumidor de todas, mas todas as pessoas de ter à sua disposição aquela com que se identificam mais!
    E sim, cada vez mais, sobretudo num país como o nosso, há que ter muito cuidado com aquilo que se edita!
    ;)

    DC
    Sim, já só falta a ASA começar a editar Comics também, visto que ninguém mais se mexe... Gostaria que se mexessem! Quanto mais editoras a mandar livros cá para fora mais variedade, mais possibilidade de agarrar mais uns quantos leitores!
    Também sei que as editoras andam com dificuldades, mas é como digo: divulgação e promoção precisam-se!
    :D

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  36. Li o artigo todo e só posso concordar, a BD é sempre o parente pobre em todas as livrarias, a falta de títulos novos é deprimente (então no franco-belga é demais), as edições nem lá chegam.
    Quero comprar o Bernard Prince e o Jeremiah e não sei onde, não há qualquer publicidade na Net, o que é absolutamente lamentavel ou será antes inércia?

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  37. Meu caro amigo, este post é “grandinho”?! Estás a gozar comigo, não estás?! Hehehe. Toma lá um comentário mediano :P
    Sim senhor. Há anos que ando a "dar porrada" no amadorismo de quem se dedica aos negócios! A BD em Portugal tem sido tratada com uma grande dose de amadorismo quase crónico (à semelhança de muitos outros sectores, infelizmente), salvo algumas excepções de quem de facto é (ou era) amador e dá sinais claros de que sabem o que fazem, só não fazem mais pois não há aparelho (e dinheiro para investir em algo de retorno pouco claro) e o dia só tem 24 horas.

    Não li os comentários dos intervenientes, pelo que poderei (com certeza) repetir algumas opiniões.

    Não haver números que definam estatisticamente o "negócio" é de um amadorismo gritante; a máxima provinciana e completamente em desuso num chamado mundo global de "o segredo é a alma do negócio" não permite um bom método empresarial. O "segredo" não deverá ser descurado em certos aspectos, nomeadamente na estratégia. Mas esta só consegue vingar se houver dados que a permitam delinear. Os dados existem, claro, estou certo, mas são de e para consumo interno. Vamos lá conquistar o nosso umbigo! Há espaço suficiente no nosso mercado para continuarem a existir e com mais conforto os mesmos intervenientes (se calhar até mais) se soubessem bem mais sobre o terreno onde se movimentam.

    Está na mão das editoras acabarem com certos "vampiros" do negócio, que são comuns a outros negócios e que, estudando bem os diversos mercados no contexto actual, já não se justificam. Haverá brevemente uma definição de "massa-crítica" empresarial que irá transformar os diversos mercados, pois o ónus da maximização do lucro não aguentará por muito mais tempo estar no lado do trabalhador das empresas produtoras. O chamado "intermediário" cairá em prol de medidas de contenção de preços e contínua subida dos lucros (nas empresas cotadas em bolsa, particularmente). Embora o "intermediário" seja conectado ao bicho-papão, ele cumpre um serviço, e este, considere o consumidor bem ou mal, é prestado e surgiu de uma necessidade, em grande parte da especialização, da redução de custos de produção e logística, mas na maior fatia pelo conforto. No caso da BD, os Distribuidores cumprem o seu serviço e, pelo que se sabe, não gostam muito de o cumprir: A BD é pesada; é grande; não se vende como a "Gente", a "Caras", ou, vá lá, como a "Sábado" e a "Visão"; tem custos administrativos que não compensam o trabalho. Isto observa-se com facilidade na parceria Público/ASA: na primeira semana enviam quatro BDs para os pontos de venda, na seguinte só enviam 1 ou 2, isto é, aquelas que se venderam na primeira semana e se se continuar a vender (guardados para um comprador que pede). Se alguém quiser comprar apenas o número 5 e 8 da colecção terão que ir de propósito a uma loja do Público. Se morarem no interior ou relativamente longe de um grande centro urbano não têm sorte alguma, pois a Distribuidora não vai reenviar um número passado, a não ser por uma sorte tremenda qualquer e passado muitas e muitas semanas, cá está, a logística não compensa.

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  38. Os Livreiros. Acredito que aqui estará um “problema” maior no que concerne o preço final da BD. Soube que as margens de leão são cobradas por estes. Quanto? Ao certo não sei, mas garantiram-me que é mais do que 50% do preço final. Pagam a renda, a água, a luz, telefone, as taxas e impostos, “outsourcing” (limpeza e segurança, por exemplo) e ordenados. Bem, os outros intervenientes também pagam isso tudo. Será da necessidade e da não existência de alternativa que levam as editoras e editores a se sujeitarem a essas percentagens? O mercado dito tradicional ocupará durante ainda uns bons anos o lugar privilegiado para vender os produtos. Embora a BD tenha já demonstrado bastante sucesso na venda online, não acredito que o mercado online seja suficiente para aguentar o sector.
    Não pensem os mais desprendidos que as lojas online não têm custos, têm, e muitos custos se tiverem que ser constantemente actualizada (no caso dos comics); nos casos dos álbuns de BD terá bem menos. A ASA tem um site ridículo, BD Mania/Vitamina BD idem, por exemplo. Se bem que eu tenha standing-orders em algumas lojas de comics, reduzi substancialmente o número. Primeiro por já não ter pachorra para comics, salvo raras excepções e estas para não quebrar a colecção ou por querer mesmo muito ler um determinado título e não querer esperar por uma eventual edição compilada. Prefiro normalmente as edições Omnibus, Absolute, Hardcover ou TPB. Nestes casos, só muito raramente as compro nessas lojas ditas tradicionais e só o faço por comodidade, pois a concorrência das lojas online estrangeiras é imbatível (em média paga-se 50% menos, já com portes incluídos). Evito a própria FNAC ao máximo. Primeiro porque o serviço que presta roça a má-criação, depois de eliminarem quase toda a concorrência; segundo, os livros estão, regra geral, muito mal cuidados, mesmo os Franco Belgas mais recentes (“sinais de prateleira” e empenados). A Bertrand consegue ser muito, muito pior. As outras não merecem sequer referência. Os sites de leilões são um risco, pois cada vez mais pululam com a ignóbil gentalha do “como novo”, que de facto está velho e acabado (quero lá saber se o livro tem 40 ou 50 anos, ou está como novo ou não está! Tenho livros com quase 100 anos que estão “como novos” realmente, foram caros e ninguém me quis comer por estúpido). Enfim…
    O mercado de BD em Portugal está em crise? Se compararmos com décadas idas, sim. Se compararmos com os últimos 5 ou seis anos, não. O passado ano de 2010 até foi muito bom, independentemente de concordar ou não com certas edições. Tenho pena de uma certa editora ter aparentemente perdido o comboio de certas co-edições (piscar de olho ao Pedro Silva), mas não baixou os braços pois editou uns álbuns jeitosos e acredito piamente que não tenha desistido de terminar o que começou, agora “longa se torna a espera”. A ASA continua a ser a poderosa de serviço, justificadamente pelo tamanho e cada vez mais justificadamente pelo número e variedade de títulos e até géneros de BD (uma favorita minha de sempre para “dar porrada” e que me tem mostrado – não que ela precise, hehehe! – que vai merecendo cada vez menos ser desancada, só umas chapadinhas para acordar em certos pontos – Não, não sou um tipo violento!). A Devir para mim acabou à muito, muito tempo. A Kingpin, cá está o que escrevi no início: um amador que se tornou um profissional que vai pondo um pé à frente do outro, com solidez, objectividade e que se tem esforçado em alargar o horizonte da BD em Portugal . Da BD Mania esperava mais, e têm bons trunfos para bem mais.

    Quanto a certames. Amadora, fartinho de dizer que não são tão competentes quanto eu desejaria, por razões diversas que já me cansei de apontar e com certeza por outras que não sei. O tacho é tão bom, não o abanes para não o entornar!
    Beja. Fui lá há dois anos e gostei. O ambiente mais intimista ajuda. Mostra muitas ganas de vencer com trabalho, muito trabalho. Quero ver se consigo lá ir este ano.

    A culpa? Minha é que não é, que gasto dinheiro a rodos com BD, …DA-SE.

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  39. Pegando na última expressão do refemdabd... DA-SE! Uso-a da mesma forma, para o dinheiro que ainda vou gastando em BD.

    Só posso opinar como cliente, porque do resto do processo tenho pouco conhecimento... talvez pela falta de informação, como já foi mencionado aqui.

    Primeiro ponto: BD em PT. Compro pouco ou nada. Considero os preços exagerados para o nível de vida em Portugal. Sem colocar a qualidade em causa (e custos, etc, etc), parece-me um abuso cobrar 15-20€ por álbum de capa dura. Tenho comprado as edições americanas (Metabarons, The Killer, Universal War One, It Was the War of the Trenches, o fabuloso Blacksad...) por preços mais reduzidos e com mais páginas e em capa dura (também já foi mencionado aqui). Tenho imensa pena, mas a carteira fala mais alto. E onde compro? Online. Apenas e só! Fnacs e Bertrands só servem para folhear e pouco mais. Concordo com ambos os pontos-de-vista: os livros ficam em mau estado, mas para uma criança de 10 anos, pode ser a porta de entrada para o mundo da BD (e um futuro leitor). Como não compro BD nessas lojas, podem lê-los à vontade.

    Segundo ponto: lojas de BD especializadas... muitos de nós terão de lhes agradecer pelo serviço que nos prestaram no passado, mas as lojas online vão acabar com elas. Foram elas que conseguiram manter agarrados (eu incluído) os leitores de BD (comics) em Portugal durante os anos de vazio que existiram. Mesmo depois da entrada da Devir, ofereciam algo que não se conseguia obter de outra forma. Com o passar dos anos, parece-me cada vez mais complicado venderem aos mesmos preços das lojas online (1€ = 1$?). Sei que têm outro tipo de custos elevadíssimos, mas se posso comprar um livro por 10€ em vez de 19,99€... (e imagino que algumas das lojas continuam a fazer o preço superior ao dólar). E quem é que continua a coleccionar comics actualmente?

    Terceiro ponto: actualidade. ... a variedade é tanta... se fosse a comprar tudo o que me desperta curiosidade, tinha de ganhar o dobro... manga, compro muito esporadicamente, também em inglês (mais uma vez o preço!). Em PT (traduzido), não me atrai nada do que foi lançado, para além de existir o risco de não completarem as colecções. Álbuns europeus, como mencionei, apenas a preços acessíveis ou em versão US. Panini, por enquanto, está fora da minha lista. Têm o mérito de, a um preço reduzido, chegar a quase todo o país. Apesar de ser em PT-BR, está a ter o papel que a Devir poderia estar a fazer se tivesse um pouco mais de juízo (bom-senso, visão, chamem-lhe o que quiser). A Devir e outras editoras que editam comics (álbuns), também estão fora da minha lista: preço e continuidade. A Devir, apesar de eu acreditar que a pessoas que a geriram o projecto tinham amor à camisola, e gostavam efectivamente de BD, nunca conseguiram perceber o mercado português e fizeram demasiados erros desde o início (escolhas, lançamentos, formato, papel, etc). Pondero comprar um ou dois álbuns da parceria ASA/Publico, mas ainda estou indeciso sobre quais… Murena, IRS…

    …resta esperar por dias melhores. Neste momento, pessoalmente, o aspecto monetário pesa (e muito). Em condições diferentes gostaria de contribuir mais para os artistas e editores portugueses. Quem sabe num futuro próximo…

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  40. Refem
    Sim... esteviste a bater no "ceguinho" outra vez!
    :P
    Quanto a postas grandes... meu amigo, tu és o maior!
    :D
    Sim, gostava muito de saber o que vende, quanto é vende e em que velocidade é que vende!
    E sim, a distribuição "sucks a lot", estrangulam completamente os livros de BD...
    E sim, a FNAC trata mal os livros e a bertrand ainda pior! Infelizmente as distribuidoras já nem colocam os livros nas livrarias normais... agora é quase exclusivo da FNAC.
    Quanto a ler na loja, têm bom remédio... se gostam tanto do modelo, aperfeiçoem-no! Ou seja, criem um espaço de livros que não são para vender onde as pessoas se possam sentar a ler um pouco! Mas continuo a dizer, eu quando vou a uma livraria pago um livro novo, portanto não quero um livro em 2ª mão...
    E também esperava mais da BD Mania, e a situação da Vitamina BD entristece-me muito.
    E sim, nós não somos culpados, visto que compramos quase tudo!
    :)

    Dinis
    A maior parte das pessoas não compra BD online, nem em línguas que não são a sua! Só nós os "nerds"! E a massa compradora que se pretende agarrar pertence a esta segunda fatia!
    Os portugueses gostam mais mais de ler em português e comprar o livro na livraria depois de o ver! É assim na maioria das pessoas. Gente como nós, que gasta muito dinheiro mensalmente em BD somos diferentes nesse aspecto, como é lógico.
    Espero que um dia estejas disposto a contribuir, como dizes, isso quereria dizer que o panorama estaria bem melhor!
    :D

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  41. "eu acho que as editoras podem ser culpadas de uma edição que toda e gente vê que nunca há-de ter sucesso e mostrar-se um fracasso económico, quanto ao resto"

    Como assim são eles que escolhem tudo (formato,capa dura ou não,badanas,etc) e empurram para o consumidor (como se fosse um favor) que se tinha que limitar de comer e calar era só o que faltava.E ficam paletes de coleçoes sem fim graçaas a elas todas.

    "Quanto à FNAC eu acho que são uma grande loja e que têm uma gama alargadíssima de escolhas ao nível da BD. Mas não foi só a Bertrand que escolheu copiar esse modelo que eu acho que é mau, a Bulhosa também o fez e a minha opinião sobre este assunto de uma livraria servir como biblioteca pública está errado. Eu não tenho que comprar livros em 2ª, 3ª ou4ª mão como novos! se eles quem ser biblioteca, então arranjam um espaço onde existam livros que não estejam à venda e sirvam apenas para esse efeito. E isto serve para a FNAC, Bertrand, Bulhosa ou qualquer outra livraria que adopte este sistema! Nunca me hei-de esquecer de há uns anos atrás entrar na FNAC de Cascais e ver um Absolute Sandman completamente desfeito com um preço de capa de 99EUR"

    E tu sabes que nem só que esta esposto esta a venda durante anos comprei ediçoes portuguesas na Fnac e todas elas estão novas,é só saber escolher.

    "Quanto à lista negra acho perfeitamente possível e fácil de fazer, quanto a pagar adiantado, dises que paga o justo pelo pecador... bem os pecadores são tantos que já mandaram abaixo algumas lojas! E não te esqueças que muitas vezes pedem livros que muito dificilmente alguém pegará, ficando a loja com esse prejuízo. No casa das "Standing orders" para comics uma caução no valor de 3 comics seria sufiente, o cliente não aparece, tranca-se a Standing Order e o lojista ficava com a caução e com os cómics... em livros mais caros, pague-se adiantado! Qual justo pelo pecador? Quem tem vontade de comprar o livro tanto se lhe dá pagar antes como depois com certeza!"

    Quer dizer que a culpa da loja ter problemas financeiros não é da má gestão,mas do bode espiatório dos calotes assim nenhuma loja fechava nunca.A Lista não ajudava nada alias até complicava como visto noutros casos,mas como realisticamente nunca na vida as lojas especializadas se vão unir,isso não vai acontecer.
    Para ti são todos culpados que bonito quer dizer eu já cheguei a fazer encomendas na data da previews numa dessas lojas que faleceu e que perdeu quase todas as minhas encomendas,e fiquei meses sem saber nada,mais meses que o previsto na propria previews ia ter que desembolsar tudo de uma vez,só porque finalmente se lembraram de mim,lololo,não me parece. :(
    Era o que faltava desembolsar o dinheiro sem ter o produto em maos,e nao te esqueças demora 3 meses entre o catalogo previews atual e a chegada da encomenda.

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  42. "Como assim são eles que escolhem tudo (formato,capa dura ou não,badanas,etc) e empurram para o consumidor (como se fosse um favor) que se tinha que limitar de comer e calar era só o que faltava.E ficam paletes de coleçoes sem fim graçaas a elas todas."

    Como já te explicaram várias vezes a diferença entre um livro de capa dura e outro de capa mole são cerca de 1,5 EUR... acho que nem vale a pena discutir sobre isso!

    Quanto ao pagar adiantado ou não, bem... quando compras numa livraria on-line ou num leilão on-line pagas adiantado e não "bufas"! Não sei o porquê deste espanto!
    Para além diso, e repito, quem quiser fazer "standing orders" só tinha de deixar uma caução! Qual era o problema? Se deixasses de estar interessado e cancelasses a série irias buscar o dinheiro da caução!
    Se tens razão para estar desgostoso com alguma loja em particular só tens é de fazer valer o teu ponto de vista ao dono e explicar-lhe o porquê de deixares de lhe comprar! Na realidade é a única maneira de lhes mostrares o que estão a fazer mal!
    Quanto a mim se não se unirem, muitas delas irão ter um triste fim brevemente (e infelizmente...)
    :(

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  43. "Como já te explicaram várias vezes a diferença entre um livro de capa dura e outro de capa mole são cerca de 1,5 EUR... acho que nem vale a pena discutir sobre isso!"

    lolo,não esta em causa só a capa dura das co-ediçoes,esta em causa todo o resto traduçao,edição,etc e não é um caso limitado a uma editora,como queres fazer passar.

    "Qual era o problema? Se deixasses de estar interessado e cancelasses a série irias buscar o dinheiro da caução!"

    O problema é que não tens a garantia de a receber a encomenda,como já me chegaram noticias de casos de ex-compradores dessas lojas.

    "Se tens razão para estar desgostoso com alguma loja em particular só tens é de fazer valer o teu ponto de vista ao dono e explicar-lhe o porquê de deixares de lhe comprar"

    Eu deixar de ir lá e fazer encomendas via previews,logo pre-encomendas e ou pagar andiantado nem pensar,já me bastaram os fiascos dessas 2 encomendas seguidas.Nunca mais me meto noutra com eles,

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  44. Bongop disse: "As livrarias da especialidade estão com dificuldade na sua generalidade. São as pessoas que fazem encomendas de importados e depois não aparecem para ir buscar o produto (ou seja não pagam…), são as lojas virtuais que fazem grandes descontos sobre o preço de capa e dificultam a venda de importados, são as distribuidoras que não põem os livros atempadamente nas lojas…
    Quanto ao primeiro item eu acho fácil de resolver… para encomendar um importado teria sempre, o comprador, de deixar um valor de caução, ou mesmo o valor do livro. Para além disso as nossas lojas já deviam ter uma lista negra conjunta dos clientes que não pagam. Isto impediria que andassem a dar prejuízo um pouco por todo o País.
    Mas as lojas queixam-se da falta de clientes… O que é que estão à espera para se unirem todas e começarem a ter animação, autores, pequenas sessões de cosplay quando sai um novo livro de manga, por ex., e isto ir circulando entre todas as lojas, mas bem organizado? As lojas dão-se mal umas com as outras? Estes tempos não se compadecem com estas guerrinhas frívolas…
    Já agora (lembrei-me agora) porque é que uma loja da especialidade como é a BD Mania só vende livros das duas editoras da casa? Não vejo lá livros da ASA, Kingpin, Gradiva, Bizâncio, Polvo… etc.… Porquê? São uma livraria da especialidade ou não!?"
    Infelizmente é impossível as lojas unirem-se para um bem maior. Eu estaria disposto a isso mas há donos que não se interessariam nisso ou seriam mesmo contra. Quanto a arranjar animações nas lojas, individualmente vai-se fazendo. Eu farto-me de fazer eventos, na loja ou fora dela com a presença da minha loja como banca (Como os eventos Xpress, Yukimeet, Anigamix, entre outros), e outras lojas também o fazem. A kingpin e o Mundo Fantasma, têm se mexido ultimamente.
    Mas isso infelizmente não dá. Posso-te dizer que já fiz mais dinheiro de vendas numa simples tarde de Free Comic Book Day (em 2008), do que os 4 dias de Anigamix (2011), com mais de 20 mil visitantes a a passar à nossa frente. As pessoas não têm dinheiro, e as que têm, estão com medo das medidas de austeridade e FMIs e coisas do género.
    Além disso as lojas da especialidade são tão poucas que já são uma migalha no problema da crise da BD. Há 2 lojas no Porto, duas em Coimbra (uma delas só tem manga, por isso não sei se conta), 3 em Lisboa, uma em Faro e uma no Funchal.

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  45. Hunter: Sabes porque as lojas especializadas não tem franco-belga em francês ou manga em francês ou espanhol, ou fumetti? Porque não há procura. As lojas não vão fazer secções destas coisas para 2 ou 3 clientes...
    A Central Comics/ O Lobo Mau, vende ou já vendeu BD traduzida das editoras: Asa, Meriberica, Booktree, Witloof, Gradiva, Bizâncio, Afrontamento, VitaminaBD, BDmania, Edições Devir, G-Floy Studio, Chili com Carne, Mmmnnnrrrggg, El Pep, Kingpin Books, Casa das Letras, Bonecos Rebeldes, Librimpressi, Polvo, Pedranocharco, Tinta da China e houve/há mais, e ainda dezenas de fanzines. Outras livrarias também tiverem muita bd em português como a Secção 9, Sétima Dimensão e Asa Negra. O Mundo Fantasma também já vendeu muita. Eles vendiam mais de 300 revistas mensais da Devir por mês. Não julgues apenas pelas que conheces aí em Lisboa...

    JMD: Será a Manga a salvação? Os putos são os que mais sofreram com a crise económica. A Central Comics teve uma quebra de vendas nos livros de 35% em Novembro de 2009 que foi a altura em que os noticiarios das 8h começaram a dar pelo menos 20 minutos do se tempo a falar da crise. Desses 35%, 75% foi na manga. As vendas entretanto foram piorando até os dias de hoje, culpa dos scans e lojas virtuais britanicas. A manga em português, não sei o que vende, mas deve estar a chegar a um público ainda mais jovem que ainda não sabe ou tem dificuldades em ler em inglês.

    Bongop: Diz lá como foi a resposta malcriada foi essa a da Devir. Estou curioso.

    Bongop disse: "Para além diso, e repito, quem quiser fazer "standing orders" só tinha de deixar uma caução! Qual era o problema? Se deixasses de estar interessado e cancelasses a série irias buscar o dinheiro da caução!"
    As cauções não funcionam assim, porque sabendo que podiam levantar não resultava. A maior parte das vezes as lojas não podem mais cancelar os livros pedidos à Diamond, e por isso ficariam a arder na mesma...
    Por isso, se não quisessem mais os livros, perderiam o valor dado pela caução.

    Nota final: Volto a frisar que se querem falar da Crise da Banda Desenhada em português não devem discutir muito o papel das lojas especializadas porque as 8 existentes não podem fazer grande coisa para um país inteiro. O problema é muito maior.
    Se a discussão fosse "A Crise das Lojas de Banda Desenhada" aí era bem diferente...

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  46. Hugo Jesus
    (Parte 1)
    Se querem continuar no "cada um por si" vai ser complicado! Em grande parte das actividades comerciais, um pouco por todo o mundo, empresas cm os mesmos interesses comerciais fazem parcerias, associações, etc. para fazer face à crise. Não estou a falar em fusão, estou a falar em objectivos comuns.
    Em relação aos eventos, eu não me estava a referir a animações tão grandes como o Anigamix ou o Anicomics... estava a referir-me a pequenas animações, a autores presentes (portugueses, porque os outros saem caro...). e isto dentro das próprias lojas, claro...
    Quanto ao não venderem FB, bem isso está de acordo com a mentalidade vigente do comprador normal de FB ir à FNAC para fazer isso tipo de compra. Mas isso só se consegue contrariar tendo alguns volumes dentro das lojas. É preciso habituar as pessoas a ir lá! E a fatia de mercado que compra FB é quem tem o dinheiro para gastar em BD (posso estar errado) porque a faixa etária é mais velha, ou seja dentro da família são eles quem decidem o que se compra ao nível da BD, e se os seus filhos vão comprar BD ou não, porque são eles quem tem o dinheiro na família. Este tipo de gente, por norma, passeia ao fim de semana nos centros comerciais… E este é o peixe mais difícil de agarrar para uma livraria especializada, terão de ser os filhos a levá-los, mas se lá forem a livraria terá de ter alguma oferta que lhe interesse, e não são os importados de comics americanos e manga com certeza.
    Também não acho que a Manga seja salvação. Acho que deve, e tem de haver, Manga traduzida. Neste caso acho que a ASA está fazer um excelente esforço, pois é difícil negociar com os japoneses para tiragens tão baixas (na óptica comercial deles). Acho que um mercado de BD saudável deve ter todos os tipos de BD acessíveis e bem representados (FB, Comics e Manga), aliás, como eu vi em Angôuleme!

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  47. Hugo Jesus
    (Parte 2)
    Em relação à Devir, isso já aconteceu há dois anos (penso eu). Foi quando eles anunciaram a edição do Walking Dead, Blankets, etc. … (e depois acabou por não sair nada …). Será difícil eu lembrar-me dos termos exactos em que a senhora me respondeu. Posso-te dizer o que eu pedi (é o que eu peço a toda a gente quando faço divulgação de alguma coisa), pedi uma capa e um pequeno texto por cada livro (e uma página interior de preferência) que saísse para eu fazer divulgação. Se eu faço a divulgação de borla e tenho o trabalho de a fazer, não admito respostas do género: O senhor tem tudo à disposição no nosso site, não lhe enviamos nada. Não foi com estas palavras, mas como as palavras usadas foram um pouco mais elegantemente incisivas mais chateado fiquei, mas o sentido era este. Deram-se ao trabalho de me “mandar com os porcos” mas não se dão ao trabalho de mandar material de divulgação!
    Eu quando fiz este post não foi para ser focado em lojas da especialidade. Foi uma geral para todo o lado para ver se as pessoas acordavam um pouco, visto que anda tudo muito parado.
    De qualquer maneira seria impossível eu fazer um post “A Crise das Lojas de Banda Desenhada", pois não possuo minimamente conhecimento de cada uma, nem do negócio, nem conheço sequer a maior parte dos donos das lojas e as próprias lojas! Apenas conheço fisicamente duas em Lisboa (Kingpin e BD Mania) e conheci a Central Comics no Porto. Portanto poderia estar a escrever alarvidades e sinceramente não acho isso justo.
    ;)

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  48. Bongop: Se um dia estiveres no Porto numa altura de um Xpress visita o Lobo Mau. Verás 2 dias (as tarde de Sábado e Domingo) cheio de animações. Há concursos, projecções de filmes, lançamentos, sessões de autógrafos, torneios de videojogos (ou de outros jogos, já houve torneio de Mikado por exemplo), organizado por nós com a participação das lojas Pressplay, Invicta Indie 9 Arts e Twiggy Bar. E a KB e MF também fazem coisas, exposições de BD, debates, etc. Acho que as lojas não precisam de se juntar, se fizerem este tipo de coisas já é bom.

    Tu sabes que a Central Comics tinha FB e o Lobo Mau ainda tem alguma, inclusive em francês. Já fizemos 5 anos e nunca conseguimos ter uma clientela fiel de FB. É muito dificil levar o publico mais velho a uma loja de especialidade. Penso que estes acabam de comprar na Fnac porque vão ao fim-de-semana com a mulher e filhos passear o shopping no fim-de-semana e aproveitam. A única excepção é a Dr. Kartoon, que conseguiu este público devido à insistência e grande conhecimento da Fanny, e pelo facto de Coimbra também não ter tido grandes alternativas na altura.

    Eu não disse que a ASA não está a fazer um excelente esforço, porque está. Não eram estes os títulos que EU gostaria de ver em português, mas se calhar são dos mais acertados que poderiam escolher no universo daqueles que conseguiram os direitos. Por isso força ASA! :)

    No meu tempo da Devir tinhamos um cuidado muito grande na divulgação. O site era actualizado com frequência, e eram feitas excelentes notas de imprensa para mandar para todo o lado. Atenção que essas N.I. ainda são feitas,mas acho que mandam apenas para os livreiros. Eu recebo, não tinha era percebido que era por ser livreiro e não por ser divulgador da BD. Foi uma resposta feia de uma politica feia. Enfim... :(

    Não disse para escrever um post sobre a Crise nas lojas, apenas disse que, algumas das coisas que se escreverem aqui neste debate estariam mais bem encaixados se esse fosse o tema. Quando fechar O Lobo Mau eu faço um artigo sobre isso! ;)

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  49. Hugo Jesus
    Eu sei que tu fazes diversos eventos com outras lojas para dinamizar aí o pessoal, e mereces o maior crédito por isso! E o Mundo Fantasma e a Kingpin também fazem exposições, workshops e de vez em quando têm autores! Acho isso óptimo! Quando eu falei em animação, era no intuito de ser organizada e concertada entre vários pontos (lojas).

    Também sei que a Central Comics tinha FB, e estás a dizer que o Lobo Mau também. Fixe! Eu acho que deve existir sempre FB nas lojas da especialidade ou, como diz o Hunter, deixarão de o ser e passarão a ser lojas de Comics e Manga! Continuo a dizer que o comprador FB (ocasional ou não) é quem tem o poder de compra! Portanto a guerra para chamar esta gente às lojas não pode ser esquecida. Eu sei que é difícil, porque vão passear com a família para os grandes centros comerciais, mas tem de haver alguma BD deste género dentro das lojas! Se por acaso lá passarem, houver aquilo que eles querem e se pedirem informações sobre o que está para vir e o livreiro for simpático e conseguir responder a contento, provavelmente voltarão; ou não... mas não interessa, o trabalho foi feito e bem feito! É isso que se espera de uma loja da especialidade!

    Por vezes gostaria que as pessoas que tem algo a vender, ou a mostrar, pensassem que fazer divulgação dá trabalho (por vezes muito trabalho), e se essa divulgação for feita sem pedir nada em troca... bem, acho que não vale a pena dizer mais nada sobre o assunto. Os posts sobre eventos levam-me pelo menos (por vezes muito mais que isso) 3 horas a ser feitos. E faço-os de bom grado e com prazer... agora não me lixem com respostas daquelas tipo Devir e outras do género.

    "Não disse para escrever um post sobre a Crise nas lojas..."
    Pois não! LOL
    Eu só disse que nunca faria um sobre esse assunto, falta-me informação demais sobre esse assunto!

    "Quando fechar O Lobo Mau eu faço um artigo sobre isso!"
    Basta de negativismo, Hugo... não faças isso, não é bom! Podes desabafar desta maneira, mas não aqui!
    :P

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  50. Não é negativismo. Algum dia vai ter de ser. Basta arranjar outra coisa melhor para fazer para pôr a loja no prego! :P

    Eu sei como é frustante estarmos a querer ajudar as editoras ou organizadores de eventos e receber respostas desse género. Já tenho o site da Central Comics há 10 anos! (sim, fazemos um década a 20 de Agosto) e já apanhei com tudo! :(

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  51. Hugo Jesus
    Não é frustrante... é "danante"! Alguns dizem que não têm tempo... e eu????
    Eu sou mecânico, não sou editor ou livreiro de BD!!!! Fazer estas coisas queima-me o tempo livre que podia ter, por exemplo a ler ou com a família!!!
    E depois "à e tal, não tenho tempo (o tipo que edita um livro) para mandar isso"... faz sentido? A mim não!
    :|

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